RESENHA POLITICAS PUBLICAS
Por: godonto • 24/4/2020 • Trabalho acadêmico • 6.003 Palavras (25 Páginas) • 206 Visualizações
Revisão sistemática é tipo de pesquisa secundária que se baseia na literatura.
Aplica métodos sistemáticos, transparentes e reprodutíveis.
Outros grupos podem repetir os métodos aplicados na revisão sistemática e encontrar os mesmos resultados.
Esse tipo de pesquisa visa sumarizar as pesquisas prévias, sejam elas, estudos primários ou revisões sistemáticas.
Neste caso, trata-se de um 'Overview' de revisões; uma revisão de revisões sistemáticas.
A revisão sistemática é norteada por uma pergunta bem estruturada e a responde de forma objetiva.
Deve considerar, também, a qualidade da evidência na resposta dessa pergunta.
Um único estudo pode resumir de forma objetiva a totalidade da evidência sobre determinada questão.
É particularmente útil na área clínica e na gestão.
As revisões sistematicas são a base para a elaboração dos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do sistema único de saúde, que norteiam o cuidado dos pacientes no sistema único.
Na área de pesquisa, as revisões podem apontar onde há lacunas de conhecimento que precisamos investigar; direcionando, então, a utilização de recursos para áreas em que são prioritárias a investigação científica. Por ser uma pesquisa secundária, a revisão sistemática depende da disponibilidade de estudos prévios.
É possível que uma revisão sistemática bem executada proporcione uma evidência de qualidade baixa.
Quando não há pesquisas prévias, duas estratégias principais precisam ser verificadas.
Avaliar se seria o caso de fazer o estudo primário, já que não há nenhum estudo sobre isso e não tem cabimento fazer uma revisão sistemática.
E, também, confirmar se a pergunta de pesquisa está bem elaborada e se ela é factível; ou se essa própria pergunta de pesquisa está excluindo estudos potenciais que responderiam a essa dúvida.
A revisão sistemática é método poderoso e que nos ajuda a responder perguntas importantes na área científica.
Existem outras formas de se elaborar sínteses da literatura científica.
Como as revisões narrativas ou tradicionais, as integrativas, as de escopo e as de mapeamento.
As revisões narrativas fazem parte do cotidiano de todos os pesquisadores, pois todas as vezes que vamos iniciar um novo projeto, escrevemos uma introdução.
E nessa introdução, damos foco nos resultados já publicados na literatura sobre aquele tema.
A idéia é elucidar o que já foi pesquisado, os avanços e, também, destacar as lacunas, que justificariam a condução de novo estudo.
Quase nenhuma importância é dada aos métodos, diferente das revisões sistemáticas, que dão grande importância a esse item das pesquisas.
Depende, então, muito mais do conhecimento prévio, do autor, do que o que foi realmente produzido sobre aquela temática.
Já a revisão integrativa busca entender a base teórica, ou empírica, da literatura relacionada a determinado fenômeno, ou cuidado em saúde.
A idéia é buscar entendimento mais profundo.
Ela tem como objetivo contribuir para a prática em saúde, mas também para a ciência.
A combinação de estudos experimentais e não experimentais, é totalmente possível nas revisões integrativas, porque as homogeneidades dos métodos não é critério pré-estabelecido.
Já a revisão de escopo é uma abordagem muito útil para sintetizar as evidências e categorizar, ou agrupar a literatura existente sobre tema, ou um campo, termos de sua natureza.
Quais são as características, as áreas de conhecimento e o volume de produção.
Ela pode ser muito interessante para aqueles temas que ainda foram pouco pesquisados na literatura; e há poucas revisões sobre esse tema.
Não há uma preocupação muito grande com a qualidade das evidências que são descritas, pois não se restringem a uma questão específica, e não há, necessariamente, a intenção de se fazer uma recomendação para a prática.
Já a revisão de mapeamento, ou a "Maping Review", busca fazer mais uma síntese visual e menos narrativa dos resultados.
Ela é baseada uma questão mais específica, diferente da revisão de escopo.
Uma pesquisa que resume outras pesquisas
Essa é uma definição simples do que seria o delineamento epidemiológico que estudaremos neste curso. Essa síntese é sistemática e sofre - em tese - menos influência das opiniões do pesquisador que a elaborou, pois segue procedimentos padronizados e transparentes. E com um único estudo podemos ter contato com tudo o que se sabe daquele assunto. Para quem elabora, trata-se de pesquisa publicável e é considerada artigo original pela maioria das revistas.¹ Quem utiliza a revisão sistemática se beneficia ao entrar em contato com uma pesquisa menos sujeita a vieses e que pode apresentar estimativas mais próximas da verdade.
Neste curso, enfatizaremos como utilizar a revisão sistemática e os pressupostos para elaborar esse tipo de pesquisa. Também daremos ênfase para a área da saúde, onde essas revisões são largamente utilizadas e os métodos para revisão sistemática estão em constante desenvolvimento. Existem muitos materiais metodológicos de grande utilidade que são disponíveis, destacamos o manual da Cochrane² e do Centro de Revisões da Universidade de York³, além das diretrizes metodológicas elaboradas pelo Ministério da Saúde. Esses recursos em português padronizam os métodos adotados para condução dessas pesquisas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis no site da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).
Etapas de uma revisão sistemática
Para que uma pesquisa seja considerada revisão sistemática, as seguintes etapas básicas devem ser realizadas:
- pergunta de pesquisa
- estratégia de busca
- busca na literatura
- seleção dos estudos
- extração dos dados
- avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos
- síntese dos dados
- avaliação da qualidade das evidências
- redação e publicação dos resultados
Ao longo deste curso, nos aprofundaremos sobre cada uma dessas etapas. Dicas para elaboradores e recursos adicionais também serão apresentados. Por ora, essa série de artigos sobre as etapas para elaboração de revisões sistemáticas publicada na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde pode esclarecer um pouco mais esses processos, com a vantagem de ser um recurso em português.
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