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A classificação de crédito do Brasil

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Por:   •  4/6/2014  •  Artigo  •  539 Palavras (3 Páginas)  •  361 Visualizações

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erspectiva ‘negativa’ pela Standard & Poor’s na madrugada desta quarta-feira completou a avaliação de risco de crédito do Brasil que vinha sendo realizada pela agência – nesta etapa. O alinhamento dos ratings dos bancos a um degrau mais baixo era consequência esperada pelo histórico alinhamento das classificações individuais de risco de crédito ao patamar definido para o risco soberano, da República do Brasil, anunciado há dois dias. E imediatamente aplicado à Petrobras, Eletrobrás e Samarco, trinca que também passou à perspectiva ‘negativa’. É improvável que o encerramento do trabalho da S&P, desta vez em tempo recorde, venha a conturbar o ambiente no mercado financeiro, onde imperou a calmaria ontem – primeiro dia de negócios após o rebaixamento da nota do Brasil e da promoção da perspectiva do país de ‘estável’ para ‘negativa’. A calmaria foi positiva sem dúvida, mas intrigante.

Seria compreensível se num momento como este, já experimentado no passado, o mercado financeiro -- especialista que é em criar oportunidades para ganhar dinheiro --, rodasse a baiana e desse uma guinada nos preços dos ativos. O mercado não rodou a baiana e os ativos não deram uma guinada. O real se valorizou frente ao dólar mais uma vez, o risco país calibrado pelo Credit Default Swap (CDS) cedeu, os juros futuros cotados na BM&FBovespa caíram pra valer e o Ibovespa venceu mais um dia.

O rebaixamento da nota brasileira não era consenso no mercado e o anúncio da decisão da S&P não estava no programa de ninguém de fora ou de dentro do governo. Mas o fato de o país não perder o grau de investimento e ter a perspectiva elevada propiciou o desencaixe de dólares de hedge agora desnecessário com o desenlace de uma condição que poderia ser crítica, caso o país perdesse o investment grade, o que ajudou na redução das cotações. Como é praxe no mercado, ontem os bancos puxaram a abertura dos negócios, balizando os ativos. Cumprido o ritual, prevaleceu o silencioso poder das tesourarias e suas posições proprietárias, disponíveis à movimentação, que poderiam blindar o sistema de eventuais especuladores, se necessário. Não foi.

O estado de prontidão de algumas instituições não passou despercebido. Observadores habituados à rotina das operações financeiras chegaram a interpretar tamanha disciplina como um gesto de colaboração dos bancos com o governo. Essa leitura não é exata, mas não é despropositada. Não tem banco bonzinho. E é um equívoco supor que as instituições mudaram de lado, aderiram à candidatura de Dilma Rousseff à reeleição e – radicalizando -- decidiram fortalecer o real, bater no juro e dar piruetas com as ações na tentativa de desmoralizar a S&P porque a agência nos colocou num lugar menor entre outros países. Isso não aconteceu.

Os bancos estão onde sempre estiveram: acoplados à história econômica e política do Brasil. É fato, porém, que nas últimas (muitas) semanas, os bancos foram espectadores (nada indiferentes) da tensão crescente na seara política que rompeu fronteiras corporativas. E aqui está a origem da próxima etapa de avaliação do rating do Brasil

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