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História e Reforma do Sistema Monetário Internacional

Por:   •  20/6/2020  •  Resenha  •  1.471 Palavras (6 Páginas)  •  212 Visualizações

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História e reforma do sistema monetário internacional

1. Pré-requisitos para estabilidade monetária internacional

Eichengreen parte do ponto que não existe uma fórmula simples na História do Sistema Monetário Internacional que compreendas todas características necessárias para se formar esse conchavo. Porém, se partimos de um ponto de vista histórico, a de se notar que em um conchavo desse bem elaborado, ele possui 3 características: "Capacidade de ajustamento de preços relativos"; "Adesão de todos os participantes a regras monetárias robustas"; e "Habilidades para conter pressões de mercado". Se uma dessas características se ausentar, a uma grande chance do Sistema Monetário Internacional ser frágil.

Essas características são essenciais para um sistema monetário internacional satisfatório que possa incorporar as vantagens das taxas fixas e das flexíveis. A fixa evita grandes perdas causadas pela volatilidade do câmbio e evita o erro de decisões dos formuladores da política econômica. E a flexível amplifica as opções dos formuladores de política econômica para compensar possíveis desequilíbrios. Sendo assim em um sistema com essas três características, será notável suas vantagens do câmbio fixo e do flexível.

Quando o país sofre um grande baque econômico, é necessário que a economia do país adote medidas difíceis e de grande impacto em um grande número de preços (bens domésticos e estrangeiros). Sendo assim, quando um evento externo provoca uma reduzam da demanda de exportação de um país, é necessária uma queda nos preços relativos dos bens exportáveis, a fim de evitar o aparecimento de desemprego e problemas na balança de pagamentos.

Tendo isso em vista, as variações na taxa de cambio podem, em tese, impedir estas perdas porque alteram imediatamente muitos preços. Em um câmbio flexível, essas variações vão ter impacto direto nos preços relativos. Em câmbio fixo sem ajustamento, o peso desse ajustamento cai sobre cada um dos preços expressos em moeda nacional. Em um câmbio fixo com melhor ajustamento, os baques mais fracos sofridos são absorvidos por meio de ajustamentos nos preços internos.

É notável que o uso de câmbio flexível é mais vantajoso quando é necessário ajustes frequentes e amplos nos preços relativos de uma economia. Exemplo disso é os preços são rígidos para baixo, uma queda na demanda produzirá desemprego, ao invés de deflação.

Pode-se dizer que a adversidade de informações privadas leva a opção de adoção por um sistema híbrido que junte as vantagens das taxas fixas e das flexíveis. Com o governo tomando umas atitude de defensor da paridade, isso irá confundir os operadores em relação a se tem ou não um distúrbio exponencial justificando a volatilidade cambial. Mas se já tiver essa reputação de defensor, os operadores vão acabar apostando em sustentar a paridade sempre que ela se enfraquecer. Por essa razão a adoção de uma cláusula de escape, tem efeito estabilizador sobre a taxa de câmbio. Sendo assim essa atitude é considerada uma regra monetária robusta.

Além de essa reputação por uma regra monetária robusta demorar para ser construído, vale ressaltar que nem sempre o governo vai conseguir construir de forma unilateral uma reputação de adesão monetária robusta. Porque enquanto o governo está em busca dessa reputação, a economia do país fica sujeita a elevadas taxas de juros, que por sua vez, podem trazer efeitos negativos sobre o nível de investimento, mercado imobiliário, custos de serviço da dívida pública e a estabilidade dos bancos comerciais. E para manter a taxa de câmbio em equilíbrio, deve-se pedir ajuda a países que já passaram por isso. Durante esse período serão supervisionados por FMI ou Comitê Monetária da União Europeia.

2. Implicações para operacionalização dos arranjos monetários internacionais  

O padrão ouro é, geralmente, considerado o epítome de um sistema monetário internacional estável. Com ele a estabilidade do câmbio era feita via arbitragem no mercado do ouro. Durante o pré-guerra, o padrão ouro se mostrou bem eficiente. Umas das linhas estudadas, foi a existência e o papel das cláusulas de escape durante o padrão ouro. Basicamente se acontecesse algum distúrbio excepcional, os países poderiam suspender a conversibilidade por tempo sem afetar sua credibilidade. Essa suspensão temporária impedirá como exemplo, a fuga de capitais nos EUA.

Apesar das forças econômicas e políticas que operavam a favor da credibilidade do compromisso de conversibilidade serem mais eficazes no coração europeu do sistema, no EUA por sua vez, regras monetárias robustas não tinham um apoio político esmagador, e a relação da credibilidade do compromisso das autoridades com a taxa de câmbio vigente era contestável. Dessa forma, da mesma forma que regras monetárias robustas e cláusulas de escape bem definidas facilitaram o funcionamento do padrão ouro clássico no centro europeu, a ausência delas provocou a falência do regime na periferia. Também na época do padrão ouro, se necessitava de medidas para contar as pressões de mercado. Uma delas se dava ao fato de ultilizarem o chamado Gold Devices para aumentar a banda de flutuação de suas taxas de câmbio bilaterais. Outra forma, porém mais rara de acontecer, era via cooperação internacional entre bancos centrais e governos. Essas formas de causar estabilidade do padrão ouro clássico na Europa, era devido a existência dos pré-requisitos necessários para um Sistema Monetário Internacional praticável.

Durante o entreguerras, tivemos arranjos monetários ineficientes. No século 20, a experiência de se ter taxas flutuantes gerou uma repulsão por câmbio flutuante que durou por até meio séculos. Repulsa essa justamente gerado pela falta de regras monetárias robustas. O câmbio era fixo rígido e bem frágil, devido a razões políticas, o que dificultava o recurso as cláusulas de escape.

Diante disso em 1944 a conferência vdd Bretton Woods, na qual se tratava de uma possibilidade de reestabelecer as precodições para a viabilidade de um sistema monetário internacional. Nessa conferência estava estabelecida uma cláusula de escape a fim de garantir ajuste de preços relativos. Era permitido mudanças de paridade no caso de acontecer um desequilíbrio fundamental. O FMI era fundamental para estabelecer concordância caso haja desvalorização da moeda. E caso não consultassem o FMI, o país teria seu fundo bloqueado. Isso tudo tinha como objetivo garantir que os distúrbios indutores de variações cambiais tivessem sido de origem externa, e não ocasionados pelas próprias autoridades. Mas foram raras as variações nas taxas de câmbio realizadas pelos países industrializados, durante os anos do Bretton Woods devido os países se sentirem inseguros quanto à utilização da cláusula de escape, e por sua vez, deixando os países com medo de perder a credibilidade de suas políticas monetárias.

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