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Tóxicos e Suas Consequências no Meio Ambiente

Por:   •  6/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.778 Palavras (16 Páginas)  •  217 Visualizações

Página 1 de 16

UNIVERSIDADE DO GRANDE ABC

Aílton Moura        RA 30032310

Daniela Siqueira Manoel de Oliveira        RA 30037784

Penélope Nonato Medeiros         RA 30031328

A ESTRUTURA SOCIAL E OS PROBLEMAS DOS TÓXICOS

Trabalho de Sociologia Geral e Jurídica II

Professor Ismail Reis

2° semestre do curso de Direito de 2011

SANTO ANDRÉ – SP

2011

 “Talvez o caminho seja mais árduo.

 A fantasia é sempre mais fácil e mais cômoda.

 Com certeza é mais simples para os pais de um menino

drogado  culpar o fantasma do traficante,

que supostamente induziu seu filho ao vício,

do que perceber e tratar dos conflitos familiares latentes que,

mais provavelmente, motivaram o vício.

Como, certamente, é mais simples para a sociedade permitir

a desapropriação do conflito e transferi-lo para o Estado,

esperando a enganosamente salvadora intervenção do sistema penal".

De Crimes, Penas e Fantasias, Rio de Janeiro: LUAM, 1991, p. 67.


Sumário

Resumo ………………………………………...……………………………………………………….………..4

A ESTRUTURA SOCIAL E O PROBLEMA DOS TÓXICOS

  1. Contexto Histórico ……………………….........................………………………………….…..…...5
  2. Controle Marginal: Ação da Contracultura .............……………………………………………..……7
  3. Pródromos da Toxicomania………………………………………..……………………………..…......9
  4. Estrutura Social, Toxicomania e Contracultura .....................................................................12

Conclusão ………………………………………………………………...…………………………………...14

Bibliografia ………………………………………………………………………………………………………15

Anexos ………………………………………………………………………………………………………..…


Resumo

Este trabalho abordará o papel dos tóxicos, como agente de modificação e destruição da estrutura social de nossa sociedade, os desvios que se constituem em alvos de sanções quando ultrapassam os limites estabelecidos pelas normas sociais e o aumento da criminalidade e de atos de violência pelo uso de entorpecentes.

A ilegalidade dos tóxicos incita o desenvolvimento de um mercado lucrativo, que objetiva negociar o que é proibido pela lei: o tráfico internacional de drogas. Deste modo, do ponto de vista do Código Penal, as drogas ilícitas podem ser consideradas marginais, pois encontram-se inseridas na lógica de mercado, pois não há nenhum outro negócio que gere tanta rentabilidade.


  1. Contexto Histórico

Nunca houve tantos tipos de tóxicos no mundo como atualmente. A economia dos tóxicos movimenta bilhões de dólares pelo mundo, abastece milhões de usuários e destrói inúmeras famílias da sociedade.

Desde a pré-história, diversas foram as sociedades e culturas, em que o uso de certas substâncias psicoativas, de propriedades estimulantes, sedativas ou extasiantes, vem sendo usadas para inúmeras finalidades que se estendem do seu emprego lúdico, com fins estritamente prazerosos, capazes de promover alterações do estado de consciência dos seres humanos, como o desencadeamento de estados de êxtase místico/religioso, até o uso farmacológico. Ao longo da história, constamos que algumas substâncias foram usadas como parte integrante de rituais socialmente construídos e legitimados, para amenizar as dores, aumentar as capacidades físicas e psicológicas dos soldados durante as guerras.

Segundo o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1970)[1], os povos siberianos e as populações vikings costumavam fazer uso da Amanita muscaria, os siberianos obtinham desta substância um transe pacífico e agradável e os vikings, após o consumo da mesma substância, uma fúria violenta. De acordo com Eduardo Furtado Leite (2005)[2], as civilizações indígenas da América Waraos e as Guarijos, obtinham a partir do uso do tabaco, efeitos psíquicos diversos.

Tanto nas sociedades arcaicas como nas sociedades indígenas, já era sabido as propriedades singulares de diversas plantas alucinógenas, eles invocavam as forças da natureza e dos deuses representantes, o uso das substâncias tóxicas, como a papoula, a coca e o cogumelo, estavam articulados ä realização de rituais de caráter mítico[3].O recurso ao tóxico nas sociedades míticas, dentro do contexto sócio-cultural é entendido como complemento ao transe e não condição para ele, é um possibilitador de experiências transcedentais, tem caráter religioso, espiritual e místico.

A civilização grega denominou as substâncias que conduziam à cura, à diversão e até mesmo à morte como phármakon, que significa ao mesmo tempo droga curativa, remédio e veneno. Esta droga era considerada na Grécia Antiga como um modo de ampliar a consciência dos iniciantes e de alguns intelectuais, levando-os ao mais elevado estado de conhecimento e maior aproximação da verdade. Existem alguns textos[4]escritos na antiguidade em que o usa desta droga é associado à conquista da sabedoria e do poder.

Já na Idade Média, o consumo excessivo destas substâncias tóxicas enfraquece, devido ao papel fundamental que a religião católica passa a ter em grande parte do território europeu. O uso das substâncias tóxicas passa a ser proibida devido à crença Cristã que condenava o luxo, os prazeres, o uso destas substâncias passa a ser considerada fontes de pecado e produtos imorais.

Na Idade Moderna, os grupos começam a deixar os feudos e começam a se organizar em cidades, então surge a necessidade do comércio e circulação de moedas, caracterizando o Modo de Produção Capitalista. A partir de então, as substâncias tóxicas desempenham um papel importante do ponto de vista cultural, social, político e econômico. Com a alteração da economia moral medieval para a economia capitalista, lucro e consumo passam a ser valorizados e impulsiona o crescimento do comércio, principalmente via marítima, assim os produtos passam a circular de um continente para outro, aumentando a demanda e oferta. Então, as substâncias tóxicas, passam a ter um papel significativo na expansão do capitalismo, pois através das transações marítimas é que o comércio marítimo ganha força e se alastra pelos continentes. O exemplo mais importante é o da China, que passa a comercializar o ópio.

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