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A participação do ciclo da borracha brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial

Por:   •  15/3/2019  •  Seminário  •  1.422 Palavras (6 Páginas)  •  281 Visualizações

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A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO E DA BORRACHA DURANTE A SEGUNDA GUERRA

Uma análise da participação do Estado brasileiro e do ciclo da  borracha durante a Segunda Grande Guerra

José Paulo Meira Neto
201520507111

Professor Elias Jabbour

Formação Econômica do Mundo Contemporâneo

A PARTICIPAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

O que levou o Estado brasileiro, à época sob liderança do nacionalista Getúlio Vargas, entrar na Segunda Guerra? Uma série de fatores colaborou e fez com que expedições brasileiras fossem enviadas a Europa e tivessem participação fundamental na derrota do Eixo na Segunda Guerra.

O primeiro e principal fator foi a inteligência de Vargas. Sem isso, dificilmente o Brasil teria entrado na guerra. Mas quais os objetivos varguistas nisso? A Segunda Guerra deu-se justamente no período do Estado Novo varguista, com características ditatoriais, mas também com características nacionalistas, de desenvolvimento da indústria brasileira, do agronegócio, das exportações e também do sentimento nacionalista do país, nunca antes estimulado.

Fatalmente o jogo de interesses foi determinante para a escolha do lado que o Brasil tomaria em sua participação na guerra. Muito se dizia da “semelhança ideológica” que Vargas tinha com os líderes da Alemanha e da Itália. Não há como lembrar o envio da judia Olga Benário, mulher de Luiz Carlos Prestes, ao líder da Alemanha. O Brasil tinha boas relações comerciais com o Eixo. Durante muito tempo vigorou um acordo entre o Brasil e a Itália, onde os italianos mandariam  submarinos ao Brasil em troca de algodão e outros produtos agrícolas. Muitas armas alemãs foram vendidas ao Brasil. Porém não passava disso.

Vargas tinha muito interesse em manter a neutralidade, já que também não queria criar conflito com o Estados Unidos, país vizinho e muito rico que poderia render bons frutos aos planos de desenvolvimento nacional de Vargas ,principalmente com a possibilidade da invasão norte-americana ao Nordeste brasileiro ,caso o Brasil se alinhasse aos fascistas. Por essa neutralidade de Vargas que surgiu à época a frase “ é mais fácil uma cobra fumar que o Brasil entrar na guerra”. Posteriormente, em ironia a essa frase, o lema da Força Expedicionária Brasileira foi “a cobra está fumando”, e o emblema da FEB era uma cobra com um cigarro na boca.

Mas quem acabou obtendo o apoio brasileiro foi o Estados Unidos. Fatores como a ingerência nos assuntos internos brasileiros por parte de Hilter e Mussolini, a dificuldade de relação comercial entre os países devido aos bloqueios marítimos por parte da Inglaterra, a política de boa vizinha  americana e principalmente os apoios comerciais, financeiros e industriais que os Estados Unidos deram ao Brasil foram determinantes. Há quem diga também que as ameaças americanas de invasão ao solo nordestino caso o Brasil não se alinhasse aos americanos também gerou certo receio e influenciou na decisão de Vargas.  

O estopim para a entrada brasileira na guerra foi o bombardeamento de submarinos da marinha brasileira por parte da Alemanha, em retaliação a aderência brasileira ao Tratado do Atlântico ( que previa o alinhamento automático caso algum país da América fosse  atacado por alguma potência de fora), como fora dito pelo próprio ministro e uma das figuras centrais do regime nazista, Joseph Goebbels. Com isso, em meio a manifestações populares e a pressão americana, Vargas declarou guerra ao Eixo em agosto de 1942.

Mas só em 1944, um ano após a criação da Força Expedicionária Brasileira e dois após a declaração de guerra que  25.000 mil homens foram mandados ao combate na Itália.

O papel do Estado ficou evidente nas negociações na escolha do lado (barganha nacionalista). Graças a incrível perspicácia de Vargas, o Brasil conseguiu tirar do papel a Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, com o dinheiro enviado dos americanos em troca  do apoio brasileiro. A CSN vigorou durante muitos anos como uma das maiores companhias de siderurgia do mundo, contanto com importante participação na produção de materiais oriundo do ferro no país. Foi um marco no Brasil e que teve papel importante posteriormente na alavancagem da indústria automotiva no país.

Outro ponto que o Estado brasileiro teve vitória foi no desenvolvimento do espírito nacionalista. Nenhum outro governo até aquele momento teve uma preocupação em promover uma união nacional, um modelo onde privilegiava a nação. Até a entrada de Vargas, a burguesia apenas tinha identificação com os estilos elitistas europeus e o povo, de maioria analfabeta e de zero escolaridade, não tinha identificação com nada de nosso país, com zero conhecimento sobre o país que nasceu e com nenhum sentimento de posse por esse. A guerra ajudou Vargas a desenvolver isso.

Houve uma maçante propaganda feita pelo Departamento de Impressa e Propaganda, o DIP, braço direito na consolidação da imagem de líder e pai dos pobres de Vargas. Essas propagandas exaltavam a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial e fizeram com que o povo, principalmente os mais humildes tivessem orgulho do país. Pessoas foram às ruas para comemorar a brilhante e fundamental vitória da FEB em Monte Castelo, em um momento crucial da guerra. As crianças eram incentivadas a exaltar a bandeira e o hino nacional. Além do nacionalismo sentimental, o nacionalismo na produção também foi posto em prática pelo governo. A já falada CSN foi a principal conseqüência disso, mas  a Hidrelétrica do São Francisco, a Vale do Rio Doce e outras obras foram de suma importância para o desenvolvimento do país.

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