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O Trabalho na economia de mercado

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Por:   •  29/10/2014  •  Artigo  •  1.419 Palavras (6 Páginas)  •  399 Visualizações

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O Trabalho na economia de mercado

No capitalismo o trabalho se transforma em valor de troca onde o homem vende sua força de trabalho para realizar a reprodução social – consumir e produzir. É um trabalho alienado onde o trabalhador não se reconhece naquilo que produz, não domina todo o processo de produção. O trabalhador não é o dono dos meios de produção e de trabalho, estes pertencem ao capitalista, que baseia-se no lucro e na mais-valia, ou seja, no excedente do trabalho humano, que não é repassado ao trabalhador.

Ocorreu a separação entre o trabalhador e a propriedade dos meios de produção. Desse modo podemos afirmar que a essência do sistema capitalista encontra-se na separação entre o capital e o trabalho.

No século XVII, Pascal inventa a primeira máquina de calcular; Torricelli constrói o barômetro; aparece o tear mecânico. A máquina exerce tal fascínio sobre a mentalidade do homem moderno que Descartes explica o comportamento dos animais como se fossem máquinas, e vale-se do mecanismo do relógio para explicar o modelo característico do universo (Deus seria o grande relojoeiro!).

Para Kant, o homem é o único animal voltado ao trabalho. É necessária muita preparação para conseguir desfrutar do que é necessário à sua conservação. Mesmo que todas as condições existissem para que não houvesse necessidade do homem trabalhar, este precisa de ocupações, ainda que lhe sejam penosas. A ociosidade pode ser ainda um maior tormento para os homens.

Michel Foucault tem outra perspectiva: em todos os momentos da história, a humanidade só trabalha perante a ameaça de morte, qualquer população que não encontre novos recursos está voltada à extinção e, inversamente, à medida que os homens se multiplicam, empreendem trabalhos mais numerosos, mais difíceis e menos fecundos. O trabalho deve crescer de intensidade quanto maior for a ameaça de morte e, por todos os meios, terá de se tornar mais rentável, quanto menos acesso as subsistências existirem.

Para Marx, o trabalho é o prolongamento da atividade natural do homem, mais tarde conclui que a força de trabalho é uma mercadoria e que, para viver, o proletário vende ao capital.

Segundo Marx, o trabalho denuncia uma exploração econômica e uma situação em que o homem não se revê no seu trabalho mecanizado e repetitivo, ou seja, não obtém a realização profissional que deveria obter, referindo-se a uma essência do homem que seria suposto o trabalho completar.

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Mercado Consumidor e Realização

É possivel alcançar a realização na sociedade consumindo?

Aristóteles afirmava que tudo o que o homem precisava para ter uma vida cômoda já havia sido descoberto. Encontrava-se materialmente realizado e só lhe restava dedicar-se à elevação do espírito.

É comum ouvirmos que a realização significa “vencer na vida”. E esse “vencer” é basicamente acumular bens materiais e ostentar poder, ou seja, só é “vencedor” aquele que possui bens materiais de ultima moda e que frequentam lugares badalados. Assim, na economia de mercado o trabalhador só se realiza consumindo.

A sociedade de consumo se caracteriza por ser organizada predominantemente pelas relações de consumo e valores associados, condicionando a produção de bens e serviços. O consumidor, tem como ideal de vida preponderante sua potência de consumo, e se realiza consumindo. O sucesso social e a felicidade pessoal são identificados pelo nível de consumo que o indivíduo tem. O “somos o que temos” é elevado à condição de ideal social: Se não temos, não somos. O potencial de consumo determina o grau de inclusão ou de exclusão social, de felicidade ou de infelicidade. A sociedade do espetáculo (Debord, 1997), que decorre desse equacionamento, faz da manipulação da aparência o trampolim social para o ter: o excluído sonha com ser celebridade, e quem já é não vive sem ser, para não perder o status. É a realização convicta do somos o que consumimos. Subverte-se a equação shakespeariana – “ser ou não ser”, transformando a questão existencial vital em ter ou não ser, isto é, consumir ou não ser, associado a um jogo de espelhos de aparentar ser.

Antigamente o objeto de comércio era o intermediário na relação entre seres humanos. O esquema da relação era pessoa-mercadoria-pessoa. Atualmente esse esquema foi pervertido para mercadoria-pessoa-mercadoria. Se chego à uma festa de Mercedes meu valor é superior ao de quem vai em carro popular. Isso vale para o terno que uso ou para o anel que trago no dedo. Note que é o produto, revestido de "magia", que me imprime valor, aumentando a minha cotação "no mercado das relações sociais". Se Descartes estivesse vivo hoje declararia: "Consumo, logo existo". Para os sacerdotes do mercado, fora do mercado não há salvação...

Este consumismo produz a barbárie, em quem as relações sociais se transformam em um ringue de boxe – vence o mais forte ou o mais esperto.

Para a maioria da população, a possibilidade de vencer de acordo com as regras do mercado consumidor é uma ilusão construída e incentivada pela sociedade de consumo, dita agora de globalizada.

Tanto para o pensador polonês Adam Schaff e para Aristóteles, o homem já conquistou tudo o que precisa para ser feliz. Mas, porém, a pergunta do poeta japonês Toshitsugu Yagi nos revela o outro lado da mesma moeda: “Será que os

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