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CANADÁ: UM DESENVOLVIMENTO DO PACÍFICO AO ATLÂNTICO

Por:   •  13/5/2017  •  Relatório de pesquisa  •  876 Palavras (4 Páginas)  •  228 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Este breve artigo objetiva esclarecer – ainda que de modo superficial, o grande desenvolvimento experimentado pela província canadense de Alberta entre a terça parte do século passado e os anos atuais. Para tal fim, faz-se necessária uma primeira análise do modelo de desenvolvimento canadiano, perpassando pela teoria de Harold A. Innis, e da importância dada aos produtos de primeira necessidade para a economia do país – sobretudo às províncias ocidentais.

Em seguida, analisar-se-á o caso específico de Alberta, buscando entender a recente expansão da região, bem como a relação desta com a indústria petrolífera.

CANADÁ: UM DESENVOLVIMENTO DO PACÍFICO AO ATLÂNTICO

O desenvolvimento econômico pelo qual passou a economia canadense no pós-guerra caracterizou-se pelo que foi chamado por Harold A. Innis como um processo de diversificação da pauta de exportação, “onde bens primários lideravam a economia e ditavam o ritmo do crescimento econômico” (Watkins, 2008).  

Se, por um lado, a economia caracterizava-se por seu aspecto rural, com considerável produção de trigo, peles e peixes, por outro o país beneficiava-se com o comércio externo desses artigos, e a renda adquirida multiplicava-se dentro das fronteiras.

Assim, segundo a teoria canadiana de desenvolvimento, houve um processo multiplicador advindo da atividade exportadora, de modo que esta cooperou para o amadurecimento do mercado interno, possibilitando o surgimento de algumas zonas industriais, como as localizadas na região central do país (Shrivastava e Stefanick, 2012).

A política comercial adotada pelo governo central criou nas províncias ocidentais (em verde no Mapa 01), como British Columbia, Saskatchewan, Manitoba e Alberta, economias extremamente dependentes da absorção de seus produtos primários pelo mercado externo.

Como exemplo disto, a proteção das indústrias manufatureiras de Ontario e Quebec, que incentivou o fortalecimento do reduto industrial central, institucionalizou esta tendência, de modo a perpetuá-la.

Mapa 01: Parte ocidental do Canadá, onde a produção de produtos de primeira necessidade tem fundamental importância nas respectivas economias.

[pic 1]

O relativo atraso industrial da província de Alberta, entretanto, não impediu que a região se tornasse uma das mais importantes para economia canadense em pouquíssimos anos.

Embora a indústria e os serviços financeiros pudessem beneficiar-se de amplas economias de escala – internas e externas – em Ontario e Quebec, a descoberta de enormes campos petrolíferos – sobretudo betume - na segunda parte do século XX, associada à sobrevalorização do preço da commodity na virada do milênio trouxe um papel de grande destaque a Alberta, possibilitando um enorme desenvolvimento econômico à província, sobretudo devido à valorização dos termos de troca.

ALBERTA: ATHABASCA, BETUME E PROSPERIDADE

A descoberta de imensa quantidade de reservas petrolíferas dentro das fronteiras da província trouxe consigo grandes expectativas por parte do governo central.

A totalidade das riquezas tornou o país a segunda maior reserva petrolífera do mundo, ficando atrás apenas da Arábia Saudita.

Boa parte do hidrocarboneto, entretanto, está sob a forma de areias de betume em uma região ao nordeste, em Athabasca, Peace River e Cold Lake, também conhecida como Fort McMurray.

Trata-se de uma grande massa de areia, água, argila e betume, que se espalha por uma região de aproximadamente 141.000 quilômetros quadrados (região vermelha do Mapa 02), e torna a região uma das mais preciosas do globo.

Mapa 02: Reservas em Alberta

[pic 2]

 

Neste sentido, vale ressaltar que a grande valorização do preço petróleo – demonstrado no Gráfico 01 - na virada do século cooperou decisivamente para que a província se tornasse um valioso destino de capitais e, até mesmo, de mão de obra especializada, inclusive estrangeira.

Gráfico 01: Preço médio mensal do petróleo e do gás   [pic 3]

FONTE: Itaú BBA

Gráfico 02: Proporção dos novos imigrantes que vêm para Alberta[pic 4]

FONTE: Statistics Canada Labour Force Survey

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