A Possibilidades de Conhecimento
Por: Amanda Sobreira Tontini • 12/3/2017 • Artigo • 1.510 Palavras (7 Páginas) • 445 Visualizações
POSSIBILIDADES DE CONHECIMENTO
2016
POSSIBILIDADES DE CONHECIMENTO
Amanda Ferreira Silva
2016
Possibilidades de Conhecimento
Dá sentido e explicar os acontecimentos do mundo é uma necessidade humana desde a antiguidade, e para isso o homem recorre ao auxílio da religião, dos mitos, da magia e de um modo mais recente da tecnologia e da ciência. De princípio o homem conhecia e julgava as coisas simplesmente como elas eram, mais tarde, ele pode notar a existência do erro e assim, começou a por em dúvida o seu conhecimento. A partir dessa dúvida que o homem se encontrou com a necessidade de saber de fato o que seria o conhecimento, determinar a sua essência, o seu mecanismo. Foram essas reflexões que deram origem à Teoria do Conhecimento ou gnosiologia.
A teoria do conhecimento é obra essencialmente filosófica surgida com a evolução do pensamento humano, ela busca as possibilidades de relações entre o sujeito e o objeto nos quais a verdade passa a ser entendida como uma ligação entre esses dois termos.
A essência do conhecimento está estreitamente ligada ao conceito de verdade. Só o conhecimento verdadeiro é conhecimento efetivo. "Conhecimento não-verdadeiro" não é propriamente conhecimento, mas erro e engano.(HESSEN,2000,p.10)
Também podendo ser chamada de gnosiologia, de metafísica, de epistemologia, entre outras, a teoria do conhecimento estabeleceu os seus fundamentos a partir de diferentes aspectos de interpretação alcançando variadas possibilidades de conhecimento como o dogmatismo, o ceticismo, o subjetivismo e o relativismo, o pragmatismo e o criticismo.
- O dogmatismo
De origem grega, o dogmatismo (dogmatikós, que se funda em princípios) pode ser entendido como toda doutrina que assegura a capacidade do ser humano de entender a verdade de forma incondicional e inquestionável. Na religião trata de um conjunto de dogmas - crenças que não admitem contestação, considerado única e exclusivamente a palavra de Deus. Na filosofia o dogmatismo pode ser definido como a possibilidade de conhecer a verdade, a confiança nesse conhecimento e a submissão a esse conhecimento sem questionamento.
Segundo Hessen (2000,p.24) “sendo a atitude do homem ingênuo, o dogmatismo é, tanto psicológica quanto historicamente, o primeiro e mais antigo dos pontos de vista”.
O dogmático não problematiza a verdade, admite que ela provem de um conhecimento adquirido e não a põe em questão. No entendimento de Hessen (2000, p.24) “O fato de que, para o dogmatismo, o conhecimento não chega a ser um problema, repousa sobre uma visão errônea da essência do conhecimento”.
A problematização do conhecimento só veio a surgir mais tarde com os sofistas que tomaram o dogmatismo como uma doutrina ríspida jamais aceita no campo da filosofia.
2 O Ceticismo
A palavra ceticismo provem do grego e significa exame, trata de uma corrente doutrinária que defende o constante questionamento em relação à possibilidade do homem atingir o conhecimento verdadeiro absoluto sobre qualquer questão, mesmo em conclusões obtidas através do método empírico (tentativa e erro). No entanto se contradiz ao assegurar que é impossível o alcance do conhecimento verdadeiro, pois já estaria supondo uma verdade – a verdade que não há nada verdadeiro.
Enquanto o dogmatismo enche o pensador e o pesquisador de exagerada
confiança em face da capacidade da razão humana, o ceticismo mantém desperto o sentimento do problema. Crava o aguilhão da dúvida no peito do filósofo, fazendo que este não se aquiete diante das soluções já dadas a um problema, mas continue lutando por soluções novas e mais profundas.(HESSEN,2000,p.28)
Para os céticos, não é possível que se estabeleça o que é correto, incorreto, real ou irreal. Eles defendem que o conhecimento é relativo, dependendo das condições em que o objeto analisado se encontra e a realidade que o sujeito possui. Dessa forma, é correto afirmar que eles preferem adotar uma postura neutra e não fazer julgamentos diante das questões.
Desse modo, a única ressalva sobre verdade e na qual se fundamenta a filosofia cética é que os acontecimentos do universo estão completamente fora do alcance intelectual humano.
- O Subjetivismo e Relativismo
Pode-se dizer que de certa forma o ceticismo, o subjetivismo e o relativismo e o andam juntos, pois enquanto o primeiro prega a inexistência de uma verdade absoluta, os outros dois defendem que há, porém de forma limitada. O subjetivismo defende que a verdade existe de forma individual, e vai depender do sujeito que a julga. O relativismo, como o próprio nome diz, defende que a verdade é relativa, sendo ela limitada aos fenômenos externos bem como a influencia do meio ambiente entre outros fatores determinantes ali contidos.
Hassen (2000, p.30) pensa que “no fundo, subjetivismo e relativismo são ceticismos, pois também negam a verdade, não diretamente, mas indiretamente, na medida em que contestam sua validade universal”.
Mais um fator comum entre as três correntes doutrinárias é o fato de se contradizerem. Enquanto o ceticismo afirma que “não há verdade absoluta” o subjetivismo diz que “toda verdade é subjetiva” e o mesmo acontece com o relativismo que defende que “toda verdade é relativa”. Ao assegurarem essas afirmações acabam por questionarem as mesma, pois já que não há verdade, ou ela é subjetiva ou relativa, as suas defesas não seriam totalmente verdade.
- O Pragmatismo
Constituída a partir da palavra grega pragma, que tem haver com prática, com excelência, busca pela utilidade, o pragmatismo foi constituído nos Estados Unidos no final do século XIX e tem como característica principal a defesa de que a verdade só pode ser alcançada através de consequências obtidas por meio da prática.
Para os pragmáticos as ideias são provisórias, e as relevâncias das informações dependem da relação entre o sujeito e o ambiente, dessa forma as verdades podem sofrer alterações e se tornarem variáveis.
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