Resenha A formação territorial brasileira nos dois primeiros séculos de colonização

Resenha de artigo

Introdução:

Este trabalho é uma resenha do artigo “A formação territorial brasileira nos dois primeiros séculos de colonização” de Rafael Straforini (UERJ, 2008). O texto trata da formação do território brasileiro nos dois primeiros séculos de colonização e tenta superar a ideia de que a colonização foi feita através da “formação em arquipélago”.

Resumo:

O pensamento geográfico sobre a formação territorial brasileira, durante o século XIX e XX, teve várias vertentes que variam de juridicista à um projeto metropolitano de expansão de fronteiras. É de se observar que nos dois primeiros séculos de colonização brasileira a formação das fronteiras se deu em períodos bem diferentes um do outro, cada qual com suas objetivos e contradições.

Em um primeiro momento a colonização tinha como foco a instalação portuguesa nas novas terras, pois os tratados antes assinados vinham sendo questionados por outras potências europeias (Holanda, Inglaterra e França), cada qual com objetivos e enfoques de atuação diferentes no “novo mundo”. Para garantir a anexação dessas terras a coroa a instalação portuguesa no Brasil se deu no litoral para a proteção contra invasores e indígenas; comunicação oficial e comercial via mar com a metrópole e outros centros coloniais; e pela dificuldade do domínio do interior, tanto por motivos geográficos quanto pela resistência indígena.

Apesar da forte fixação litorânea os núcleos urbanos mantinham uma lenta, porém efetiva comunicação, recebendo reforços militares ou suprimentos de acordo com a necessidade. Posteriormente com o sucesso de algumas capitanias hereditárias , conquistas paulatinas de caminhos pelo interior, iniciaram a integração de centros urbanos e com criação de um governo geral Portugal garantiu sua instalação e criou bases para o próximo período de colonização.

A segunda fase da colonização brasileira foi um período de manutenção e expansão de fronteiras, a colônia em muitos momentos refletiu os acontecimentos da metrópole europeia. No período da união ibérica, partes do território brasileiro foram invadidos ou conquistados pela Holanda e França, durante esse período Portugal viu seus domínios ultramarinos serem conquistados voltando-se para a mais rentável, a colônia sul-americana. A Holanda por décadas dominou a produção e comercio do açúcar pernambucano, e só veio a ser expulsa com a adesão da colônia que via sua produção e lucro decair com os constantes ataques portugueses. Ao passo que ouve a reconquista dos territórios tomados pelos holandeses e franceses o interior do Brasil foi sendo conquistado através dos bandeirantes e das rotas agropecuárias, apesar de não alargarem as fronteiras, serviram como base para as conquistas do século XVIII.

Conclusão:

O autor tenta abordar de uma forma historiográfica a formação das fronteiras brasileiras, considerando a geopolítica do período e suas influencias na colônia. Ele mostra que o termo “arquipélagos de povoação” é errôneo por dá a ideia de isolacionismo, que, se é verdade geograficamente, não é no sentido político e estratégico da época, tendo núcleos estratégicos para a instalação, proteção e movimentação de pessoas e mercadorias, além de ser o alicerce para toda a expansão para além do meridiano de Tordesilhas.

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