Bancos Comerciais Internacionais
Por: Deborah Galvani • 2/6/2016 • Resenha • 4.596 Palavras (19 Páginas) • 520 Visualizações
Bancos Comerciais Internacionais
INTRODUÇÃO
Os bancos comerciais são os principais atores dos mercados financeiros internacionais. Desde os anos 60, os negócios bancários internacionais cresceram aceleradamente tanto em termos de escala como de escopo, desenvolvendo uma ampla gama de serviços e atividades. Os anos recentes testemunharam uma onda de fusões entre estes bancos, impulsionadas por fatores como concorrência, globalização, tecnologia e desregulamentação, gerando figuras maiores e mais poderosas.
OS BANCOS E SEUS NEGÓCIOS
A essência dos negócios dos bancos comerciais é o recebimento de depósitos e a concessão de empréstimos. Contudo, os bancos comerciais também oferecem vários outros serviços financeiros, como câmbio, seguros e cartões de crédito. Os bancos comerciais operam em nível atacadista e varejista. As atividades varejistas dizem respeito ao atendimento ao público em geral e às pequenas empresas, tradicionalmente por meio de uma rede de agências; envolvem grande volume de transações de pequeno valor. As atividades atacadistas dizem respeito a negócios com outros bancos (comerciais e de investimento), bancos centrais e outras instituições financeiras, principalmente o mercado interbancário — onde os bancos concedem e tomam empréstimos entre si. As atividades atacadistas envolvem um número relativamente reduzido de transações de alto valor. A atividade dos bancos comerciais internacionais é, fundamentalmente, atacadista.
A gama de atividades conduzidas pelos bancos comerciais varia de país para país. Nos EUA e no Reino Unido, os bancos comerciais, que aceitam depósitos e fazem empréstimos, são em geral entidades separadas dos bancos de investimento e dos bancos mercantis, cujas atividades se concentram na subscrição de papéis e outras do mesmo gênero. Nos EUA
a separação é uma exigência legal determinada pela lei Glass-Steagal, ao passo que no Reino Unido decorre do costume.
Bancos múltiplos, como os existentes na Alemanha e na Suíça, aceitam depósitos, concedem empréstimos e também subscrevem papéis e desempenham várias outras atividades como seguros, gestão de investimentos, além de prestarem serviços de assessoria empresarial. Em outros países o sistema bancário combina elementos de ambos os modelos. Cada vez mais, a diversificação dos negócios bancários está se tornando a norma para os bancos internacionais. No Reino Unido, o “Big Bang” — a desregulamentação do mercado de títulos em 1986 — foi acompanhado pela inclusão das atividades de investimento no âmbito dos bancos comerciais e foi seguido pelo virtual desaparecimento dos bancos mercantis especializados. Até nos EUA, a lei Glass-Steagal perdeu força e é esperada sua revogação. A legislação bancária da União Européia reflete a idéia de que o banco universal é a forma relevante.
ATIVIDADE BANCÁRIA INTERNACIONAL.
A atividade bancária internacional tem duas dimensões: os serviços bancários internacionais e os bancos multinacionais.
“Serviços bancários internacionais” representam o atendimento das necessidades internacionais de clientes como importadores, exportadores ou viajantes, no país ou no exterior. Para tanto, muitos bancos mantêm relações de “correspondência” com um conjunto de bancos no exterior. Como correspondentes, os bancos agem como agentes locais uns dos outros. Fazem e recebem pagamentos, mantém depósitos mútuos e assim por diante. Caso desenvolvam-se relações mais estreitas, podem oferecer outros serviços como informar a classificação de crédito de seus clientes e até passar negócios uns aos outros. A relação de correspondência é a forma mais rudimentar de atividade bancária internacional. Com a maior integração da economia internacional, os bancos passaram a ter presença própria nos mercados externos.
A atividade bancária multinacional assume várias formas:
• Subsidiária: Uma subsidiária estrangeira é uma entidade legal inteiramente distinta do banco matriz. Pode ser de propriedade total da matriz ou ter acionistas locais. Pode ter sido constituída especialmente ou por aquisição de um banco existente. As subsidiárias estão autorizadas a empreender toda a gama de atividades bancárias.
• Filial: Uma filial no exterior é um desdobramento de propriedade total do banco matriz, embora submetida a jurisdições regulatórias locais. A
responsabilidade da matriz pelos prejuízos operacionais permite à filial obter autorização para conduzir todo o espectro das atividades bancárias. O desenvolvimento de um sistema de filiais no exterior permite aos bancos internacionais atender localmente corporações multinacionais clientes. Uma rede internacional também permite aos bancos participarem de forma mais sofisticada dos mercados financeiros internacionais, negociando ao longo de todos os fusos horários de modo a tirar partido da evolução do mercado, reduzindo, assim, o risco de estar mal posicionado.
• Agência: Uma agência assemelha-se a uma filial em termos das responsabilidades do banco matriz. Contudo, as agências não podem captar depósitos locais. As agências são instituídas quando os governos hospedeiros não permitem aos bancos estrangeiros a abertura de filiais. Também pode ser usada quando a principal atividade da operação local é a concessão de empréstimos e o padrão dos empréstimos é tal que uma filial autorizada a captar depósitos acabaria por infringir as normas bancárias — por exemplo, quando há uma grande exposição de empréstimos a poucos clientes.
• Escritório de Representação: Os escritórios de representação funcionam como pontos de contato com bancos e clientes locais, mas não podem captar depósitos ou fazer empréstimos. São criados quando os governos-hóspede não permitem aos bancos estrangeiros abrirem subsidiárias ou filiais, ou como preparação para a criação de uma representação o mais completa como uma subsidiária ou filial.
• Banco consorciado: um banco cuja propriedade está distribuída entre vários bancos e empreende atividades bancárias diferentes daquelas desenvolvidas pelos bancos acionistas. Nos anos 70 muitos bancos deste tipo foram criados para participar dos mercados de euromoedas, especialmente em Londres. Foram prejudicados quando os bancos acionistas começaram a operar por conta própria com euromoedas.
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