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Análise do mercado da cana de açucar

Por:   •  26/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.309 Palavras (10 Páginas)  •  508 Visualizações

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Análise do mercado de cana-de-açúcar no Brasil

Laura Morato Portilho¹, Leonardo Cardoso de Oliveira², Letícia Ferreira dos Santos³, Lisandra de Souza Padua.

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²630799

³630551

630837

Alunos de Engenharia de Produção – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – Sorocaba, SP

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1. Introdução

A cana-de-açúcar tem uma representatividade socioeconômica na história brasileira desde o seu descobrimento. Ainda que os moldes de mercado tenham mudado ao longo da trajetória politica e industrial o mercado da cana-de-açúcar, no formato de seus derivados, tem uma representatividade extremamente forte.

Realizando uma análise histórica da trajetória da cana-de-açúcar, passando desde o período colonial, crise do petróleo, criação do Próalcool e a reinvenção do mercado de álcool no início dos anos 2000, Pode-se obter um prospecto da participação e da presença da cana-de-açúcar na economia brasileira ao longo dos anos.  

Sob a perspectiva de Leite (2007), o etanol era um dos grandes expoentes na matriz energética brasileira e ainda possuía um longo caminho frente às diversas tecnologias em desenvolvimento. Porém diferentemente do esperado, a pedra angular que sustenta o mercado de combustíveis e biocombustíveis ainda não pende para o mercado de álcool.

Por meio de tabelas, gráficos e noticias referentes à influência da cana-de-açúcar, mais precisamente da presença do etanol no mercado de combustíveis, tem-se os diferentes impactos que a tentativa da mudança do combustível fóssil acarretou no mercado brasileiro e mundial.  

2. Histórico do Cultivo da Cana-de-açúcar no Brasil

O cultivo da cana-de-açúcar surgiu no Brasil na época da colonização, por volta do século XVI, com o objetivo de defender e explorar as riquezas deste território que não apresentava importância econômica para Portugal. O tipo do solo brasileiro, propício ao plantio, foi um dos mais influentes motivos para a escolha da cana, além de que o açúcar era um produto com alto valor agregado e em crescente consumo na Europa, podendo gerar muito lucro. Transformando-se na principal atividade econômica da colonização portuguesa no Brasil durante dois séculos.

Segundo Doorembos e Kassam (1979 apud Souza, 2005), as primeiras mudas chegaram ao Brasil em 1532 com Martim Afonso de Souza responsável pela instalação do engenho brasileiro e foi em São Vicente que o cultivo iniciou. Ainda assim, foi o açúcar o produto principal da agroindústria canavieira durante quase cinco séculos, tendo grande volume de exportações, facilitadas pelos pontos privilegiados em que estavam os engenhos, que futuramente evoluíram e se tornaram usinas de cana.

Para Calle et al. (2005), a crise da cana no Brasil começou com o início do cultivo da cana no Caribe que crescia sucessivamente, e como consequência o Brasil perdeu posições na produção mundial. A segunda crise ocorreu devido à extração de açúcar da beterraba pelos holandeses, mudando assim o quadro econômico do país. As crises serviram como aprendizado para a economia brasileira, pois com as dificuldades aprendeu-se a lidar com as variações do mercado de açúcar, além de ter buscado alternativas como o ouro e o café que cresceram e passaram a serem as atividades econômicas predominante do momento.

No século XX iniciaram-se estudos sobre o álcool obtido a partir da cana e foi constatado que por conter 99% de pureza era ideal para misturar com a gasolina para melhorar a rentabilidade do combustível, além de reduzir a emissão de poluentes. Com a crise de 1929, a indústria da cana novamente entrou em crise devido aos preços baixos para a exportação, abrindo espaço para a criação da Comissão de Defesa da Produção Açucareira (CDPA) com o objetivo de criar medidas para evitar excedentes, porem logo foi substituído pelo Instituto do Açúcar e do Álcool, que tinha o objetivo de manter e garantir o equilíbrio do mercado interno (Polasse, 2009).

3. Biocombustível e a cana-de-açúcar

Com a crise do petróleo ao início dos anos 70, houve uma tentativa de substituição massiva dos combustíveis fósseis, o que somatizada a crise da indústria canavieira, que ocorreu no mesmo período, criou as condições necessárias para viabilizar o Programa Nacional do Álcool (Próalcool).[pic 1]

Com o Brasil importando cerca de 80% do petróleo consumido, a produção do etanol como combustível criou um mercado que foi subsidiado tanto pelo setor público quanto pelo privado. Para poder inserir o álcool como combustível na matriz energética brasileira foi necessário um alto investimento na agroindústria canavieira já que a priori o setor só estava apto a atender as demandas dos setores tradicionais. Assim, de 1975 a 1980 foram investidos no Proálcool US$1,019 bilhão, sendo 75% vindos de recursos públicos e 25% de recursos privados (Lopes, 1996). Vale ressaltar que grande parte destes investimentos foram voltados para modernização de destilarias em áreas tradicionais da agroindústria canavieira.  

Na segunda fase do Próalcool, com novos conflitos no Oriente Médio, houve um aumento acelerado nos investimentos na indústria canavieira o que como resultado teve um aumento na produção do álcool hidratado, além das medidas que estimularam o uso do veículo movido exclusivamente a álcool, como redução do IPI (imposto sobre produto industrializado) e da taxa rodoviária única para veículos privados dessa natureza, isenção do IPI para táxis a álcool e o estabelecimento de um limite do preço ao consumidor de álcool hidratado de 65% em relação ao preço da gasolina (Olalde, 1993). Culminando assim na ampliação do mercado estimulando ainda mais os investimentos na expansão da indústria e na compra de maquinas e equipamentos para a produção. Nesse período houve um planejamento voltado para os interesses muito mais aplicado já que todas as mudanças iam de comum acordo à indústria de bens e ao consumidor final.

Ao final da década de 90, foram investidos no programa por volta de US$0,511 bilhão, dos quais 39% capital público e 61% capital privado (Lopes, 1996). Após o auge na segunda fase, esta foi a mais baixa taxa de investimento por parte do governo desde o início, que levaria a uma crise no abastecimento de álcool. Assim, com o desequilíbrio na oferta e demanda do álcool fez com que fosse necessário importá-lo.

Devido ao aumento na produção interna de petróleo, e com a queda do preço do petróleo internacional o governo deixou o programa de lado o que fez com que perdesse todo o subsidio governamental e fosse somente sustentado pelo uso do álcool nos combustíveis e os modelos antigos que ainda dependiam do produto.

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