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Resenha crítica - Manifesto Comunista

Por:   •  26/10/2017  •  Resenha  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  1.517 Visualizações

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                                              O Manifesto Comunista

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. Versão para e-book: eBooksbrasil.com. Ed. Ridendo Castigat Mores. Fonte Digital: RocketEdition de 1999.

O Manifesto Comunista, de 1848, é uma obra escrita por Karl Marx e Friedrich Engels, que apresenta o desenvolvimento e as ideias do comunismo diante de uma sociedade dominada pela soberania burguesa. Marx e Engels defendem a queda da burguesia pelo proletariado e a soberania do mesmo. Apresentam ideias revolucionárias de uma sociedade sem classes e sem propriedade privada, convocando a união de todos os proletários do mundo.

Introduz-se a leitura da obra referindo-se ao comunismo como um “espectro que ronda a Europa”, uma ameaçadora força reconhecida por todas as  potências do Continente que fizeram unir-se em “uma Santa Aliança” para conjurá-la. Os autores concluem, então, que é tempo de os comunistas exporem suas ideias ao mundo, fazendo jus à lenda do espectro do comunismo. Finalizam a introdução revelando que o escrito manifesto será publicado em inglês, francês, alemão, italiano, flamengo e dinamarquês.

Com foco narrativo em terceira pessoa, o livro divide-se em quatro partes, sendo a primeira intitulada “ Burgueses e Proletários”. Esta, inicia-se explicando que a história da humanidade é a história das lutas de classes, correlacionando com o conflito entre burguesia e proletariado. Os autores relatam, com exemplos, que desde as civilizações mais antigas existe o conflito entre classes. Explicam que a burguesia moderna surge das ruínas da sociedade feudal. A classe burguesa faz surgir não somente novas classes, mas, também, novas formas de opressão. Todavia, cria-se, assim, novas formas de luta.

Diante do processo de desenvolvimento industrial, a burguesia, fruto de revoluções no modo de produção e de troca, ganha força, conquista sua soberania política, rompe o laço entre o homem e o feudalismo e o substitui pelo frio interesse ao capital. Faz dos trabalhadores mais respeitados seus operários. Com o rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção, a burguesia invade o globo, obrigando outras nações a adotarem o modo burguês de produção. Segundo Marx e Engels, ela cria um mundo a sua imagem, no qual são estabelecidas novas relações de opressores e oprimidos. Com seu desenvolvimento, desenvolve-se também o proletariado que, com o maior emprego de máquinas e a divisão do trabalho, vê seu modo de vida tornar-se mais precário. O trabalho aumenta, o salário diminui. Desde o seu surgimento, o proletariado inicia sua luta contra a burguesia. Começa como uma massa dispersa pelo país que, com o tempo e a igualdade de interesses da classe, une-se perante um inimigo comum. A individual rivalidade entre operário e burguês torna-se, cada vez mais, uma rivalidade entre classes.

Na segunda parte, intitulada “Proletários e Comunistas”, é apresentado o partido comunista, o qual não possui interesses que os divergem do proletariado em geral. É uma força maior na luta dos operários contra os burgueses. Força essa que impulsiona os outros partidos proletários. Abolir a propriedade privada, a propriedade burguesa. Esse é o objetivo. Os comunistas encaram como injusta e incabível a explicação da burguesia, de que a propriedade se conquista pelo mérito, pelo trabalho. O trabalho do proletário não lhe garante uma propriedade, mesmo que lhe seja merecida. É garantido apenas mais trabalho, para que gere mais capital.

Ao decorrer do capítulo, são apresentados os conflituosos interesses entre comunismo e burguesia. Sem esconder suas posições comunistas, os autores fazem duras críticas à burguesia, que explora os trabalhadores assalariados, os condenando a uma vida miserável. Na soberania burguesa, aquele que trabalha, nenhum lucro lhe é oferecido. Aquele que não trabalha é quem lucra. O comunismo não quer tirar o direito de nenhum indivíduo, quer apenas garantir direitos àqueles que merecem e acabar com a exploração praticada para o crescimento do capital.

Em “Literatura Socialista e Comunista”, terceira parte da obra, são apresentados três importantes pontos, os quais são “Socialismo Reacionário”, “O Socialismo Conservador ou Burguês” e “O Socialismo e o Comunismo Utópicos e Críticos”, sendo que o primeiro ponto divide-se em “O Socialismo Feudal”, “O Socialismo Pequeno-Burguês” e “O Socialismo Alemão ou o ‘Verdadeiro’ Socialismo”. No socialismo feudal é apresentada a literatura satírica, utilizada pelas aristocracias francesa e inglesa, na luta contra a burguesia. Em real situação, fingem abandonar seus interesses próprios, defendendo os interesses da classe operária, apenas para se criar simpatias. Nasce, então, o socialismo feudal, com sua fracassada tentativa de atrair o povo, devido a sua classificação de sistema ultrapassado, substituído agora por outro.

Deixada de lado para fracassar, enquanto a burguesia vive em ascensão, a pequena burguesia vê-se aproximando de seu fim, lado a lado com os pequenos camponeses. Surge então, assim, o socialismo pequeno-burguês. Defendendo a classe operária do ponto de vista da pequena burguesia, o movimento abandona-se a uma fraqueza espiritual. No socialismo alemão ou, como tais socialistas preferem, o verdadeiro socialismo, é classificada por Marx e Engels como imunda e enervante a literatura socialista alemã, a qual inverte as ideias e objetivos da literatura francesa, modelo literário introduzido na Alemanha.

Burguesia sem proletariado. Uma sociedade isenta de ideais revolucionários. São estes os objetivos do socialismo conservador ou burguês. No presente sistema, os socialistas pretendem introduzir os proletários na sociedade burguesa, retirando deles o ódio pela mesma. O socialismo burguês resume-se a frase “burgueses são burgueses – no interesse da classe operária”. Chega-se, então, ao último ponto desta terceira parte. O socialismo e o comunismo utópicos e críticos. Acompanhando os primeiros movimentos proletários, tem-se uma literatura reacionária, de caráter pacificador, que rejeita qualquer ação política ou revolucionária. Busca melhorar as condições de toda e qualquer classe, até mesmo as mais privilegiadas, pela literatura. Com noções claras de igualitarismo, os fundadores desse sistema consideram que somente sob a condição de classe sofredora é que o proletariado existe. Tentam fazer-se constituir uma nova condição social pela força exemplar e experiências em escalas de pequenas proporções, contudo, sabe-se que sempre terminam por fracassar. Seus ideais e objetivos são classificados como “utopias sociais”.

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