O Portfólio de Investimentos
Por: gabima • 22/5/2016 • Relatório de pesquisa • 4.182 Palavras (17 Páginas) • 268 Visualizações
PORTFÓLIO DE INVESTIMENTOS
2016
Público-Alvo
Para o portfólio escolhido, que contempla Ações (Petro, Vale, Itaú, Bradesco, Ambev, BM&F, JBS, BB Seguridade, CCR Rodovias, Suzano, Cemig, Usiminas, Telefônica, MRV Engenharia), Fundos (DI, Renda Fixa e Multimercados), o público alvo é o cliente pessoa física, jovem, em média com 35 anos de idade, e com leve aversão ao risco.
Horizonte de investimento
O portfólio de investimentos terá um horizonte de 2 a 3 anos, sendo que neste período serão avaliados tanto fatores microeconômicos como macroeconômicos, além de momento de mercado e economia brasileira.
Fatores Macro e Microeconômicos Relevantes ao Portfólio
A escolha do portfólio escolhido teve a influência de diversos fatores microeconômicos e macroeconômicos. Na visão microeconômica, procurou-se selecionar papéis que englobassem diversos setores da economia brasileira, como por exemplo instituições financeiras, mineração, bolsa de valores, indústria de alimentos, infraestrutura e transportes, papel e celulose, energia, siderurgia, telefonia e engenharia. Desta forma, será feita a análise
destes papéis, os quais são influenciados significativamente pela situação e desempenho atual de cada setor.
No caso das instituições financeiras, observou-se no ano de 2015 a partir dos resultados dos 5 maiores bancos do país que o cenário não se encontra desfavorável para o setor, mesmo com o desempenho do conjunto da economia. Todos obtiveram lucros elevados, especialmente os dois maiores bancos privados, Itaú e Bradesco, cujos lucros alcançaram os mais elevados patamares históricos. Um dos fatores com maior influência neste desempenho foi a elevação das receitas com títulos e valores mobiliários, decorrente dos sucessivos aumentos da Selic desde o ano passado, além da alta nos índices de preços e da elevação na taxa de câmbio, sendo este último fator um grande impulsionador no aumento das receitas de Itaú e Santander principalmente.
Já o setor de mineração foi prejudicado no ano de 2015 com a queda nos preços do minério de ferro e, como exemplo, temos o resultado da Vale, uma mineradora multinacional e uma das maiores operadoras de logística do país. A cia apresentou prejuízo liquido de BRL44 Bilhões, ante um lucro de 954 milhões em 2014, em função principalmente da menor margem EBITDA, aos maiores impairments (ajustes contábeis) registrados em 2015 e ao efeito negativo nos resultados financeiros da depreciação ponta a ponta do real contra o dólar. Estes ajustes contábeis de ativos e de investimentos, assim como reconhecimento de contratos onerosos, somaram BRL36 Bilhões no ano passado, sendo que estes impairments ocorreram por conta da grande redução nas premissas de preços que são utilizadas nos testes de impairment.
A BM&F Bovespa apresentou uma receita de BRL600MM no 4T15, 2% maior que o mesmo período do ano passado, reflexo do desempenho de derivativos financeiros e de mercadorias, além de novas políticas comerciais e pela depreciação do real vs dólar. Além disso, a queda de 3% nas despesas ajustadas, como administrativa, serviços de terceiros e comunicações, assim como priorização de atividades, revisão de contratos e melhoria de processos fizeram com que a BM&F obtivesse maior geração de caixa e, assim, maior lucro líquido.
O setor de energia sofreu no ano de 2015 impacto da contenção dos investimentos das concessionárias de energia elétrica, principalmente dos segmentos de transmissão e distribuição. No caso da transmissão, a contenção foi causada pelas condições pouco atrativas dos leilões ocorridos nos últimos 2 anos, o que resultou em um volume de negócios menor no período. Já na distribuição, as concessionárias continuaram com pouca capacidade de investimentos devido á situação financeira ainda difícil. Apesar dos reajustes tarifários, uma parcela expressiva destes recursos atendeu ao pagamento de custos decorrentes da geração emergencial, o que implicou na transferência desses valores para as concessionárias do segmento de geração, ou seja, muito pouco ficou com as distribuidoras.
Quanto à Petrobrás, empresa estatal com economia mista, em função do rombo de BRL42 Bilhões resultantes de pagamentos indevidos feitos pela empresa principalmente, apresenta a maior queda nas ações da Cia desde 2003, a qual já recuou 85%, cerca de BRL436 Milhões, desde 2008, onde obteve sua maior valorização atingida. A instabilidade da cotação do preço do barril de petróleo no mercado americano e a queda de desempenho podem ter contribuído para se frear esta euforia no mercado internacional. Este fato acabou resvalando no Brasil principalmente, após as declarações do BC sobre a posição do FMI em relação ao desempenho da economia brasileira.
No setor de siderurgia, observamos uma de suas piores crises, pois questões
conjunturais e estruturais levaram a indústria a essa situação, a qual ficou mais evidente no ano de 2015 com as grandes dificuldades econômicas no país, com PIB em quase 4% de queda.
Em 2008, o setor também atravessou forte crise, entretanto, naquele momento a China funcionou como uma âncora de salvação por conta de seu crescimento, o qual absorveu grande parte da produção mundial de matérias-primas, por exemplo. Outro ponto que vem pesando para o setor é o alto excesso de capacidade de aço no mundo, estimado em 720 milhões de toneladas. Ainda assim, não há boas projeções para os próximos 2 anos, pois espera-se um incremento nesta capacidade em 106 milhões de tons., sendo que 40 milhões devem vir da China, havendo uma pressão do aço chinês no mercado internacional.
Um setor que andou na contra mão nesta recessão econômica foi papel e celulose, aonde cresceram 8,5% suas receitas e 12% suas exportações. A Europa se manteve como principal destino da celulose brasileira e foi responsável por aproximadamente 39% desta receita, seguida pela China e América do Norte.
Por fim, a indústria de bens de consumo obteve retração de 8% em 2015. O IBGE ressaltou o fato de que com a retração no último mês do ano, a indústria encontra-se atualmente 20% abaixo do nível recorde alcançado pelo setor em junho de 2013. Com isso, no fechamento de 2015, a queda acumulada de 8% além de ser a mais intensa da série histórica, iniciada em 2003, aponta predomínio de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas e
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