Paradoxo de Inovação no Cluster do Vinho: O caso da região demarcada do Douro
Por: LP36 • 27/5/2017 • Resenha • 974 Palavras (4 Páginas) • 264 Visualizações
O artigo “Paradoxo de inovação no cluster do vinho: O caso da região demarcada do Douro”, publicado por: Ligia Inhan (Doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, RJ – Brasil); João Ferreira (Professor do Departamento de Gestão e Economia e Centro de Investigação em Ciências Empresariais, Universidade da Beira Interior – Covilhã, Portugal); Carla Marques ( Professora do Departamento de Economia Sociologia e Gestão, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Vila Real, Portugal) e João Rebelo ( Professor do Departamento de Economia Sociologia e Gestão, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – Vila Real, Portugal), analisa as questões relacionadas com a inovação no âmbito de um cluster de uma região vitivinícola tradicional (Região demarcada do Douro).
Sendo a produção nesta região demarcada, sustentada por uma estrutura com um elevado número de pequenos e médios produtores e com elevada regulação ao longo de toda a cadeia produtiva, emerge a questão de tradição versus inovação.
A região demarcada do Douro é a mais antiga do mundo estando a qualidade do produto intimamente associada à tradição do processo produtivo iniciado no século XII e ao controlo rigoroso do órgão regulador, o Instituto do Vinho do Douro e do Porto.
O artigo está divido em quatro partes principais, sendo na primeira apresentada as características de um cluster, na segunda a especificidade do cluster da Região demarcada do Douro, na terceira é relatado o estudo do caso da Região demarcada do Douro e a análise dos resultados e finalmente na quarta parte são destacados alguns pontos importantes dos resultados apresentados.
Considera-se um cluster uma zona geográfica onde se concentram vários agentes produtivos. Esta concentração é um polo de atração para empresários, investigadores e instituições oficiais. Desta forma não só os custos de produção são reduzidos como se dinamiza o desenvolvimento e a partilha do conhecimento resultante da investigação.
Numa economia cada vez mais globalizada tem-se assistido ao desenvolvimento de novos clusters relacionados com o vinho nos países do denominado novo mundo (Califórnia nos Estados Unidos da América, Argentina, Chile, Canadá e Austrália). As caraterísticas destes novos mercados são muito diferenciadas. No caso da Califórnia o foco não está na exportação existindo uma elevada interligação entre produtores e instituições que fornecem serviços e conhecimentos, existem também uma forte conexão com os clusters da agricultura alimentos e turismo. No caso da Austrália existe uma forte ligação entre o espirito de inovação e a orientação para a exportação. Na Argentina a inovação é impelida pelas pequenas e médias empresas locais e auxiliada por uma organização institucional de promoção das exportações. Finalmente no caso do Canadá existe pouca relação entre os centros de pesquisa e os produtores pelo que a inovação não é usada para encorajar as exportações.
A globalização também teve um forte impacto em Portugal, uma vez que a homogeneização dos produtos provocou o desaparecimento de bastantes pequenas empresas regionais. Desde o inicio do novo século assistiu-se também a um processo acelerado de concentração de atividades empresariais.
As empresas do setor vinícola tinham estruturas familiares que foram lentamente alteradas tendo-se mantido o know-how acumulado pela experiência aliado a um aumento da aplicação de tecnologia.
O Cluster da Região Demarcada do Douro (RDD) tem uma área de 250 mil hectares e alberga cerca de 85 mil vinhedos ocupando cerca de 17% da terra. A RDD inclui duas denominações de origem (DO), Porto e Douro. O setor comercial da DO Porto, Vinho do Porto, está bastante concentrado em grandes empresas, ao passo que os comercializadores de Vinho do Douro estão muito mais dispersos por médias e microempresas.
Nas últimas décadas
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