A Simulação Criativa Prototipagem e o Teste de Produto como Elementos de Competitividade

O que é Simulação e Criatividade

Segundo Pegden (1990) “a simulação é um processo de projetar um modelo computacional de um sistema real e conduzir experimentos com este modelo com o propósito de entender seu comportamento e/ou avaliar estratégias para sua operação”. Considera que simulação seja a reprodução de situações reais e sua aplicação executada repetida vezes a fim de analisar resultados, o que se confirma na definição de Kelton, Sadowski & Sadowski que diz “simulação é o processo de projetar e criar um modelo em um computador de um sistema real ou proposto para o propósito de conduzir experimentos numéricos para nos dar uma melhor compreensão do comportamento de um dado sistema dada uma série de condições.”

A simulação deve estar acompanhada da criatividade que “é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e reatestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados” (Torrance, 1965).

Origem da Simulação

A simulação teve seus primórdios antes mesmo das grandes invenções tecnológicas, supõem-se que tenha origem na china por volta de 3.000 a.C, onde usavam de representações em tabuleiros dos campos de batalhas, mas seu desenrolar foi, de fato, durante as Guerras Mundiais. Sua finalidade era o desenvolvimento do pensamento estratégico para os fins militares, expor os novos soldados a situações mais próximas das que encontrariam na atuação real sem o fator de risco a vida.

Na década de 50, a pratica da simulação computacional era executada nos conhecidos mainframes ainda com foco militar e o custo para o seu desenvolvimento era bastante elevado. Passando pela década de 70, na qual a utilização da simulação começou a mudar de ares e estava sendo implementada na montagem de automóveis com a visão de resolver problemas de segurança e otimizar a produção.

No final da década de 90, a simulação se tornou popular e seu uso se tornou amplamente empregado no mercado graças ao barateamento das tecnologias e o aumento da capacidade de processamento dos computadores.

Com a evolução das condições reais as simulações vão sendo aprimoradas para se adaptarem aos novos desafios de reproduzir a realidade.

Simulação Criativa

O objetivo principal do estudo da simulação é melhorar a qualidade das decisões administrativas (SHANNON, 1975). E segundo Van Norman (1992) a simulação é uma das principais ferramentas gráficas visuais a serem utilizadas no futuro para a simulação de manufatura. Sobre a visão de Lobão & Porto (1996), existe a tendência de os simuladores de eventos discretos apontarem a sistemas interativos e inteligentes, nos quais serão largamente empregadas técnicas de realidade virtual, inteligência artificial e sistemas especialistas.

A realidade virtual é extremamente consumida como entretenimento nos dias atuais, mas empresas na área de manufatura também usufruem dos recursos de realidade virtual como uma forma de poupar recursos e mão de obra na construção de situações de testes em protótipos físicos. A simulação de equipamentos, treinamento de funcionários, validação do planejamento da produção, visualização de layouts de fábricas e protótipos de produtos estão sendo utilizados com o auxílio da realidade virtual (Valério Netto et. al., 1998). O auxilio desta tecnologia juntamente com o modulo de animação permite ao usuário aprofundar-se no realismo do sistema, permitindo extrair maiores detalhes na sua exploração.

A realidade virtual pode ser aplicada em diversas áreas da manufatura, como: planejamento de fábricas, simulação da produção, auxílio na divulgação de produtos, validação de protótipos e treinamento de funcionários. Para a formação de jovens profissionais na área empresarial, os quais necessitam desenvolver diversas habilidades como, criatividade, flexibilidade, dinâmica, proatividade, etc. Fora aplicado um treinamento utilizando de jogos empresariais que submetiam estes jovens a diversas situações problemas, seus orientadores afirmam que o nível/curva de aprendizagem aumentou significativamente.

Penso que uma boa simulação oferece oportunidades para um debate rico e aprendizado valioso, mesmo se os resultados das equipes não forem os previstos. Penso, também, que a diversidade de resultados representa um dos pontos fortes de uma boa simulação. (Professor Robert D. Austin, Harvard Business School).  

Estudos, realizados por Kozak e Wittenberg (1993), evidenciam que treinamentos os quais fizeram uso da tecnologia de simulação apresentam resultados eminentes a treinamentos habituais. As vantagens de aplicação são atraentes as companhias e há diversas empresas especializadas em softwares de ambiente virtuais.

Na área de simulação de chão de fábrica está havendo um grande esforço de empresas de simulação e universidades para desenvolver ambientes funcionais de realidade virtual. Nas indústrias automobilísticas é de grande importância os testes nos automóveis fabricados antes que cheguem ao consumidor final, a Fiat Chrysler Automóveis (FCA) foi a primeira empresa a utilizar o IC.IDO (software francês ESI) no Brasil com sede em Betim (MG), segundo a Fiat o investimento foi de R$ 1 milhão, mas a própria também afirma ter recuperado este valor com apenas oito meses de uso do simulador. Entre as ferramentas utilizadas nesse processo em especifico são os óculos 3D, Joysticks e a tela de projeção. Dentro desta inovação está, o que se diz, conceito Digital Twin, onde primeiro cria-se e testa processos antes de serem implementados fisicamente. Outro exemplo da mesma área e da Renault na planta no Paraná, com o uso de óculos de realidade aumentada pelos inspetores de produção. O equipamento traz imagens com os padrões de cada modelo da marca e exibe sinal visual e sonora ao usuário do óculo quando encontrado alguma irregularidade.