Análise Econômica e Economia Política

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Curso: Ciências Socioambientais

Disciplina: Economia e Ecologia – 1.º Período

Professores: Roberto Luis de Melo Monte Mor, Edson Paulo Domingues

Aluna: Renata Almeida de Jesus

Resenha do texto: “Análise Econômica e Economia Política” - Carlos Lessa.

Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa, mestre em Análise Econômica e Doutor pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, nos apresenta através de seu texto uma discussão sobre a formação do economista e como o objeto de estudo molda o perfil do profissional que está sendo formado.

O autor inicia seu texto mostrando os dois possíveis caminhos a serem seguidos pelos estudantes de economia, sugerindo uma reflexão sobre qual o objeto próprio desta ciência. Para Lessa, existem dois objetos de conhecimento distintos, com abordagens próprias para os diferentes temas e que não interagem entre si.

O primeiro deles é chamado de “análise econômica”, no qual baseia-se no estudo da escassez de materiais relacionando-a com a escolha de opções segundo critérios. O segundo objeto, que trata do estudo das leis sociais que regem os processos de produção e repartição de bens e serviços, é chamado “economia política”. Á medida em que, a formação do economista se desenvolve, este opta por qual caminho deve seguir, por qual objeto deve se orientar.

Uma das diferenças apontadas por Lessa para os dois objetos, é que ambos possuem características metodológicas distintas. Enquanto, a análise econômica apresenta o caráter de uma ciência atemporal, a economia política apresenta caráter contrário, pois as suas leis têm vigência definida no espaço e no tempo.

O objeto da análise econômica é uma operação de partição de idéias, que irão formar os conceitos econômicos. Dependendo dos critérios de partição escolhidos, teremos uma determinada coleção de conceitos e dependendo dos conceitos que tomarmos, podemos demonstrar qualquer coisa. Para isso, faz-se necessário alcançar um nível de abstração, já que as relações, que podemos construir com a análise econômica, só são válidas em relação a um universo ideal. Toda a lógica da análise econômica é estabelecida através de relações funcionais de comportamento, pelo qual, determinada variável tem seu comportamento justificado por outra.

O objeto da economia política baseia-se no instrumento da dialética, já que a sua reflexão depende de um momento histórico, o objeto está sempre em mutação. A economia política faz uma operação inversa à da análise econômica, que é a operação da crítica. Ela busca através da interpretação da história colocar em evidência os atores sociais, as estruturas de poder e quais as relações que estes mantêm entre si.

Em uma comparação dos dois objetos temos que, ao tentar explicar com a dinâmica do passado uma configuração do presente, abandonamos o terreno da análise econômica e invadimos o território da economia política, estabelecendo a sinalização da advertência crítica necessária à explicação analítica.

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