Decadência do Café
Por: Gleison Alencar • 7/5/2019 • Resenha • 832 Palavras (4 Páginas) • 229 Visualizações
O declínio do café
Na década de 1890, o brasil produzia cerca de 70% do café mundial, o que lhe dava um grande poder de influenciar na oferta. Era o produto que sustentava a economia brasileira, cerca de 60% das fontes. Entre 1890 e 1910 o numero de pés de café no nordeste paulista triplicou e ali virou o maior foco da produção cafeeira do país, esse número foi graças a produção do café em terras roxas, que teve um resultado de ótima qualidade para o café ali plantado. Os concorrentes nacionais não apresentavam força para os paulistas, e internacionais como a África e Colômbia não alcançavam uma produção necessária para concorrer com os brasileiros
O Brasil era café, com o cenário prospero a implantação de ferrovias nas áreas tradicionais otimizaram o transporte e com a terra roxa recém ocupadas qualificavam a mercadoria que inicialmente era escoada pelo rio Mogi. O novo governo republicano com grandes interesses nos cafeicultores passou a incentivar a expansão da cultura. O consumo teve um aumento significativo nos Estados Unidos e Europa, absorvendo toda a produção brasileira voltada a exportações
A primeira crise do café veio em 1897, a insegurança rondava toda a classe produtora que não estava preparada para aquela situação. O poeta Vicente de Carvalho que também era produtor de café, divulgou uma série de artigos em O estado de São Paulo com soluções para a crise cafeeira e futuramente em 1901 veio a lançar seu livro. Ali continha um abaixo assinado dos principais cultivadores do café para até uma redução de estoque e com uma hipótese em queima de café, o que não foi feito naquela época.
No século XX o problema de superprodução se agravada, o governo de São Paulo chegou a criar um imposto para evitar novas plantações de café, mas isso não adiantou muito, com condições climáticas muito favoráveis, os produtores de café em São Paulo tiveram uma safra extraordinária em 1906/7 com 15 milhões e 408 mil sacas e o consumo mundial era de 16 milhões. Os preços do café em Santos caíam bastante, o que levou a se pensar até em uma intervenção do governo.
O convênio de Taubaté foi o primeiro plano oficial de valorização do produto, políticos e fazendeiros paulistas, mineiros e fluminense reuniram-se em 1906 na cidade de Taubaté em buscas de soluções para a crise, ali estabeleceram um preço mínimo para a saca do café, intervenção estatal no mercado que comprava os excedentes, as compras eram financiadas por capital estrangeiro. Essa política foi implantada no governo de Afonso Pena (1906/1909). Com o passar do tempo, quem mais beneficiava-se era os banqueiros internacionais e as casas comissárias, comprando o café em baixo custo e vendendo-o na alta.
A segunda intervenção se deu durante a primeira guerra mundial, com a baixa do preço os cafeicultores paulistas exigiram que o governo federal o socorresse com um empréstimo de cem mil conto de réis. O impacto da queda nos preços atingiu em cheio os cafeicultores, que vinham ampliando as plantações incentivados pelo crescente comércio do produto desde o final do século 19. Nos anos 1910, pouco antes do início da Primeira Guerra, a economia cafeeira turbinava a inauguração de trilhos entre Minas, Rio de Janeiro e São Paulo.
A terceira intervenção veio após uma redução de preço no café de 50%, pressionado pelos cafeicultores Epitácio Pessoa a comprar o café com recursos obtidos junto a carteira de redescontos do Banco do Brasil, com o crescente volume da operação o Brasil precisou pegar um empréstimo de 9 milhões de libras esterlinas que deveriam ser pagas em 30 anos, mas com a venda dos estoques em 1924 fez com que reduzisse para 10 anos.
O erro da política de valorização do café estava em não se terem levado em conta as características próprias de uma atividade econômica de natureza tipicamente colonial, como era a produção do café no Brasil. Com a crise de 1929 havia uma tendência a baixa de preços dos produtos coloniais, e manter o preço elevado do café iria criar condições para que o desequilíbrio entre a oferta e demanda se aprofundasse cada vez mais. Da forma como a política de valorização do café foi seguida, ela precipitou e aprofundou a crise da economia cafeeira no Brasil. Houve a queima de milhões de saca de café.
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