A Matriz Análise de Oferta e Demanda e o Seu Impacto nos Negócios
Por: jamilton_farias • 16/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.287 Palavras (6 Páginas) • 191 Visualizações
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Atividade individual
Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios | |
Disciplina: Gestão de crédito e Risco | Módulo: Pós Work |
Aluno: Jamilton Farias Oliveira | Turma: Private Bank turma 4 |
Tarefa: Tarefa: Impactos da Covid 19 no setor de carne bovina | |
O Brasil é dos maiores produtores de carne do mundo, resultado de décadas de investimento em tecnologia, que elevou não só a produtividade, mas também a qualidade do nosso produto. Dessa forma, nos tornamos competitivos e hoje exportamos para mais de 150 países. O cenário pandêmico trouxe mudança no padrão de consumo da carne. Com a adoção de medidas preventivas, principalmente a quarentena, as vendas para os restaurantes caíram em até 65%, mas no pequeno, médio e grande varejo o efeito foi o contrário. O brasileiro passou a comprar mais nos supermercados e mercados locais, pois ele passou evitar o consumo fora de casa, que impactou a venda em cerca de 45% no varejo. Esse comportamento fez com que mudasse também o padrão de consumo, com a migração do consumo dos cortes nobres (de valores mais altos) para os demais cortes (com preços menores). Esse cenário trouxe tensões e incertezas do ambiente vividas pelos agentes econômicos que geraram desequilíbrios no mercado, afetando, desta forma, a conduta as empresas, que efetuaram ajustes no setor, aumentando o volume de exportação. | |
CONTEXTO DO SETOR Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização. | |
A carne produzida no Brasil é majoritariamente destinada ao mercado interno, mas no cenário pandêmico da Covid-19, com o fechamento de restaurantes, lanchonetes e bares - que têm um papel relevante no consumo de carnes - além da redução nos postos de trabalho e da capacidade financeira do brasileiro, houve uma queda no consumo de proteínas mais caras e uma substituição pelas mais baratas, como frangos ou suínos. As medidas de restrição e a mudança de hábitos dos brasileiros tiveram seus impactos, mas o agronegócio brasileiro não foi afetado negativamente. Ao contrário: devido às vendas externas, que em julho de 2021 chegaram a US$ 11.290 bilhões, ante 9,17 bilhões em 2019, a carne bovina foi a principal proteína animal exportada pelo Brasil, com vendas externas de US$ 903 milhões em julho de 2021 ante 530 milhões em 2019. Em cerca de 40 anos, o mercado brasileiro de carne bovina passou por uma revolução. O rebanho mal chegava à metade do atual (244 milhões de cabeças em 2020 e deve chegar 252,70 milhões em 2021) e o país importava a carne para abastecer o mercado interno. Com a adoção de novas tecnologias a produtividade a aumentou, a qualidade subiu e o país passou não só a abastecer o mercado interno, como a se tornar o maior exportador do mundo, segundo dados da USDA. A tabela a seguir apresenta os dados de venda de carne bovina por país exportador, em milhões de toneladas em equivalente carcaça, em 2018 e a previsão para 2019 e 2020: [pic 3] Participação das exportações brasileiras em relação à produção nacional de carne bovina. (Fonte: USDA) [pic 4] Outro fator que impacta o mercado de carne bovina é o aumento no consumo pela China, hoje o principal cliente do Brasil, que chegou a atingir 12,4 mil toneladas por dia em setembro de 2021, uma alta de 81% em relação ao mesmo período de 2020. O mundo deve produzir 61,16 milhões toneladas de carne bovina em 2021, crescendo 1% em relação a 2020. Os Estados Unidos seguem como o principal produtor mundial, seguido do Brasil e da União Europeia. A China também deve ter crescimento de cerca de 1%, mas sua produção ainda é muito inferior ao seu consumo interno. Já a Austrália experimentou uma forte queda da produção em 2020, comparando a 2019. [pic 5] Produção mundial de carne bovina, em mil toneladas em equivalente carcaça, 2010 a 2020 e previsão para 2021. Já em relação ao preço, o valor médio da carne bovina na primeira metade de 2021 é de US$ 4,73/Kg, o maior desde 2011. O mercado interno também teve uma forte alta nos preços, com uma alta de 30,8% em 12 meses. | |
ANÁLISE MACROECONÔMICA Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise. | |
O PIB e o dólar são as principais variáveis macroeconômicas para o setor de carne bovina. Há forte correlação entre crescimento de renda e consumo de carne. Países de renda média como China e Brasil, que registraram um crescimento econômico significativo nas últimas décadas, experimentaram um grande aumento no consumo de carne. [pic 6] Consumo de carne bovina per capita médio em kg/hab/ano de países selecionados, histórico (2011 a 2020, 2019 e 2020 estimados) e projeção (2023). Fonte: Fitch Solutions. Segundo o relatório Focus do Banco Central do Brasil, o PIB crescerá 5,04% em 2021 e 1,57% em 2022, enquanto o Câmbio deve fechar 2021 em R$/US$ 5,20 e R$/US$ 5,24 em 2022. [pic 7] Esse cambio elevado e a grande demanda internacional, sobretudo da China, devem manter o crescimento das exportações de carne e o preço em patamar elevado no mercado interno, ao menos até 2022. | |
ANÁLISE MICROECONÔMICA Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional. | |
A diminuição na renda das famílias, a mudança de hábitos devido à pandemia e a alta no preço geraram uma diminuição no consumo interno de carne. A alta no preço interno ocorreu devido à alta do dólar, à diminuição de rebanho em 2018 e ao aumento de exportações, além da estiagem prolongada. Considerando que mais de 90% do rebanho brasileiro é criado em pastagens, o processo de engorda ficou prejudicado, diminuindo o número de abates dos frigoríficos. A China, devido à peste suína africana que assolou o país e reduziu o seu rebanho de suínos, aumentou em muito a procura pela carne brasileira. Esse cenário, somado com ao dólar alto, fomentou a nossa exportação. O abate das fêmeas, em 2017 e 2018, ocorreu devido ao baixo preço do boi à época. Assim, os produtores aumentaram esse abate para diminuir a produção e segurar o preço. Além disso, a estiagem prolongada também prejudicou o processo de engorda, já que 90% do rebanho brasileiro é criado em pastagens. O mercado brasileiro de carne bovina é dominado basicamente por poucas empresas, sendo a JBS, a Marfrig e a Minerva as maiores, apresentando, assim, uma estrutura oligopolista de concorrência imperfeita. | |
CONCLUSÃO Apresente uma conclusão justificando a sua análise. | |
O setor de carne bovina é responsável por cerca de 6% do PIB brasileiro, e 30% do PIB do Agronegócio. O Brasil já é o maior exportador de carne bovina do mundo e caminha para ser, também, o maior produtor. Esse mercado gera cerca de 4,5 milhões de empregos no Brasil de forma direta, sem considerar a produção de insumos que abastecem a cadeia produtiva, postos esses que vêm melhorando com a modernização da produção no setor. Uma vez que se passou a exigir padrões técnicos e sanitários mais rigorosos, além de certificação e rastreabilidade, o cenário atual trouxe tensões. Por outro lado, trouxe também grandes oportunidades e teve baixo impacto econômico para o setor de carnes no Brasil, além de ter aumentado sua participação no mercado mundial, consolidando-se como principal player do mercado. Com o aumento de produção nos anos posteriores, o Brasil tem tudo para se consolidar e superar os demais produtores do mercado internacional já em 2026, desde que consigamos manter o nível de modernização e avanço em tecnologia para o setor. Referências Bibliográficas: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1121736/os-impactos-da-covid-19-para-a-cadeia-produtiva-da-carne-bovina-brasileira acesso em 27/09/2021 http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=14800 acesso em 27/09/2021 https://www.embrapa.br/qualidade-da-carne/carne-bovina acesso em 27/09/2021 https://www.farmnews.com.br/mercado/maiores-exportadores-de-carne-bovina-2/ acesso em 27/09/2021 https://pastoextraordinario.com.br/carne-bovina-mercado-interno-versus-mercado-externo/ acesso em 27/09/2021 https://www.cicarne.com.br/wp-content/uploads/2021/07/Boletim-CiCarne-48-2021.pdf acesso em 27/09/2021 https://www.poder360.com.br/agronegocio/preco-de-carne-e-ovo-vao-superar-o-dobro-da-inflacao-estimada-para-2021/ acesso em 27/09/2021 https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/09/14/exportacao-de-carne-bovina-do-brasil-salta-no-inicio-do-mes-apesar-de-bloqueio-para-china.ghtml acesso em 27/09/2021 https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/714/1/2021_CDS_158.pdf acesso em 27/09/2021 http://abiec.com.br/artigo-empregos-salarios-e-impacto-social-da-carne-bovina/ acesso em 27/09/2021 https://www.opovo.com.br/noticias/economia/2021/08/11/agricultura-superavit-do-agronegocio-em-julho-aumenta-147-para-uss-10-bilhoes.html acesso em 28/09/2021 https://www.farmnews.com.br/mercado/exportacao-de-carne-bovina-33/ acesso em 28/09/2021 http://www.farmnews.com.br/mercado/carne-bovina-do-brasil-14/ acesso em 28/09/2021 |
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