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O SUBDESENVOLVIMENTO SOB O PONTO DE VISTA DO ECONOMISTA BRASILEIRO CELSO MONTEIRO FURTADO

Por:   •  8/8/2021  •  Ensaio  •  2.518 Palavras (11 Páginas)  •  163 Visualizações

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O SUBDESENVOLVIMENTO SOB O PONTO DE VISTA DO ECONOMISTA BRASILEIRO CELSO MONTEIRO FURTADO

Resumo: Este ensaio analítico visou, por meio de publicações, mostrar a biografia e também o ponto de vista do economista brasileiro Celso Monteiro Furtado sobre como se constitui a economia brasileira, a teoria do subdesenvolvimento, o subdesenvolvimento brasileiro e latino-americano. Observou-se por meio da análise feita, que o economista possuía uma visão muito contemporânea sobre a formação socioeconômica dos países subdesenvolvidos, formada principalmente por sua passagem na CEPAL, onde ele afirmava que os países não eram desenvolvidos devido aos seus processos de industrialização frágeis, forte influência dos países de centro desenvolvidos e investimentos estatais não planejados.

Palavras-Chave: Celso Furtado; Economia Brasileira; Subdesenvolvimento. 

INTRODUÇÃO

        Celso Furtado dedicou sua vida na compreensão do subdesenvolvimento, tendo papel de destaque onde passou, à frente de instituições de destaque na América-Latina como CEPAL, SUDENE, BNDE, ILDES, e os Ministérios do Planejamento e da Cultura, fez a diferença com seu jeito republicano e que via que a participação estatal era necessária para o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos.

        Furtado conhecia bem a economia brasileira, onde o mesmo estudou o Brasil desde o período colonial desse conhecimento que o mesmo adquiriu foi publicado o livro Formação Econômica do Brasil, o economista encerra o livro em um momento de otimismo, pois, na década de 60 o Brasil passava por um processo de industrialização muito forte alavancado pelo então presidente Juscelino Kubitschek, a industrialização na visão de Celso Furtado era um dos pontos que faziam com que um país fosse desenvolvido e isto está muito claro em  Furtado (1986) onde ele sistematiza o processo de industrialização dos países subdesenvolvidos  em  três  fases distintas, a primeira fase é a industrialização alavancada pelas exportações do setor primário, a seguinte é a industrialização por substituição de  importações e por fim é o esgotamento  do  processo  de substituição  de  importações  e  industrialização  por ação estatal.

        A teoria do subdesenvolvimento para Furtado era estruturada na relação centro-periferia, onde os países do centro eram os países europeus e os Estados Unidos que tiveram seu processo de industrialização bem estruturado, são economias capitalistas bem estruturadas já os países de periferia como Brasil entre outros países da América-Latina que enfrentam grande dificuldades no seu processo de industrialização, são exportadores de bens primários, sofrem forte influência dos países do centro, e que enfrentam sérios problemas estruturais e de investimentos estatais.

        Assim sendo, almeja-se, neste ensaio, discutir a visão de do economista Celso Furtado sobre a economia brasileira, sobre sua teoria do subdesenvolvimento trazendo os casos do Brasil e da América-Latina, também mostrar o quão relevante e contemporâneo os pensamentos de Furtado sobre a temática.  

CELSO FURTADO E A ECONOMIA BRASILEIRA

        Celso Monteiro Furtado, um dos maiores economistas brasileiros nasceu no ano de 1920 na cidade de Pombal no alto sertão da Paraíba. Em 1939, mudou-se para o Rio de Janeiro para cursar o Bacharelado em Ciências Jurídicas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), formando-se no ano de 1944. Nesse mesmo ano, foi convocado para servir a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália.

        Em 1946, Celso furtado ingressou no curso de doutorado em economia na Universidade de Paris - Sorbonne concluindo o doutorado em 1948, após defender sua tese sobre a economia brasileira no período colonial.

        O notório economista brasileiro em toda sua carreia profissional e acadêmica teve grande destaque por onde passou: integrou a recém-criada comissão econômica para América Latina (CEPAL), foi diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE), criou a pedido de Juscelino Kubitschek à Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), em 1962 foi Ministro do Planejamento no governo do então presidente João Goulart.

        Com a edição do Ato Institucional número um (AI-1) durante a ditadura militar Celso Furtado teve seus direitos políticos cassados tendo que rumar com sua família para o Chile a convite do Instituto Latino-Americano para Estudos de Desenvolvimento (ILDES) ligado a CEPAL.

        Do Chile, o economista rumou para os Estados Unidos para atuar como pesquisador na Universidade de Yale, e, em 1965, foi para Paris atuar como professor efetivo na mesma universidade que concluiu seu doutorado.

        Em agosto de 1979, foi beneficiado com a Anistia decretada no Brasil e retornou sua militância politica se filiando ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no ano de 1981.

        Em 1985 integrou a comissão do plano de ação do governo de Tancredo Neves. Com a morte do então presidente Tancredo, José Sarney assumiu a presidência e indicou Celso Furtado como embaixador do Brasil junto à comunidade Europeia.

        De 1986 a 1988, Celso Furtado foi Ministro da Cultura, cargo no qual foi o protagonista a criar a primeira legislação de incentivos fiscais à Cultura. Após esse período, o economista exerceu suas atividades acadêmicas até o seu falecimento no ano de 2004. Em 2020, foi comemorado o seu centenário.

         Sendo assim, Celso Furtado analisou a história brasileira se baseando no modelo econômico centro-periferia que era propagado pela CEPAL. Na visão do economista o Brasil subdesenvolvido era periferia em relação ao centro, e o centro era composto por países desenvolvidos da Europa e Estados Unidos.

        Para compreensão da Economia brasileira Celso Furtado analisou a história do Brasil desde o período colonial até o processo de industrialização brasileiro. No decorrer de sua história e formação o economista sofreu diversas influências externas provenientes da teoria keynesiana, Marx e Ricardo. Celso Furtado fazia parte de um grupo de economistas da teoria moderna do desenvolvimento.

        Celso furtado tinha um pensamento contemporâneo sobre a economia, o qual pode observar no texto de Bresser-Pereira e Rego (2001, pag. 39):

Mas como se dispõe Furtado a entender o mundo que o cerca? Não é aplicando sem crítica um sistema qualquer de pensamento econômico. Nada é mais avesso a Furtado do que o pensamento estereotipado dos ortodoxos seja qual for à ortodoxia que adotem. Ele quer ver o mundo com seus próprios olhos. Usar os instrumentos de análise econômica sem perder sua própria liberdade de pensar e de criar, que é seu bem maior. Conforme observa Francisco Iglésias, “é absurdo apontá-lo como neoclássico, marxista, keynesiano, rótulos que frequentemente lhe dão”. Ele tira de cada autor ou corrente o que é, a seu ver, correto ou adaptável à realidade brasileira ou latino-americana.

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