Fichamento Ciclos e mudanças estruturais na economia brasileira de após-guerra: a crise recente
Por: Dener Gabriel • 18/4/2017 • Exam • 4.473 Palavras (18 Páginas) • 729 Visualizações
Nome: Dener Gabriel Calcini
Curso: Relações Internacionais
Disciplina: Desenvolvimento Econômico Brasileiro
Semestre: 5º
FICHAMENTO
Texto: Ciclos e mudanças estruturais na economia brasileira de após-guerra: a crise recente.
“O objetivo deste ensaio é descrever e analisar as principais tendências e transformações da economia brasileira no período posterior à Segunda Guerra Mundial.”
“(...) de dois personagens chave no cenário econômico brasileiro: o Estado e as empresas transnacionais.”
PRIMEIRA PARTE: TENDÊNCIAS E MUDANÇAS ESTRUTURAIS
Desempenho e principais problemas
“O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu no após-guerra a uma taxa média que ultrapassa os 7 por cento ao ano (...) Trata-se de um desempenho superior ao do conjunto dos países capitalistas desenvolvidos e subdesenvolvidos e semelhante à média dos países socialistas.”
“O rápido crescimento do PIB, sob a liderança do setor manufatureiro acompanhou profundas transformações na estrutura econômico-social brasileira.”
“Dentro da Indústria de Transformação, adquiriram considerável importância os setores de bens de produção e de bens de consumo duráveis.”
“A principal contrapartida do dinamismo do setor industrial e do aumento significativo de seu peso na estrutura da economia foi a redução da participação relativa da agricultura.”
“Outra mudança relevante - setor externo da economia. (...) o definitivo deslocamento das exportações como principal fonte de demanda para o crescimento.”
“Paralelamente, e apesar do amplo recurso ao financiamento externo, observou-se também um notável "fechamento" da economia no que se refere às importações: a participação dos produtos importados no PIB declinou.”.
“A característica que sobressaiu refere-se, sem dúvida, à ampliação das desigualdades sociais, simultaneamente com a preservação de grandes margens de pobreza absoluta.”
“Houve muita controvérsia em tomo da funcionalidade do agravamento da desigualdade social, bem como da permanência de amplas margens de pobreza absoluta, em relação ao desempenho da economia. (...) agravada pela política social "regressiva" do regime brasileiro entre 1964 e 1974: baixos reajustes salariais fixados pelo governo, enfraquecimento da estabilidade no emprego, duras restrições à liberdade sindical e contenção dos gastos públicos com finalidades sociais.”
“(...) desequilíbrios do processo de crescimento (...):”
- “O rápido declínio da participação do PEA agrícola no PEA total não foi consequência de um processo de modernização tecnológica do setor. A agricultura seguiu se expandindo mais com base na ampliação da fronteira agrícola do que no aumento da produtividade. Tal modalidade de desenvolvimento agrícola (...) liberou recursos de financiamento para sustentar a acumulação urbana, contribuindo indiretamente para viabilizar o dinamismo do padrão de crescimento industrial.”
- “(...) embora o setor de bens de capital no Brasil seja mais amplo e integrado do que nos demais países da América Latina, pode-se dizer que apresenta uma espécie de atraso relativo, caracterizado por insuficiente desenvolvimento tecnológico e, mais ainda, por uma reduzida participação nacional na geração da tecnologia utilizada.”
- “(...) setor externo. O Brasil, depois de desfrutar de uma posição credora em termos líquidos no fim dos anos 40, acumulou uma dívida (...) aproximadamente um terço deve ser empregado no pagamento dos juros.”
“(...) desequilíbrio financeiro fundamental, para ser enfrentado de modo satisfatório, exigiria a realização de significativas e rápidas mudanças estruturais, ampliar o coeficiente de exportações e manter baixo o coeficiente de importações.”
- “(...) extrema dependência do desenvolvimento da economia brasileira com relação ao petróleo.”
- “(...) a inflação crônica e elevada. A inflação brasileira pode ser encarada como reflexo da rapidez e intensidade das transformações na economia, com implicações em termos de mudanças nos preços relativos. Sua funcionalidade se explica pela incapacidade do sistema de intermediação financeira de mobilizar poupança para financiar os investimentos ou desarticular o capital financeiro ao industrial. A importância deste fenômeno é crucial, pois, cabe relembrar, sob a motivação ou a pretexto de uma inflação elevada foram aplicados esquemas de política econômica que transcenderam o mero objetivo da estabilidade dos preços, na busca de um padrão de desenvolvimento menos industrializante e mais aberto para o exterior.”
A participação do estado
“(...) desenvolvimento do capitalismo no Brasil diz respeito ao significativo papel do Estado como fator de impulso à industrialização. Esse papel foi exercido através de funções fiscais e monetárias e de controle do mercado de trabalho, função de provedor dos chamados bens públicos, pela articulação e sustentação financeira dos grandes blocos de investimento que determinaram as principais modificações estruturais da economia no após-guerra; criação da infraestrutura e produção direta de insumos indispensáveis à industrialização pesada.”
As empresas transnacionais e a industrialização
“Sua participação direta na produção manufatureira não constitui por certo uma novidade histórica, mas intensificou-se notavelmente a partir da época mencionada. O salto da indústria brasileira na direção dos ramos manufatureiros "pesados" de bens de produção e de consumo duráveis é inseparável da penetração das empresas transnacionais no setor.”
“As ET operam com escalas de produção, intensidade de capital, grau de oligopolização, complexidade tecnológica e produtividade mais elevadas que as empresas nacionais. Predominam também na exportação de produtos manufaturados.”
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