Resenha sobre: O Manifesto Comunista
Por: Gustavo Nicioli • 4/8/2018 • Resenha • 1.548 Palavras (7 Páginas) • 273 Visualizações
INSTITUIÇÃO: UFABC
TEMA: “RESENHA SOBRE O MANIFESTO COMUNISTA”
ALUNO: GUSTAVO HENRIQUE NICIOLI
RA: 21070116
MATÉRIA: ESTRUTURA E DINÂMICA SOCIAL
PROFESSOR: VALTER POMAR
SANTO ANDRÉ, SP
2018
O manifesto comunista é uma obra escrita por Karl Marx, com o auxilio de seu fiel companheiro Friedrich Engels. Escrita entre 1847 e 1848 (dizem que este trabalho foi finalizado em um Hotel na Bélgica na virada do ano). O propósito pelo qual este trabalho teve a chance de ser escrito, foi através de um acordo feito entre Marx e a liga dos comunistas, uma associação de proletariados da qual Marx e Engels faziam parte. Na época, a liga precisava de um manifesto que apresentasse suas principais ideias ao mundo, principalmente a todas as classes de trabalhadores.
Este manifesto apresenta as principais ideias do comunismo marxista, que diante a uma sociedade injusta e dominada pela soberania burguesa, precisava, aos olhos de quem o escreveu, haver uma revolução da classe dos proletariados perante aos seus subordinantes, afim de que a divisão Burgueses x Proletariados se diluíssem até que não houvessem mais este tipo de comparação.
Este ato somente seria capaz de acontecer, se e somente se, todos os proletariados se unissem contra os poderes burgueses da época, “Proletariados de todos os países, uni-vos” (Marx, O manifesto comunista, edição RocketEdition, agosto de 1999). Sendo assim, Marx tinha como objetivo, empoderar os trabalhadores assalariados da época, com o conhecimento e a gana de que juntos, poderiam mudar suas vidas de um mero ciclo miserável que se alternava entre, comer, dormir e trabalhar, para uma vida onde todos pudessem trabalhar apenas o suficiente para que toda a população fosse capaz de usufruir uma vida tranquila, sem os excessos de trabalho que são feitos afim de gerar mais-valor aos burgueses.
Em seu primeiro capítulo, Marx, de uma forma inteligente, discorre inicialmente da relação entre Burgueses x Proletariados, que ao meu ver, talvez seja uma estratégia dele de iniciar suas obras chocando seu público alvo, para que ele ganhe a atenção deste e depois consiga incisivamente apresentar tudo o que tem a dizer (algo semelhante acontece na obra, O Capital, onde Marx inicia seu trabalho pelo principal argumento que os economistas políticos da época tinham, a mercadoria). Portanto, ele conta como as relações entre as duas classes se desenvolveram ao passar dos anos, “Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, barão e servo, mestres de corporação e companheiros, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição tem vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada” (Marx, O manifesto comunista, edição RocketEdition, agosto de 1999), ou seja, sempre houve as lutas de classes.
Marx traz a história para o presente (da época) e conta como o feudalismo deu espaço ao capitalismo, que logo se instalou e tão logo se expandiu no mundo. A cidade sucumbindo o antigo campo, e como o poder se centralizou nas mãos de tão poucos. Ele usa deste momento, para intensificar a problemática de como os burgueses conseguiram acumular tantas riquezas, e mostrando que os burgueses precisaram e utilizaram dos proletariados para que estes conseguissem revolucionar o modelo feudal. Ou seja, os proletários aprenderam a manejar as armas de uma revolução, basta agora utiliza-las para os seus próprios bens.
Após, teoricamente, Marx ter conseguido a atenção do seu leitor, ele nos apresenta os meios pelos quais os proletariados poderiam se fortalecer, se unirem, que seria através dos partidos comunistas. Marx diz que estes partidos tinham como viés de orientação, as lutas de classes e que eles visavam a distribuição do Capital igualitariamente. Ou seja, o partido comunista era o meio pelo qual os trabalhadores poderiam revolucionar, eles seriam uma espécie de apoio, de pilar instruidor. Alguma das ideias do partido eram: a abolição da propriedade burguesa. A abolição da propriedade privada se faz necessária quando nem todos tem o direito de usufruir deste direito que era dito como universal para os comunistas, não é necessário ter o mérito de comprar uma propriedade, o lar é um direito a todos.
A abolição das relações de família, no sentido de que na sociedade capitalista, a mulher era dita como propriedade, sendo considerada apenas um instrumento de reprodução para os homens. E as crianças que na época eram exploradas pelos pais (exploração no sentido de trabalho infantil), algo que talvez fosse necessário para que os salários da família fossem o suficiente para a subsistência dos mesmos, pois, os capitalistas tendem a sempre pagarem o mínimo possível aos seus trabalhadores (salário mínimo, nos dias atuais), para que estes possam comer e terem energia suficiente para voltarem no outro dia e trabalharem novamente, maximizando a mais-valia dos burguês, porém, nem todos recebiam este valor mínimo, as famílias que recebessem o necessário para alimentarem quatro bocas, mas tinham dez pessoas necessitando de comida, estas eram forçadas a explorar a força de trabalho infantil (as famílias tinham um grande número de filhos, pois muitas crianças não aguentavam as precárias situações das quais eram forçadas a passar, além das mais diversas doenças da época, que muitas não tinham tratamentos).
Complementando as “obrigações e deveres” de uma sociedade comunista, é apresentado aos leitores, os “10 mandamentos” ou os dez ideais comunistas. Talvez seja uma afronta aos 10 mandamentos cristãos. Mas entre eles, estão a abolição da herança, onde todo o dinheiro herdado deveria ser entregue ao estado, pois este saberia como repartir de maneira eficiente, além, que na sociedade comunista, todos os cidadãos teriam os mesmo direitos e deveres, teriam os mesmo “bens”, fazendo com que a herança fosse uma forma de acumulo de capital, o que não se enquadraria em uma sociedade comunista.
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