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A análise do uso do termo empreendedorismo na literatura de gestão organizacional

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Por:   •  31/10/2013  •  Trabalho acadêmico  •  4.387 Palavras (18 Páginas)  •  565 Visualizações

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Revista Pensamento & Realidade

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Ano IX – v. 26, n.1/2011

EMPREENDEDORISMO: DO HERÓI SCHUMPTERIANO AO EXECUTIVO DE

SUCESSO

Wilson Trevisan1

Maria Cristina Sanches Amorim2

Flávio Morgado 3

RESUMO

O objetivo do artigo é analisar o uso do termo empreendedorismo na literatura sobre gestão

organizacional. A discussão do empreendedorismo e do chamado empreendedorismo

corporativo (ou, intra-empreendedorismo) é apresentada a partir das definições pioneiras de

economistas, com destaque a Joseph Alois Schumpeter, e do sociólogo Wright Mills. Esses

são cotejados com as contribuições de autores do campo de gestão das organizações. O exame

da literatura mostra que o uso da expressão empreendedorismo, nascida no contexto da

revolução industrial, a partir do final do século XX, foi ampliado para compreender

comportamentos nas grandes organizações, aproximando-se de temas como liderança e

motivação. Na versão pioneira, empreendedor é exclusivamente o empresário que arrisca seu

capital; na versão para as corporações, é o burocrata oportunista descrito por Mills ou, o líder

motivado que arrisca capital alheio.

Palavras chave

Empreendedorismo, intraempreendedorismo, empreendedorismo corporativo.

ABSTRACT

The purpose of this paper is to analyze the use of the term entrepreneurship in the literature on

organizational management. The discussion of entrepreneurship and the so-called corporate

entrepreneurship (or intrapreneurialism) is presented based on the definitions of pioneering

economists, notably Joseph Alois Schumpeter, and the sociologist C. Wright Mills. These are

collated with the author's contributions to the field of organizational management. The

examination of the literature shows that the use of the term entrepreneurship, appear in the

context of the industrial revolution, from the late twentieth century, was expanded to

understand behavior in large organizations, approaching topics such as leadership and

motivation. In the early version, is the entrepreneur, who risks his own capital; for

corporations, the opportunistic bureaucrat is described by Mills as a motivated leader who

risks the other people’s capital.

Keywords

Entrepreneurship, intrapreneurialism, corporate entrepreneurship.

1

Wilson Trevisan – administrado, mestrando em administração e participante do núcleo de pesquisa Regulação

Econômica e Estratégias Empresariais da PUC/SP.

2

Maria Cristina Sanches Amorim – economista, professora do programa de pós-graduação em administração e

coordenadora do grupo de pesquisa Regulação Econômica e Estratégias Empresariais da PUC/SP.

<cris.amorim@pucsp.br>

3

Flávio Morgado – matemático, professor do programa de pós-graduação em educação em saúde e pesquisador

do núcleo de pesquisa Regulação Econômica e Estratégias Empresariais da PUC/SP. <fmorgado@pucsp.br>

Revista Pensamento & Realidade

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Ano IX – v. 26, n.1/2011

1. Introdução

O termo empreendedorismo tem apelo positivo na sociedade capitalista, que valoriza o

individualismo e a meritocracia. Histórias de negócios – ou até mesmo de carreiras – bem

sucedidas são muito exploradas pela mídia. Nessas, o empreendedor é personagem central,

causa primeira para o sucesso financeiro das organizações, um tipo próximo ao do herói

mítico: atende a um chamado, enfrenta terríveis dificuldades e finalmente triunfa. Assim

como os mitos, sua experiência é transformada em exemplo, fomentando vasta literatura sobre

como ser empreendedor, como formá-lo, etc.

No campo dos debates econômicos, os interesses associados à pequena e média

empresa e até mesmo ao terceiro setor, igualmente emulam a figura do empreendedor, visto

como responsável pelo aumento da oferta de empregos, melhor distribuição da renda e

desenvolvimento nacional. Novamente, não faltam exemplos de países e setores nos quais o

empreendedor figura com destaque. Daí os programas de apoio à PME, incubadoras de

empresas, entre outros.

No Brasil, a literatura voltada para os estudos de gestão, sob forte influência de

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