Belluzo - Manda quem pode obedece quem tem prejuízo
Por: Carlos Roberto • 9/9/2021 • Trabalho acadêmico • 472 Palavras (2 Páginas) • 108 Visualizações
Carlos Roberto de Moraes Pereira – RA 00129237
Fichamento – Manda quem Pode Obedece quem tem Prejuízo - Belluzo
No início dos anos 70 ocorre o colapso dos arranjos monetários e cambiais pactuados na Conferência de Bretton Woods, em consequência, entre outros fatores, dos novos direcionamentos dos fluxos de comércio provocados pela recuperação econômica das economias europeias e japonesa, que passam a competir por mercados com a produção americana, inclusive dentro dos Estados Unidos, país que passa a conviver com uma realidade de déficit em suas transações com o exterior. Os gastos militares norte-americanos no ambiente da Guerra Fria também drenaram dólares para o exterior, os quais se acumularam nas praças financeiras europeias, sobretudo, levando o governo a suspender a conversibilidade do dólar em ouro em 1971, e a desvalorizar a moeda para enfrentar a concorrência estrangeira, pondo fim às regras vindas de Bretton Woods. O aumento dos preços do petróleo em 1973, aumentou ainda mais o volume de dólares reciclados dos países produtores para os bancos europeus, e norte-americanos.
Tal contexto expressa a combinação de vários elementos, que, em conjunto, decretam o fim do grande crescimento econômico ampliado do pós-guerra, conhecido como consenso keynesiano, por estar muito assentado em um papel mais ativo por parte dos governos nas economias, tipicamente através de políticas fiscais e do crédito.
No novo momento, o dólar se fortalece e os Estados Unidos passam de credores a devedores em sua própria moeda, avança a dívida pública norte-americana e as grandes empresas financeiras passam a atuar em vários segmentos do mercado e multiplicam-se as formas e os produtos ofertados. Os mercados financeiros ficam muito mais destravados, e assumem uma enorme predominância na economia contemporânea. As agências de classificação de risco passam a adquirir grande destaque a partir de então.
A globalização revolucionou a estrutura produtiva mundial. Pode-se constar três grandes transformações concomitantes, a da reorganização da estrutura produtiva, que resultou nas cadeias globais de valor; as fusões e aquisições que transformaram o sistema financeiro, ocasionando a forte redução no número de empresas e, por fim; a centralização da propriedade, que conduziu a economia mundial a ser dominada por um número reduzido de empresas, em geral dos países altamente desenvolvidos.
A realidade econômica que se impunha ganhou correspondência nas propostas políticas a partir de então, e são representativos no início os governos de Margareth Tatcher, na Inglaterra, e de Reagan, nos Estados Unidos. A consolidação desses macros movimentos acabou por afetar todas as esferas da vida social, como, entre outras mencionadas pelos autores, o ensino e a pesquisa em economia, a amplitude das ações dos governos nacionais, o papel que passam a desempenhar as mídias sociais de massa, as relações de trabalho e a distribuição da renda e da riqueza no mundo. Todas essas instituições, a partir de sua inserção específica, se transformaram para se enquadrar aos requisitos dos novos tempos, com resistências variadas.
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