O INSTITUTO ETHOS (A): DESAFIANDO NEGÓCIOS PARA SE TORNAR A VANGUARDA DO PROGRESSO SOCIAL NO BRASIL
Por: Danielle Dias de Souza • 24/3/2021 • Resenha • 947 Palavras (4 Páginas) • 159 Visualizações
O INSTITUTO ETHOS (A): DESAFIANDO NEGÓCIOS PARA SE TORNAR A VANGUARDA DO PROGRESSO SOCIAL NO BRASIL
Referências: Jonathan Schlefer para Mark Moore
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social foi fundado em 1998 por Oded Grajew, auto-proclamado "empresário social de esquerda", dono de uma empresa de brinquedos no Brasil, em conjunto com empresários e executivos brasileiros. Iniciou suas atividades com uma equipe pequena e empresas-membro que pagavam taxas mensais, faziam doações para apoiar as suas atividades e se comprometeram com o esforço de respeitar e implementar um código de práticas éticas. O objetivo de Ethos era persuadir todas as empresas brasileiras a serem socialmente responsáveis, pois o progresso econômico deveria vir acompanhado do progresso social. Em 2007, Ethos já apresentava resultados expressivos com 1300 membros inscritos. Ao longo dos anos 2000 o Instituto moldava suas relações com o setor privado, reforçando a aplicação das leis que afetam a responsabilidade social empresarial sem se envolver na política partidária ou perder a sua eficácia como vanguarda nos negócios.
A economia do século XIX no Brasil era basicamente plantações, em sua maioria com escravos trabalhando, exportação de café, cacau, algodão e outros produtos primários para a Europa. O governo aboliu legalmente a escravatura em 1888, mas a estrutura social permaneceu intacta, mesmo o Brasil não tendo sancionado legalmente a segregação, o país manteve uma hierarquia racial.
Nessa realidade, alguns dos problemas que o Ethos procurou resolver eram o racismo, o trabalho infantil e o extremo de riqueza e pobreza.
Durante o final do século XIX e início do século XX o setor empresarial moderno do Brasil foi moldado pelo corporativismo. No pensamento corporativista os setores empresarial, trabalhista, militar, a igreja - adotam papeis harmoniosos em ordem natural. Vargas caminhou lentamente em direção ao corporativismo e em 1937 ele estabeleceu o Estado Novo explicitamente corporativista. O ideal corporativista continuou desempenhando seu papel, o estado alcançou avanços econômicos importantes. Depois que os militares tomaram o poder em meio a crise econômica e política, em 1964, os sindicatos corporativistas se voltaram contra o trabalho e deram início a um período de forte avanço industrial, o chamado Milagre Brasileiro da década de 70.
Em junho de 1987, surge um grupo Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) para discutir questões relativas aos negócios, trabalho e sociedade. Os membros do grupo central que mais tarde fundaria o Ethos eram todos membros empresários do PNBE que apoiavam a democratização e partilhavam a esperança para o progresso social, mas por vezes discordavam sobre como alcançar seus objetivos.
Oded Grajew seria o líder do Ethos. Os fundadores do Ethos, Grajew, Kapaz, Mindlin, Mattar, Leal, Capobianco e Young, realizaram um projeto audacioso. A responsabilidade social empresarial (RSE) era conhecida por pedir as empresas para doar para filantropia, observar normas de responsabilidade social na administração, inclusive proteção ao ambiente, impedir o trabalho infantil e a discriminação racial, de sexo ou preferência sexual. A RSE pediria as empresas para ser a vanguarda, promovendo uma sociedade sustentável em suas operações diárias assim como seu impacto social mais amplo.
O Ethos enfrentou vários obstáculos, alguns deles até mesmo antes de começar, pois um possível apoio a ele era questionável no que diz respeito às empresas, os fundadores do Ethos haviam sido expulsos da FIESP, juntamente com outros participantes no PNBE e o presidente da FIESP os tinha tachado de esquerdistas, o que, de fato, Grajew e Emerson Kapaz eram. Mas a implicância por parte do setor empresarial
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