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Capital usurário e capital mercantil

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Por:   •  11/11/2014  •  Artigo  •  753 Palavras (4 Páginas)  •  1.153 Visualizações

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Após a Segunda Guerra Mundial e, com grande intensidade nas décadas de 60 e 70, a multinacionalização acentuou-se, de tal forma, que exigiu nova reestruturação administrativa, aumentando, ainda mais, a demanda por serviços externos, como finanças, contabilidade e assessoria jurídica, por exemplo, como a

Capital usurário e capital mercantil

Os produtos de luxo escoados pelo comércio internacional supõem, para serem consumidos por uma economia essencialmente natural, um equivalente em dinheiro. O capital usurário apropria-se de uma parte da renda fundiária feudal e provoca a dívida geral da nobreza. Ele submete os próprios príncipes, reis, e imperadores, financiando as suas guerras e consumo de luxo. A economia monetária estende-se (nomeadamente com a aparição da renda fundiária em dinheiro), a usura apodera-se de todas as classes da sociedade, nomeadamente por intermédio dos empréstimos sob penhora. Numa economia essencialmente natural, o detentor do capital-dinheiro é primeiro um estrangeiro (Sírio, Judeu, Lombardo, banqueiro italiano na Idade média na Europa). Mas com a generalização da economia monetária, uma classe de proprietários autóctones de dinheiro aparece progressivamente, acabando por eliminar muitas vezes a dominação de detentores de capitais estrangeiros a partir do momento que é transposta uma etapa determinada de desenvolvimento económico.

O início do desenvolvimento do comércio internacional fez aparecer o capital mercantil ao lado do capital usurário. Esse capital financia inicialmente empresas arriscadas, mas que asseguram um lucro bastante elevado (expedições de pirataria, caravanas em direcção à Ásia e África). Pouco a pouco, ele organiza-se (as primeiras sociedades por acções, dupla contabilidade), normaliza-se (zona da Liga Hanseática) e institucionaliza-se (grémios, feiras). Cria os instrumentos típicos do crédito capitalista, que são os antepassados de todo o nosso sistema monetário contemporâneo (letras de câmbio, moeda escritural, papel-moeda, acções, títulos de dívida pública negociável).

O capital manufactureiro

As grandes descobertas dos séculos 15 e 16 provocam uma verdadeira revolução comercial: o que ainda ontem era luxo, (açúcar, especiarias, ornamentos em metais preciosos, café) está agora ao alcance de largas camadas da população. O capital mercantil e os grandes bancos fundem-se e financiam tanto o comércio marítimo regular de grande distância como a exploração sistemática de riquezas coloniais (Companhia das Índias orientais). Da resposta do capital comercial às limitações impostas à produção no seio das cidades dominadas pelos ofícios de artesãos, bem como dos lucros nascidos do comércio colonial (pilhagem das colónias, tráfico de Negros, "comércio triangular") nasce o capital manufactureiro, que é a primeira penetração do capital na produção propriamente dita. São os comerciantes-empreendedores que organizam, no campo ou nas cidades outrora pequenas, uma indústria têxtil ou metalúrgica no domicílio, depois, manufacturas nas quais os produtores, transformados em proletários, são reunidos e colocados sob o controlo permanente de vigilantes: trata-se de realizar uma divisão do trabalho mais avançada e de limitar os roubos e as imperfeições.

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