Quando a vida humana começa?

Quando se inicia a vida humana? Essa é uma pergunta ampla e de cunho crucial nos debates a respeito da pratica abortiva que se puder ser respondida subsidiará muito a fim de se ter um posicionamento concernente à moralidade e legalidade da prática do aborto.

No âmbito mundial da ciência, inúmeros são os pontos de vista a respeito do período em que se principia a vida humana. Em 1979, o Ethics Advisory Board nos Estados Unidos da America propôs que o 14º. dia de gestação fosse considerado como inicio da vida humana, visto que este seria o ultimo dia da fase de implantação. Contudo, existem cientistas que consideram o 6º. dia como o começo da vida porque a partir desse momento sabe-se se será formada mais de uma pessoa ou somente uma única pessoa (LOCH, 2002, p. 10).

Outra posição defendida é a que considera como marco inicial da vida a 8ª. semana de gestação quando tem inicio a formação do sistema nervoso. Há ainda os que sustentam que o principio da vida se dá a partir dos primeiros movimentos espontâneos do feto no seio da mãe. Além destes, alguns consideram o 11º. dia como o marco inicial porque é a partir desse momento que aparece o sulco neural (Ibidem).

Outros ainda defendem a tese de que a humanidade das pessoas somente está presente após o nascimento das mesmas. Finalmente, há cientistas que não consideram como pessoas – embora faça parte da espécie humana -, aqueles como: fetos, recém-nascidos, retardados mentais graves e as pessoas em estado de coma, visto que todos esses não tem consciência, racionalidade e nem senso moral (Ibidem).

Atualmente, as técnicas de fertilização in vitro contribuíram para o esclarecimento da questão a respeito do inicio da vida humana demonstrando que o conjunto feto-placenta tem autonomia de desenvolvimento independente da maternidade genética. Isso denota que o embrião tem autonomia para produzir sua placenta e providenciar seu próprio desenvolvimento uterino. Destarte, a afirmativa de que o feto está imbuído no corpo materno não tem fundamentação biológica. Logo, de acordo com esta visão cientifica, ao remover o feto do corpo da parturiente, estar-se-á fazendo remoção do corpo de alguém em desenvolvimento e não uma parte do corpo já desenvolvido.

Apesar de todas essas informações médico-científicas que a Ciência nos passa no tocante a humanidade ou não do feto, o que importa nessa pesquisa é analisar sobre a moralidade do aborto, isto é, constatar situações onde essa prática é moralmente válida sem ferir princípios éticos, morais e sociais.