Milagre Econômico no Brasil

Um milagre econômico pode ser caracterizado pelo registro de elevadas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por vários anos consecutivos. Refere-se a um fenômeno econômico, mas com frequência a expressão foi utilizada com um enfoque político.

Historicamente o termo "milagre econômico" foi utilizado com conotação política pela primeira vez em 1950 para se referir a Alemanha; que se recuperou rapidamente dos efeitos da derrota sofrida na Segunda Guerra Mundial e teve elevadas taxas de crescimento por aproximadamente 20 anos. E também em 1960 para fazer referência ao Japão, economia que também sofreu efeitos após a derrota na Segunda Guerra e posteriormente teve 10 anos de elevadas taxas de crescimento.

Nos dois casos a expressão foi utilizada para enaltecer modelos econômicos. No primeiro caso (Alemanha) exaltar o Neoliberalismo e no segundo (Japão) para exaltar o modelo que priorizava a exportação.

No Brasil, foram registradas elevadas taxas de crescimento econômico conhecido como "milagre econômico" entre os anos de 1968 e 1973. Neste cenário, a expressão foi utilizada para fazer propaganda da eficácia administrativa do regime militar que se instaurou em nosso país através do golpe ocorrido em 1964, planejado em oposição ao regime democrático que antecedeu o regime ditatorial.

Durante os anos de milagre econômico do PIB brasileiro cresceu em média 11,2% ano. Esse crescimento se deu com o aumento da participação do Estado na produção; com um importante crescimento da produção de bens de consumo duráveis; com a reformulação do sistema financeiro nacional que fez aumentar a capacidade interna de financiamento com o aumento da presença dos capitais externo; com o crescimento das exportações de produtos primários e manufaturados; com o aumento da taxa de lucro via achatamento salarial; com o aumento da renda familiar devido ao aumento do volume de trabalho familiar.

O milagre econômico brasileiro foi concentrador e excludente: concentrador de renda no nível pessoal, setorial e regional; e excludente porque a concentração de renda fez aumentar o número de excluídos dos frutos do crescimento gerado no período.