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Resumo: Artigo Prova Real

Por:   •  12/6/2019  •  Artigo  •  1.758 Palavras (8 Páginas)  •  221 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO (...)

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ECONOMIA

PROF. (...)

26 FEV. 2019

ALUNA (...)

        Título: Prova Real

RESUMO

Solange Monteiro, artigo “Prova Real” da revista Conjuntura Econômica do Rio de Janeiro, janeiro 2019.

        A passagem de 2018 para 2019 e a assuma do novo Presidente da República, Jair Bolsonaro, dificultou muito aos economistas uma prévia visão estimativa para o crescimento do país. Priorizando a reforma da Previdência e mudanças nos cargos, foi notável que a nova equipe demostrou o foco e apostou no mercado subir em seu favor. Com um discurso imperativo, o ministro da Economia, Paulo Guedes teve o dia de sua posse encerrado com a bolsa em alta histórica e o dólar em baixa. Embora “surjam esperanças”, o pesquisador Braulio Borges, do FGV IBRE, economista–sênior da LCA Consultores, afirmam que devido à gravidade da situação fiscal, entregar soluções no primeiro ano e mandato seria inverossímil, pois o endividamento público está muito alto em relação aos últimos 20 anos. O economista também ressaltou que nos governos de FHC e Lula, foi o período qual a dívida bruta do governo federal mais de aproximou aos níveis atuais ( 66,2 % em 2002, 74% em 2017 e 78% e 2018), ainda que Lula foi presenteado com a existência do superávit primário e hoje, o Brasil encontra–se em déficit de 0,3 e a meta é transformar esse valor em 2 % até o final do mandato.

        A LCA estima para o PIB de 2019, o valor de 2,2% e para o crescimento, o FGV IBRE, estima um valor de 2,4%, mais baixo em relação ao ano passado (2,55%). A previsão do IBRE de crescimento para o último trimestre do no que passou é de 0,4% em relação ao período anterior – que por sua vez registrou o dobro de expansão na mesma comparação, com 0,8%. Lívio Ribeiro, pesquisador da Economia Aplicada do IBRE, diz que 2,4% parece um número bom em meio a recessão que nos encontramos. Ele também fala que parte dessa expansão diz respeito mais a fatores cíclicos da economia brasileira: toda a discussão de potencial de crescimento ligada a fatores estruturais, especificamente à produtividade. Ou seja, do lado da oferta, o setor de serviços, do lado da demanda o impulso de consumo, que desde 2017 tem liderado o processo de recuperação da economia.

        Para este ano, a taxa de desemprego é estimada a queda de 12,2% para 11,9%, segundo informações do IBRE. No Boletim Macro de dezembro, os pesquisadores Fernando de Holanda Barbosa e Daniel Duque também apontam que 2019 poderá marcar a reversão da queda do emprego formal registrada no último triênio, destacando a variação acumulada positiva registrada pelo Caged (Cadastro Geral e Desempregados) desde a segunda metade de 2018. Outra reversão muito esperada para o ano de 2019 é a da atividade da construção civil, que desde o pico prévio à recessão registra retração d e30%, muito acima do PIB, com -8%.  A estimativa do IBRE é reverter a queda de -1,8 (2018) para 1,8%. Afirma–se que a queda de investimento público, o impacto da Lava Jato nas empreiteiras e o programa Minha Casa Minha Vida que também encolheu, são fatores que deixam o processo mais lento para a tão esperada melhora. Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção de FGV IBRE, afirma que essa recuperação parta do setor imobiliários, com a redução gradual dos estoques e o lançamento de novos projetos. Também disse que grandes obras de infraestrutura só deverão movimentar os indicadores em 2020.

 Quanto a inflação, esta tem encargo de permanecer a favor da economia, mantendo–se abaixo da meta com IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo), fechando ao em 4,1%, pela projeção do IBRE. A estimativa é próspera, embora represente dois mundos diferentes: o dos preços livres, que devem variar 3,9%, e dos administrados, que mantem–se acima do núcleo com estimativa de 4,8% neste ano, refletindo a inoperância da economia brasileira. Indiferente a condição, baixa inflação dá margem à aceleração do PI, sem gerar pressão inicial de preços. Em relação ao câmbio, que no ano de 2018 sofreu muito, sendo R$ 3,85. A meta para fechar o ano de 2019 é transformar esse valor em R$3,72. Borges ainda afirma que 2018 foi o ano do dólar, que se sobressaiu em relação a maioria das moedas, mas essa ocasião não deverá se repetir. José Julio Senna, responsável pelo Centro de Estudos Monetários do FGV IBRE, ressalta que o discurso do banco central americano (FED) no final do ano foi favorável ao desaceleramento/freio do ritmo de revolução dos juros. Borges ainda frisa possível movimento na bolsa de valores americana a partir de outubro, pois como um quarto do patrimônio das famílias está aplicado em ações, o medo da recessão derruba o preço dos papéis, que leva a desaceleração do crescimento dada a relevância do efeito riqueza nessa economia.

Ribeiro não descarta a possibilidade de um cenário desafiador, acredita que as dificuldades virão por meio de outros canais. Ele aponta preocupação na desaceleração de comércio mundial, diante um contexto de expectativa de desaceleração economia de USA, China e Europa, além das incertezas quanto ao rumo da guerra comercial entre as duas maiores economias do globo. No Citibank, estima–se que o crescimento global seja de 3,1%, ou seja, 0,6% a menos que no ano anterior. Leonardo Porto de Almeida economista–chefe do Citibank, afirma que a última vez em que houve crescimento mundial baixo, foi em 2012, ou seja, o mundo dará menos tempo de tolerância para o governo novo.

Tais perspectivas já se veem refletidas no preço de commodities (mercadorias de baixo valor agregado), bem como nas projeções para exportações. Nas estimativas do IBRE, o crescimento das vendas brasileiras ao exterior passará de 4,55 em 2018 para 2,6% em 2019. Nos cálculos da AEB, o sinal também é de queda, de 7,3% em 2018 para 2,6%, para US$ 220 bilhões. Entre as principais variações negativas estimadas pela associação, estão a soja (-17,85), o petróleo (-14,1%) e minério de ferro (-8,5%). No caso dos semifaturados e manufaturados, a perspectiva da AEB é de alguma melhora para os produtos como celulose e aço. Já as vendas de veículos e carga devem cair cerca de 18,9%, e a de automóveis, 23,4%, estas em razão a crise na Argentina, que por sinal era destino de 80% das exportações do produto.

Castro ressalta também que é importante estar atento as políticas externas, dando grande ênfase ao Mercosul, para onde seguem 25% das vendas de manufaturados. Também há importância em manter boa relação com o continente sul–americano em geral, que concerta 43% dessas vendas.

José Velloso, presidente executivo da Abimaq, afirma estar em contato direto com o ministro Paulo Guedes e Marcos Troyjo, secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, defendendo a promessa feita pelo governo: uma escalada tarifária que inclua tanto bens finais quanto intermediários e componentes. Em 2018 o setor e máquinas e equipamentos fechou com expansão de 7% no total e 13% em exportações, que passaram a representar 43% do faturamento dessa indústria, contra uma média de 30% nos últimos 25 anos. Os principais produtos exportados são máquinas rodoviárias, agrícolas e para construção civil, além das máquinas para as indústrias de plástico e alimentos; sendo os principais destinos: USA e Argentina (considerando por bloco), a Europa fica e segundo lugar. Velloso anseia que a regeneração do mercado doméstico chegue antes dos efeitos da desaceleração econômica mundiais, pois em geral o reflexo mais imediato dessa queda se dá para bens de consumo não duráveis e semiduráveis.

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