DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Por: rafera35 • 2/4/2015 • Trabalho acadêmico • 528 Palavras (3 Páginas) • 389 Visualizações
No início dos anos 1970, a distância entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos começou a aumentar significativamente. A renda das pessoas nos países subdesenvolvidos quase não se alterava, enquanto nos países ricos aumentou de maneira expressiva no período compreendido entre 1975 e 1990.
Também a partir dos anos 1970, um rearranjo no Sistema Bretton Woods ocorreu. Sobrecarregados pelos gastos com a Guerra do Vietnã e com um crescente desequilíbrio em sua balança comercial e em suas contas internas, os Estados Unidos perceberam que seus aliados começavam a abrir mão do dólar, comprando diretamente o ouro físico em seus estoques. Para salvaguardar sua moeda e o poder de hegemonia econômica que ela lhe garantia, o governo norte-americano resolveu acabar com a paridade dólar-ouro.
Em 15 de agosto de 1971, o presidente Richard Nixon tomou essa decisão, ratificada pelo FMI em 1973 (FIORI, 1999). O ouro não iria mais garantir o valor do dólar, e sim a palavra e a influência do governo dos Estados Unidos, respaldadas pelo seu tesouro nacional e pela emissão dos títulos da dívida do país, conhecidos como, treasuries.
Em 1973, uma nova crise, agora nascida no Oriente Médio, fez com que o governo dos Estados Unidos adotasse novas medidas, com impactos no mundo inteiro. O conflito entre árabes e israelenses, na chamada Guerra do Yom Kippur, levou os países árabes membros da Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) a inicialmente suspender o fornecimento e depois aumentar em quatro vezes o preço do barril de petróleo.
Essa medida fez com que um efeito em cascata de aumento de preços de outros produtos atingisse todos os países do mundo, gerando uma inflação global.
Para fazer frente a mais este desafio, os norte-americanos aumentaram no final daquela década o valor dos juros de seus títulos públicos, encarecendo o custo do dinheiro no mundo inteiro, ou seja, todo tipo de empréstimo ficaria muito mais caro. Isso afetou diretamente os países subdesenvolvidos, que possuíam grandes dívidas com os países ricos. Do dia para a noite, eles se viram envolvidos por dois problemas gigantes: uma dívida externa enorme e uma inflação crescente.
O Brasil não passou incólume por este processo. Sentindo os reflexos da crise do petróleo e do aumento da taxa de juros promovida pelo FED (Federal Reserve), o Banco Central dos Estados Unidos, o país parou de crescer, a inflação dos preços aumentou assombrosamente, assim como aumentaram o desemprego e a pobreza, e o país entrou na década seguinte em profunda crise. Este fenômeno se reproduziu em quase todos os países subdesenvolvidos no período. A crise foi tão grave que entre os economistas brasileiros os anos 1980 ficaram conhecidos como a década perdida.
Subitamente, com os juros mais altos, o volume das dívidas externas dos países do Terceiro Mundo se multiplicou. Como resultado, diante dessa crise, eles empobreceram ainda mais. Em acréscimo, o aumento da distância tecnológica entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos fez com que estes últimos ficassem ainda mais defasados em um cenário de concorrência internacional.
Para os países do Terceiro Mundo, duas décadas de graves crises inflacionárias, baixo crescimento e instabilidades políticas acabaram por transformá-los em laboratórios perfeitos para as experiências de globalização, que marcariam
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