Resumo Trabalho Imaterial
Por: Qri Bishop • 23/6/2016 • Resenha • 793 Palavras (4 Páginas) • 456 Visualizações
Resumo Trabalho Imaterial (prof Daniele)
O software, seja freeware, shareware, open source ou copyleft, é composto completamente por ideias e o custo de produção e reprodução são irrisórios. Tantas características únicas trazem à tona uma serie de polemicas sobre trabalho imaterial, como a mensuração de seu valor ou se acontece o fenômeno da exploração do trabalho.
Com a crescente importância do conhecimento nas etapas de produção capitalista, novos fatores passam a se destacar, como o comportamental e a motivação. E quanto mais esse conhecimento se propaga, mais útil ele se torna a sociedade e menos valor comercial ele tem. Para ter valor como mercadoria, ele necessita de barreiras para torna-lo menos acessível. Entretanto, a própria natureza do conhecimento dificulta sua privatização uma vez que é um fenômeno cuja exclusividade é difícil reproduzir e limitar.
Para GORZ, a sociedade estaria passando da civilização do trabalho para entrar na civilização do tempo liberado. Há aqui uma questão pungente: estaria a economia fadada a consumir níveis cada vez mais baixos de trabalho na busca incessante pelo aumento de produtividade em detrimento dos cidadãos que necessitam trabalhar para a subsistência?
Para Castells, a mudança na nova economia foi a mudança no perfil do trabalhador e a natureza do emprego – apesar de admitir que houve uma redução proporcional nos empregos de longo prazo. A área que sofreu a maior mudança foi a comunicação. A internet revolucionou tanto a percepção social das pessoas quanto os processos produtivos. Com a internet é possível conectar diversos lugares, ampliar o mercado consumidor e alterar a dinâmica administrativa das empresas. Contudo, mesmo nesse novo panorama o trabalho continua sendo a fonte de inovção e competitividade. O novo profissional deve ser proativo, os não qualificados correspondem a mão de obra genérica. Em comum, ambos terão a flexibilidade no trabalho, emprego e no relacionamento laboral. O novo capitalismo é global e estruturado e suas relações sociais de produção foram desligadas de sua existência real.
Outros adeptos da validade do conhecimento na atual economia são Hardt, Negri e Lazzarato. Para esses, a sociedade hodierna está sendo transformada pela crescente dominação do trabalho imaterial, com impactos nas formas de trabalho (ao extinguir os contratos de longo prazo) e na própria sociedade. Para Lazzarato e Negri, a natureza não rival e não-exclusiva do conhecimento e sua propagação se dar em grandes redes, inaugura um “novo processo de trabalho”. Não há mais distinção entre a produção, circulação e consumo, portanto não haveria mais diferença entre trabalho produtivo e improdutivo.
Benkler é outro autor que segue a linha do surgimento de um novo sistema econômico: “economia da informação em rede”. Ele descreveu o papel do novo consumidor, que seria mais exigente e participativo. Ele não pressagia o fim da sociedade de mercado e reconhece a importância do conhecimento e criatividade no centro do processo capitalista de acumulação.
Na visão marxista, trabalho produtivo é aquele que produz mais-valia e trabalho improdutivo o que não produz mais valia. Porém Lessa esclarece que participa do processo de acumulação capitalista aquele que produz a mais-valia (trabalho abstrato produtivo) quanto aquele que realiza a mais-valia (trabalho abstrato improdutivo). Logo, a oposição entre trabalho braçal e trabalho intelectual são produzem situações excludentes. A tecnologia seria fruto das inovações das forças produtivas, e portanto, não alterou as relações de exploração. O capital continua sendo uma relação social com o objetivo de acumular mais-valia.
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