Internacionalização recente do regime de capital
Por: Nati3580 • 15/10/2016 • Resenha • 1.022 Palavras (5 Páginas) • 293 Visualizações
A internacionalização recente do regime do capital – Belluzo
O capitalismo realmente existente revela sua natureza mais profunda;
O espaço econômico internacional na posteridade da segunda guerra mundial foi construído a partir do projeto de integração entre as economias nacionais proposto pelo Estado americano e por sua economia. A hegemonia dos EUA foi exercida mediante expansão da grande corporação americana e seus bancos. Na posteridade da reconstrução econômica da Europa, resposta competitiva da grande empresa europeia, a rivalidade entre os sistemas empresariais vai promover o investimento produtivo cruzado entre os Estados Unidos e a Europa e a primeira rodada da industrialização fordista na periferia. Durante a chamada era Dourada (1947-1973) a expansão do comércio internacional envolveu, sobretudo, o intercâmbio de bens finais de consumo e de capital entre os parceiros do Atlântico Norte.
A revolução chinesa e da guerra da coreia, abriram espaço para o estilo de desenvolvimento asiático. Entrariam no jogo do desenvolvimento o Japão, e mais tarde, a própria Coréia e Taiwan.
O êxito do Japão e dos Tigres asiáticos, com Coréia e Taiwan, não pode ser explicado apenas pelas virtudes econômicas dos seus modelos. Também é obvio que as condições geopolíticas foram cruciais: ofereceram a oportunidade para as transformações requeridas, sem, no entanto, abrir mão das práticas e instituições que marcaram a administração de suas economias.
Na América Latina “desenvolvimentista” este surto de expansão foi acompanhado de instabilidades políticas engendradas nos bastidores da Guerra Fria e na resistência das oligarquias locais ainda comprometidas com as relações econômicas e de dominação do modelo primário exportador.
O Brasil valeu-se de políticas nacionais de industrialização que, no âmbito doméstico, trataram de promover a “internacionalização” da economia, ou seja, a repartição de tarefas entre as corporações multinacionais, as empresas estatais e os empreendimentos privados nacionais, os dois últimos encarregados de produzir os bens intermediários e matérias primas semi-processados.
Nos 50 anos que terminaram no início da década de 80, a economia brasileira cresceu de forma acelerada e sofreu notáveis transformações, transitando do modelo primário exportador para a etapa industrial. É inteiramente falso, no entanto, atribuir um papel hegemônico a estas forças ditas progressistas na definição dos rumos do desenvolvimento. O projeto de industrialização foi sendo conseguido através de alianças políticas, regionais e de classe que não só atraíram os interesses mais retrógrados e reacionários para o bloco desenvolvimentista, mas também selaram compromissos com as forças do internacionalismo capitalista.
A história da economia mundial desde meados dos anos 40, não pode ser contada sem a compreensão das peripécias do dólar em seu papel de moeda de faturamento nas transações internacionais e de ativo de reserva universal. Os desequilíbrios crescentes no balanço de pagamentos americano levaram à breca o sistema de conversibilidade e taxas fixas de bretton woods, ao impor a desvinculação do dólar em relação ao ouro em 1971 e a introdução de taxas flutuantes em 1973.
- Ideias de Hayek e Friedman, depois novos clássicos
Nos anos 80, a turma da economia da oferta dizia que a sobrecarga de impostos sufocava os mais ricos e desestimulava a poupança, o que comprometia o investimento e, portanto, reduzia a oferta de empregos e a renda dos mais pobres. As práticas neocorporativistas criavam sérias deformações microeconômicas, ao promover intervenções no sistema de preços, nas taxas de câmbio, nos juros e nas tarifas. Além disso, os mercados de trabalho, castigados pela rigidez nominal dos salários e por regras políticas hostis ao seu bom funcionamento, como a do salário mínimo, não podem mais exprimir o preço do equilíbrio deste fator de produção, por meio da interação desembaraçada das forças de oferta e demanda.
O fortalecimento do dólar, como moeda de reserva e de denominação das transações comerciais e financeiras, está na raiz das profundas alterações na estrutura e na dinâmica da economia mundial. As andanças da nova concorrência responderam as políticas liberalizantes dos anos 80. E, em resposta, o movimento da grande empresa realizou o projeto de reconfiguração do ambiente internacional.
A nova concorrência engendrou um movimento de dupla face, centralização do controle e descentralização da produção. A globalização significa sobretudo a generalização e a intensificação da concorrência protagonizadas pela grande empresa transnacional.
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