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A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE SEMENTES CRIOULAS

Por:   •  1/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  717 Palavras (3 Páginas)  •  220 Visualizações

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        REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE SEMENTES CRIOULAS

Gonçalves, Iara

RESUMO:....

ABSTRACT:....

INTRODUÇÃO

A evolução da agricultura mundial, em particular no Brasil, tem levado à ocorrência de vários problemas preocupantes a toda a sociedade: a erosão genética, a redução do número de culturas de importância socioeconômica e o empobrecimento do segmento que caracteriza a agricultura familiar. O modelo da revolução verde levou à simplificação dos sistemas produtivos tradicionais, altamente complexos e diversificados, e à substituição das cultivares tradicionais por cultivares modernas e híbridas, altamente responsivas a insumos químicos e agrotóxicos (ALTIERI, 2002; MOONEY, 1992).

Observa-se atualmente um número bastante reduzido de cultivares que são utilizadas comercialmente e extensas áreas ocupadas por uma única cultivar (ANUARIO..., 2010), tornando tais sistemas agrícolas altamente instáveis. As consequências foram, além da perda acelerada da biodiversidade e do germoplasma crioulo utilizado, a perda do conhecimento tradicional e da prática associada para selecionar plantas e sementes de diferentes culturas.

        Uma das principais características vinculadas as sementes chamadas de comercias, ou seja, não crioulas, é a uniformidade de uma população com genótipos muito próximos ou idênticos. Esta uniformidade fica ainda mais evidente quando se cultiva este tipo de sementes em lavouras homogêneas, como monocultura, sem mistura de espécies ou variedades. Já em elação ás variedades crioulas, é largamente difundido um cenário dististo e oposto. Uma visão típica entre amostras de sementes comerciais e crioulas pode ser observada, por exemplo, em espigas de milho (zea mays), que variam entre espigas extremamente uniformes até aquelas variegadas. Pode –se observar que são dois tipos distintos em suas características morfológicas: forma, arranjo e cor das sementes, mas cada uma delas bem uniforme. (FREITAS, 2005)

A remoção de genótipos de seus habitats pode levar à perda de genes e proteínas condicionantes de adaptabilidade específica, que maximizam a capacidade de sobrevivência e, sob o ponto de vista da produção, levam a um maior retorno econômico. Tais genes e proteínas também paralisam o processo de coevolução planta-patógeno e impedem a possibilidade de seleção das plantas in situ (BARBIERI; CARVALHO, 2001).

A agricultura moderna tem se preocupado sobremaneira com o desenvolvimento de novas cultivares de plantas, com foco no aumento da produtividade física das culturas, além de outros caracteres de importância agronômica – cultivares essas altamente responsivas aos insumos modernos (ALTIERI, 2002; MOONEY, 1992). Entretanto, os sistemas de cultivo predominantes na agricultura familiar são caracterizados pela produção de alimentos de qualidade nutricional diferenciada, fundamentais para a segurança alimentar, e com baixa utilização de insumos sintéticos.

Davis (2009) constatou que cultivares tradicionais e crioulas de milho, trigo e hortaliças são mais ricas nutricionalmente que as cultivares modernas, propiciando alimentos mais saudáveis à população. A produção de sementes dessas cultivares poderia tornar-se opção de renda aos agricultores familiares e suas associações, ao serem colocadas no mercado. Entretanto, constata-se baixíssimo aproveitamento do grande número de variedades crioulas existentes na agricultura familiar em programas de melhoramento ou diretamente para cultivo. Porém, observa-se que a produção mundial de grãos tem sido suficiente para alimentar toda a população do planeta – as deficiências nutricionais existentes concentram-se nas áreas rurais de países em desenvolvimento e estão relacionadas a problemas de distribuição de renda e acesso ao alimento (102G. A. P. Bevilaqua et al. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 31, n. 1, p. 99-118, jan./abr. 2014) (ABRAMOVAY, 2010).

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