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Resenha Manifesto Comunista

Por:   •  5/4/2017  •  Resenha  •  1.301 Palavras (6 Páginas)  •  415 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE DIREITO

ECONOMIA

VICTOR ALMEIDA DE ABREU – 00188026 - MF1

        

RESENHA MANIFESTO COMUNISTA

SÃO PAULO

2016

Escrito por Karl Marx, (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) entre 1847 e 1848, e publicado pela primeira vez no mesmo ano em Londres, o Manifesto do Partido Comunista é um livro agitatório e propagandístico dirigido ao nascente proletariado industrial europeu, que fomenta uma nova visão interpretativa da história, de seus significados, e das ações que deveriam ser tomadas pela classe trabalhadora a partir dessas constatações, mais especificamente, a luta pelo socialismo e o comunismo.

Podemos identificar no Manifesto duas ideias centrais: A primeira, logo no início, de que a história da humanidade sempre se deu e se dá numa dinâmica de disputa de classes dominantes e dominadas. A segunda, consequência da primeira, que Marx e Engels desenvolvem ao longo do livro, é a de que a próxima etapa da história deveria ser a superação do conflito dominador-dominado - no caso, burguesia-proletariado - por meio de uma revolução socialista conduzida pelo proletariado, com a finalidade de futuramente desenvolver e concretizar uma sociedade comunista, sem explorados e exploradores.

         O livro é dividido em quatro subcapítulos, nos quais os autores apresentam diversos conceitos e argumentos que reforçam suas teses centrais. No primeiro destes, nos é apresentado o próprio conceito das classes sociais que marcavam o período, essencialmente a burguesia e o proletariado. Marx define a burguesia como essencialmente revolucionária até então, tendo papel central no desenvolvimento da História, no entanto, ao mesmo tempo, faz também uma crítica ao novo paradigma social que a burguesia passa a impor, em que as relações na sociedade, e até o próprio conceito de liberdades, passam a ser primordialmente centradas em relações comerciais e econômicas, de forma brutal aberta, direta, e brutal. O próprio processo de desenvolvimento da burguesia é um processo violento, em que todo o globo é radicalmente transformado de forma interconectada, com a concentração dos meios de produção em poucas mãos, a inclusão (por vezes forçada) de novas nações a esse nascente sistema capitalista, o desenvolvimento de grandes centros urbanos, a exploração extensiva dos recursos naturais, e a brutalização das relações de trabalhado nessa nova sociedade capitalista. Como consequência direta das transformações causadas pela burguesia, surge o proletariado, que, de forma sucinta, pode ser definido como a classe explorada pela burguesia, responsável por perpetuar e garantir a expansão dos seus lucros, vendendo sua força de trabalho para estes, mas sem ter direito à usufruir dos lucros gerados pelo seu trabalho - o que Marx chamará de alienação do trabalho. O proletariado é a base da sociedade capitalista, já que a este, cabe a produção de todo capital absorvido pela burguesia, no entanto, ao mesmo tempo é a classe propriamente explorada, a quem lhe são restritos os direitos, e os bens. Dada sua condição de maioria e também às relações injustas de produção, e à condição péssima de vida nessa sociedade, o proletariado seria a classe cuja tarefa e destino é a derrubada violenta da burguesia, dando um passo à frente na história da luta de classes.

No segundo subcapítulo, o assunto central é a caracterização dos comunistas, e do seu papel com relação ao proletariado e a seus movimentos. Os comunistas são caracterizados em linhas gerais, como a vanguarda do movimento operário, a elite intelectual deste movimento cuja grande tarefa é a mobilização do proletariado e a elevação da consciência de classe - papel, por exemplo, exercido pelos autores neste livro. Entre as características marcantes dos comunistas, está a defesa de uma sociedade sem opressão em nome da liberdade da propriedade privada, uma sociedade sem alienação do trabalho que o proletariado produz e da terra e de seus frutos do camponês; em linhas gerais, a defesa de uma sociedade igualitária cujos valores e objetivos centrais seriam o bem estar social e a igualdade para a classe proletária como um todo, estando isso acima da dita liberdade econômica e de propriedade privada. Ainda neste subcapítulo, os autores apontam, de forma generalizada, o caminho para o desenvolvimento dessa sociedade comunista, o qual passa pela concentração cada vez maior das forças produtivas no Estado e também do capital, e que termina com a derradeira abolição das classes.

No subcapítulo seguinte, o foco de análise são as diversas correntes teóricas e práticas de socialismo - das quais os autores são extremamente críticos -, nas quais identificamos a corrente feudal (que se foca em criticar a burguesia industrial, no entanto, de forma reacionária em saudação aos tempos feudais), a corrente pequeno-burguesa (que como a anterior também pode ser caracterizada como reacionária, por não busca um progresso na luta de classes, mas um reestabelecimento das antigas relações de produção), a alemã (que segundo os autores, pecava por paradoxalmente negar a luta de classes em certos pontos e defenderem a emancipação humana num geral), a burguesa e conservadora (cujo foco é a conciliação de classes, e a superação da luta de classes), e por fim a do socialismo e comunismo crítico-utópios (definida pela contradição entre ao passo em que é acertadamente crítica à sociedade da luta de classes, também é demasiada fantasiosa e utópica, sem análises e prognósticos baseados na realidade concreta).

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