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Resenha Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas

Por:   •  4/11/2018  •  Resenha  •  2.369 Palavras (10 Páginas)  •  221 Visualizações

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                RESENHA

FREUD, Sigmund. Por que a guerra? In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas, Vol. XXII. Rio de Janeiro: Imago, 1976. (originalmente publicado em 1933).

Albert Einstein, nascido em 14 de março de 1879, na cidade de Ulm, Baden-Württemberg, Império Alemão, autor da carta enviada a Freud, era um físico teórico alemão. No ano de 1905, publicou diversos artigos acadêmicos revolucionários, especialmente, entre eles, a teoria da relatividade especial. Estendeu sua teoria da relatividade posteriormente com a teoria da gravitação, de 1916, publicando um artigo sobre a teoria da relatividade geral. Em 1921, foi laureado com o Prêmio Nobel de Física pelas suas contribuições à física teórica. Seus conhecimentos são reconhecidos e perduram até os dias atuais. Einstein morreu em decorrência de um aneurisma em sua aorta abdominal na manhã de uma segunda-feira, em 18 de abril de 1955, na cidade de Princeton, Estados Unidos, aos 76 anos de idade.

Sigmund Schlomo Freud foi um médico neurologista e criador da psicanálise, nascido em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, pertencente ao antigo Império Austríaco (atual República Tcheca), no dia 6 de maio de 1856. Sigmund Freud, como é popularmente conhecido, tem seu reconhecimento por diversas teorias que elaborou, entre elas, a mais conhecida é a criação da utilização clínica como tratamento da psicopatologia através da psicanálise, termo que criou para designar um método para investigar os processos inconscientes. Freud escreveu um grande número de livros importantes, como: Psicologia da Vida Cotidiana, Totem e Tabu, A Interpretação dos Sonhos, O Ego e o Id e muitos outros. Nestes textos, Freud responsabilizava a repressão da sociedade daquela época que não permitia a satisfação de alguns sentimentos, considerando-os errados do ponto de vista social e religioso. No ano de 1939, aos 83 anos de idade, Freud veio a falecer em decorrência de um cancro no palato, na cidade de Londres, Inglaterra.

A partir de uma proposta da Liga das Nações e de seu Instituto Internacional para a Cooperação Intelectual, Einstein é chamado a convidar uma pessoa de sua escolha para discorrer pontos de vistas sobre um problema também de sua própria escolha. Sua carta, então, é enviada a Sigmund Freud levando como assunto problematizador: “Existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?”. Einstein, em sua carta, deixa para que Freud apresente seu ponto de vista acerca do assunto, mas faz uma breve introdução a respeito do assunto e problematiza questões interessantes que acabam servindo, na verdade, como um roteiro base para a resposta de Freud. Uma primeira solução sugerida por Einstein é a da instituição de um organismo legislativo e judiciário, por meio de acordo internacional, que sirva para arbitrar qualquer conflito que surja entre nações. Porém há um primeiro obstáculo quanto a esta solução, uma vez que este organismo seria constituído por homens que estariam sujeitos, de toda forma, às influências extrajudiciárias. A busca da segurança internacional envolve a renúncia incondicional, por todas as nações, à sua soberania. Uma das principais características do homem, que impede a humanidade de livrar-se da guerra, é levada em consideração por Einstein, a qual referia ao desejo de poder, que caracteriza a classe governante. Outro grupo ao qual essa característica pode ser atribuída é aquele que vê na guerra uma oportunidade econômica, por meio da fabricação e venda de armas. Diante estes fatos Einstein problematiza uma outra questão: Como esta minoria de poder dobra a maioria a favor de seus interesses a uma situação de guerra onde muitos só tem a perder e sofrer? Como resposta, o físico apresenta o poder que detêm esta minoria possuidora das escolas, da imprensa e também da igreja, possibilitando, assim, organizar e dominar as emoções das massas. Tendo em vista que essa resposta não apresenta solução completa ao questionamento, surge a Einstein outra suposição: a de que o homem tem dentro de si um desejo de ódio e destruição, que emerge em situações anormais, para as quais, a fim de que pudesse compreendê-las, pede ajuda a Freud, especialista na ciência dos instintos humanos. A partir desta ideia, Einstein chega a sua última suposição: seria possível controlar a evolução do homem, de modo a torná-lo à prova das psicoses do ódio e da destrutividade?

A partir das suposições anteriores, Freud inicia sua carta, em resposta a Einstein, com bastante interesse nos assuntos, ciente da necessidade de apresentar, a partir de uma análise psicológica, o problema de prevenção da guerra. Começou analisando a relação entre direito e poder, substituindo, mais adiante, o “poder” por “violência”. O médico analisa que os conflitos do homem, com freqüência, se resolvem por meio da violência e que esta força, com a evolução, passa a ser substituída pela superioridade intelectual, como a exemplo a criação de armas e maior habilidade em usá-las.

        Apenas o possuir o poder, não basta para resolver o conflito, tendo consciência de que a força de um único homem pode ser vencida pela união de vários outros em direção a um único propósito: “A união faz a força”. Configurando-se assim a evolução da violência para o direito. A diferença real percebida é que o que prevalece é a violência da comunidade como um todo, não somente a violência de um único indivíduo. Para que a comunidade permaneça unida é necessário que existam vínculos afetivos entre os membros, além de organização e líderes. Porém, desde o seu surgimento, as comunidades apresentam desigualdades que geram conflitos, podendo resultar em pequenas guerras entre os indivíduos. As desavenças dentro da comunidade se dão de duas maneiras: 1) A partir da tentativa daqueles que detêm o poder de se colocarem acima das leis vigentes para todos. 2) Quando os oprimidos, dentro da comunidade, tentam conquistar poder com o intuito de igualar direitos a todos na comunidade. Desta forma, conclui-se que a violência nas comunidades também é inevitável. Porém as necessidades em comum e os vínculos afetivos favorecem uma rápida resolução dos conflitos.

        Freud confirma a suposição do médico a respeito do instinto de ódio e destruição, para responder a indagação da facilidade de mover homens à guerra. Para explicar melhor, Freud fez uso de sua teoria sobre instintos, onde afirma existirem dois tipos: o primeiro, sendo os instintos eróticos (derivado do termo Eros), que tendem a conservar e unir; o segundo, sendo o chamado instinto de agressão/destruição, que procura destruir e matar, agem no interior do ser e empenha-se em fazer a vida retroceder ao estado de matéria inanimado. Outros inúmeros motivos agem simultaneamente incitando o homem a participar de uma guerra, não sendo somente o instinto de agressão responsável por este acontecimento.

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