O Plano Real e a estabilização da economia

Cursos de Ciência Política e Relações Internacionais

Disciplina: ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Turma MOA – 1° semestre de 2017

Professor José Luiz Pagnussat

Trabalho 3

Referentes as unidades VIII e IX do Programa:

Unidade VIII - O Plano Real e a estabilização da economia:

O Plano Real: diagnóstico, contexto e implantação. As ancoras do Plano Real e a estabilização da economia. Resultados e problemas do Plano Real. As políticas de desenvolvimento dos anos 90: inserção produtiva internacional subordinada.

Unidade IX - A crise do final da década de 90 e as mudanças na política econômica

A crise do final da década de 90 e a as mudanças na política macroeconômica: ataques especulativos e o socorro do FMI. A insustentabilidade da divida pública. A nova política macroeconômica: metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Principais resultados.

Bibliografia para este Trabalho 3

GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TONETO JR., Rudinei. Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 1997 (várias edições disponíveis). Capítulo 18 (Economia Brasileira pós-estabilização: FHC e Lula).

LANZANA, Antônio Evaristo, Economia Brasileira: Fundamentos e Atualidade. São Paulo: Atlas, 2005. Capítulo 11 – Plano Real.

Consulte também os demais livros de economia Brasileira indicados (ou qualquer outro livro de Economia que você tenha acesso) nos capítulos referentes aos temas das perguntas)

Responda as questões apresentadas para cada capítulo do livro.

(Data de entrega: até 20 de abril de 2017 – pode entrega na sala T11 ou enviar por e-mail - [e-mail])

Plano Real e a estabilização da economia e crise no final dos anos 1990*

1 – Faça uma síntese das medidas do Plano Real, diagnóstico, fases da implementação do Plano Real.

O Plano Real foi um plano econômico, implementado pelo governo do Itamar Franco, desenvolvido em fases a partir de 1994 e tinha como principal objetivo a redução e o controle da inflação através do corte de despesas, do aumento dos impostos e da diminuição das transferências do governo federal. A primeira fase começou com um ajuste das contas públicas através da redução de gastos públicos com cortes em orçamento e aumento dos impostos. Em seguida, a segunda fase, foi feita a criação da Unidade Real de Valor (URV) como forma de desindexar a economia, até então indexada pelos índices de inflação, e de transição até a completa adoção de uma nova moeda. A terceira fase foi a criação de uma nova moeda forte, o Real (R$). A quarta fase foi marcada pelo aumento das taxas de juros e aumentos dos compulsórios (dinheiro que os bancos devem recolher junto ao Banco Central). Estas medidas tinham como objetivo reduzir o consumo e provocar a queda da inflação. A quinta fase foi a de redução dos impostos de importação para aumentar a concorrência com os produtos nacionais, provocando a redução dos preços. A sexta e última fase foi estabelecida através do controle cambial, mantendo o Real valorizado diante ao Dólar, esta medida visava estimular a importação e aumentar a concorrência interna, controlando o aumento dos preços dos produtos nacionais. O real entra em vigor em 1º de julho de 1994 valendo 2.750 cruzeiros reais. O diagnóstico do plano é o mesmo que embasou o Plano Cruzado, de que a raiz da inflação brasileira era inercial, isto é, os reajustes tentavam recompor as perdas da inflação passada, criando uma espiral de aumentos. A grande diferença é que o governo tentava transmitir maior credibilidade por parte de sua equipe econômica.  

2 - Analise e sintetize os impactos e problemas do Plano Real.

Na primeira etapa, todos os preços da economia passaram a ser fixados em URVs, que era corrigida diariamente. Depois, migraram para o real. Esta correção pode ser interpretada como um congelamento “disfarçado” dos preços.

O alinhamento dos preços evitou o movimento de recomposição de perdas e derrubou a inflação já no primeiro mês. O consumo foi contido com políticas de restrição ao crédito e, com a economia já mais aberta, importados supriram parte do mercado.

A inflação passou a ser controlada e diminuiu significativamente com o passar dos anos sendo o plano econômico mais bem-sucedido pós democratização, tanto que Fernando Henrique Cardoso, Ministro da Fazenda que elaborou o plano, conseguiu se eleger presidente da República em 1994.

3 - Analise a evolução dos principais indicadores da economia Brasileira nos anos 1990 (PIB, Inflação, Contas externas).

Segundo dados do Banco Mundial, o PIB brasileiro começou a década de 90 com crescimento negativo (de -3%), alcançou um crescimento relativo entre os anos de 93 e 95 (entre 4 e 5 %), e caiu novamente no final da década (0,5%), o que levou a média dos anos 1990 para 1,85%, crescimento que é considerado extremamente baixo e bem próximo da estagnação pois o ritmo mal superou a expansão demográfica e ficou abaixo do crescimento da População Economicamente Ativa.

Em 1989, havia 25,5 milhões de trabalhadores com registro em carteira. Em 2001, registrava 26,6 milhões, ou seja, o mercado formal abriu apenas 1,1 milhão de postos de trabalho na década de 90.

Já a inflação teve seus altos e baixos durante essa década, que representa a maior oscilação média na história da economia brasileira. Entre os anos de 1990 e 1995 a inflação chegou a 764%, caindo para 8,6% entre 1995 a 2000.

No período de 90 a 94, a taxa de câmbio estava extremamente desvalorizada, reflexo ainda da contração do mercado de crédito externo ao país na década de 80.

A economia brasileira registrou expressivos desequilíbrios em suas contas externas, tornando-se cronicamente dependente de capital estrangeiro. O aumento líquido da dívida externa e dos demais passivos internacionais do país, medido pelos déficits acumulados no balanço de pagamentos em conta corrente, foi da ordem de US$ 180 bilhões entre 1995 e 2001.

4 – Resuma o período FHC: considere a evolução do plano real, o programa de privatizações, a política fiscal, monetária e cambial e os resultados alcançados.

Durante