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Resumo O Capitalismo Global

Por:   •  8/7/2019  •  Resenha  •  3.298 Palavras (14 Páginas)  •  444 Visualizações

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Resumo dos capítulos 2-6 do livro Capitalismo Global, de Celso Furtado

Capítulo 2 - O novo Capitalismo

A Cepal constituiu o único esforço de criação de um corpo de pensamento teórico sobre política econômica. Esse trabalho se desdobrou em duas frentes: A dicotomia entre centro-periferia e a percepção do sistema de poder subjacente à economia mundial.

Essa é uma teoria do efeito de dominação, diferentemente de outras teorias que privilegiam o equilíbrio, essas duas ideias olham o fenômeno de poder nas economias mundiais. A Cepal fez um esforço para ver a economia como um ramo de ciência política.

A formação econômica do mundo moderno pode ser observada de três ângulos:

- Intensificação do esforço acumulativo, com a elevação da poupança;

- Ampliação do horizonte de possibilidades técnicas;

- Aumento da parcela da população com acesso a novos padrões de consumo;

Não são três processos distintos, essas são três faces de um só processo histórico.

No fim do século, dá-se início à tese de que o processo de globalização dos mercados há de acontecer no mundo todo. Mas a ligação entre os mercados e o debilitamento dos sistemas estatais reguladores de poder geram mudanças estruturais, como crescente concentração de renda e formas de exclusão social que se manifestam em todos os países.

O crescimento econômico passa a ter como contrapartida o nascimento de uma nova forma de organização social que redefine o perfil de distribuição de renda. Essa é uma era de incertezas.

Se for olhar a revolução industrial, ela também gerou desemprego, principalmente no setor agrícola. Por isso, o desenvolvimento só é efetivo se a economia conta com mercados em expansão.

Num primeiro período, as empresas que lideravam a revolução industrial forçaram a abertura dos mercados externos, porém, o motor desse crescimento econômico não foi o mercado externo, e sim a expansão dos mercados internos, possibilitada pelo aumento do poder de compra da população.

Prevaleceram uma maior concentração geográfica das atividades industriais em benefício desses países centro e uma repartição de renda mais igualitária.

A explicação para isso foi a criação de novas forças sociais, como a organização de alguns trabalhadores, que levaram à elevação dos salários reais e impôs políticas protecionistas ao governo, para defender seus mercados externos. A partir daí o motor do crescimento foi o mercado interno. O aumento do poder de compra dos trabalhadores teve um papel primordial no processo de desenvolvimento.

O dinamismo da economia capitalista derivou da interação de dois processos: A inovação técnica e a expansão do mercado, que cresce junto com a massa dos salários.

A inovação técnica depende do esforço dos empresários para a maximização dos lucros. Já a expansão do mercado depende da pressão das forças sociais que lutam para elevar os seus salários.

O processo atual de globalização desarticula a ação dessas forças. Quanto mais as empresas se globalizam, mais tendem a se apoiar nos mercados externos para crescer, ao mesmo tempo em que os empresários tendem a fugir do controle das instâncias políticas.

O tripé que sustentou o sistema de poder está abalado, em prejuízo aos trabalhadores e em favor das empresas que detém as inovações tecnológicas. Disso resulta a baixa participação dos assalariados na renda nacional dos países.

A interdependência dos sistemas econômicos tornou obsoletas as técnicas desenvolvidas para captar o sentido do processo histórico. A confiabilidade de projeções se reduziu a quase nada. Hoje em dia é limitada a possibilidade de interferir nos processos macroeconômicos, inclusive em problemas como o desemprego.

Os sistemas econômicos nacionais com grande autonomia são coisas do passado. Os mercados fundamentais operam unificados ou marcham rapidamente para a globalização.

Essas foram algumas mudanças de mais relevo na configuração do quadro global:

  1. O declínio da governabilidade das economias de maior peso relativo não se explica sem ter em conta a internacionalização dos mercados financeiros.
  2. A União Europeia nasceu por iniciativa da França, com o objetivo de promover um entendimento político consistente com a Alemanha.
  3. O processo de conversão à economia de mercado e de criação de instituições democráticas nos países do Leste europeu resultou ser muito mais traumática do que se havia imaginado.
  4. As nações asiático-orientais são hoje os líderes da nova onda de transformações que estão redefinindo a face do planeta.
  5. As economias latino-americanas estarão submetidas a pressões crescentes para desregular os seus mercados, o que acarretará efeitos diversos me função do grau de heterogeneidade de suas estruturas sociais.

Capítulo 03 – Globalização e identidade nacional

Neste capítulo, Furtado faz algumas reflexões sobre a realidade mundial emergente. São elas:

  1. A economia mundial penetrou numa fase de tensões estruturais sem precedentes, que se manifestam desde o começo dos anos 80 nos países do terceiro mundo com a elevação das taxas de juros dos mercados internacionais e intensa drenagem de capitais para os Estados Unidos;
  2. O desequilíbrio estrutural da economia dos Estados Unidos é o motivo da drenagem, para este país, de mais da metade da poupança disponível para investimentos internacionais;
  3. Outra fonte de tensão, é o amplo processo de destruição-reconstrução das economias do Leste europeu, que vão continuar absorvendo parte da poupança gerada pelos demais países;
  4. A integração dos países da Europa ocidental é irreversível. Esse processo reforça os grandes grupos econômicos que operam transnacionalmente;
  5. Independentemente das mudanças na configuração da estrutura do poder político mundial, deve prosseguir a realocação de atividades produtivas provocada pelo impacto das novas técnicas de comunicação e tratamento da informação;
  6. Tudo indica que o avanço das empresas transnacionais irá prosseguir, graças à concentração do poder financeiro e aos acordos no âmbito da Organização Mundial do Comércio sobre patentes e controle da atividade intelectual;
  7. Com o avanço da internacionalização dos circuitos econômicos, financeiro e tecnológicos, debilitam-se os sistemas econômicos nacionais, e as atividades estatais tendem a circunscrever-se às áreas sociais e culturais.
  8. A atividade política internacional facilitará a abordagem dos problemas ligados ao equilíbrio ecológico, ao controle do uso de drogas, ao combate das enfermidades contagiosas, à erradicação da fome e à manutenção da paz.
  9. A estrutura internacional de poder evolui para assumir a forma de grandes blocos de nações-sedes de empresas transnacionais que dispõem de rico acervo de conhecimentos e de pessoal capacidade.

O desafio é saber como preservar a identidade cultural e unidade política em um mundo dominado por grupos transnacionais que fundam seu poder no controle da tecnologia, da informação e do capital-financeiro.

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