Escassez Problema Fundamental Econômico

Escassez - Problema fundamental econômico:

 A escassez, como condição básica para a ação do homem econômico, tem seus princípios forjados ainda no século XIX. Mas foi com Lionel Robbin que começa a se formar e tornar uma dimensão de ‘’lei’’ econômica que orientará a construção teórica da corrente econômica dominante. Em sua obra "Um Ensaio Sobre a Natureza e a Importância da Ciência Econômica" (1932) foi lançado em um momento de grande depressão que teve seu início em 1929. Foi nesta obra que o autor fez diversas críticas do modo como era estudado a economia até o momento, utilizando de diversos argumentos, defendeu que a escassez tinha um importante papel para ciência econômica. Apesar de ter recibo sua teoria com diversas críticas, com o tempo gradualmente começou a ser aceita e considerada.

 O problema econômico onde a escassez faz parte, contém alguns conceitos; os desejos e necessidades humanas são infinitas e os recursos finitos (limitados), assim a escassez significa dizer que não há quantidade suficiente de determinado recurso para atender a demanda e necessidade de todas pessoas que o desejam, se ele não for cobrado (preço zero). Caso alguém deseja distribuir determinado produto como um tênis para todos, não vai ter o suficiente, mesmo fabricando sem parar uma hora o recurso irá se esgotar. Uma das soluções encontradas pela humanidade para lidar com essa questão da escassez dos recursos foi colocar um preço em um produto (sistema de preços). Ao precificar e cobrar algo de valor como moeda de troca (dinheiro, ouro, criptomoedas e etc...) em troca dos recursos, serviços ou bens escassos, conseguimento estruturar uma balança de forma a adequar-se a demanda á oferta existente. Assim, aqueles que não possuem a quantia de moeda de troca necessária não obtêm o recurso, apenas aqueles que obtêm o valor para troca e estão dispostos a pagar o preço conseguem acesso ao bem em questão. Em contrapartida existem os recursos não escassos como o ar, que não precisam ser cobrados (preço zero) e atendem á necessidade de todos. Assim para gerenciar os recursos escassos e fazer sua distribuição adotamos o critério da precificação (leva quem pode e quem está disposto a pagar).

 Quando temos um determinado produto, serviço ou recurso escassos e atribuímos um preço a ele, levanta algumas questões. E uma dessas questões é justamente a relação do homem com a moeda de troca, ou seja, o indivíduo que tiver em sua posse mais poder de barganha (moeda de troca) consegue ficar com o produto, e quem não possui ficará sem, levando ao quadro de desigualdade, este que é motivo de conflitos ao longo da história humana. Considerando essa questão de uma possível concentração de riqueza, é criado uma falha de mercado, que é quando uma pessoa, empresa ou grupo de empresas possui poder monetário o suficiente para afetar o preço de determinado recurso. É nesse caso o chamado monopólio, onde os preços não apenas variam com as flutuações da demanda, oferta e procura, mas sim com a influência que o monopólio infere ao mercado.

 Considerando o ponto de vista social, a escassez também tem suas implicações como o racionamento e até a falta de produtos e alimentos gerando o caos social. Com a atual pandemia do COVID-19 diversos países adotaram medidas para não faltar produtos básicos de higiene pessoal, também como alimentos e remédios. Pessoas com maior poder aquisitivo compram produtos em grandes quantidades com medo da falta no futuro e nisso acaba prejudicando outras pessoas com a necessidade de se obter no presente. A demanda por produtos de higiene e produtos na prevenção do COVID-19 como as máscaras aumentaram exponencialmente, fazendo com que as fábricas não tivessem estrutura suficiente para atender essa demanda, levando a um congestionamento nas filas de produção. No âmbito comercial, diversos produtos estão em falta devido a essa crise da pandemia, os ‘’lockdowns’’ e medidas tomadas pelo governo acarreta na baixa produção e extração de recursos e produtos levando a um cenário de escassez e elevando o preço dos produtos.