UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Por: Jhonton De Arruda • 27/4/2022 • Artigo • 989 Palavras (4 Páginas) • 93 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR
Curso: Ciências Econômicas Disciplina: Formação Econômica do Brasil
Professor: Luis Claudio Acadêmico (a):Jhonton Cesar
Avaliação 2: FICHAMENTO (resumo crítico)
Lima, Fernando Carlos Greenhalgh de Cerqueira
Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistaeconomica/article/download/34840/20096/117228
Estrutura: O açúcar como moeda, Circulação monetária e açúcar como meio de pagamento
no século XVII
Resumo
A “escassez de numerário” e a adoção do açúcar como
moeda no Brasil colonial.
Este artigo visa cumprir 2 objetivos: primeiro questionar afirmações que dizem que a adoção do açúcar como meio de pagamento no império português na America no séc. XVII seria causada pela falta de moeda metálica no território.
O segundo objetivo é reforçar a tese que a adoção do açúcar como moeda alternativa foi uma prática política adotada pelas autoridades coloniais para evitar conflito entre produtores e mercadores.
O açúcar como moeda.
No Rio de Janeiro em 1914 o governador decretou que o açúcar “corresse como moeda legal" fixando preço por arroba de 1$000 (Um mil-réis) para os brancos e ordenando para que os negociantes aceitassem como dinheiro.
Pouco depois em 1642 o governador-geral Francisco de Brito Correa assinou o termo de assento tomando posse sobre o preço do açúcar e fazendo ele correr nos pagamentos em dinheiro.
Circulação monetária e açúcar como meio de pagamento
no século XVII
Em 1608 os senhores de engenhos e lavradores de cana baianos reivindicavam a fixação de preço nos açucares conforme suas qualidades, pois naquele momento enfrentavam dificuldades para cumprir suas dívidas.
A falta de moeda só afeta a demanda indiretamente o maior problema eram o acúmulo de dívidas dos produtores em relação aos comerciantes, esses qual só aceitavam o pagamento de dívidas em açucares, a preços excessivamente reduzidos.
Mais se não faltava moeda qual foi a motivação para o governador do rio de janeiro a fixar o preço do açúcar e obrigar seu uso como meio de pagamento em 1614? provavelmente: a situação de queda do preço do açúcar foi um dos fatores e o outro disputas, pois um grande número de contratos previa o pagamento em açúcar.
Os contratos de pagamento em “açúcar a como valer em dinheiro de contado” eram em geral firmados entre comerciantes e produtores de açúcar, ou entre membros de cada um desses grupos, nesse sentido, o preço estabelecido para o açúcar seria sempre fruto de uma decisão política que mais diretamente poderia beneficiar este ou aquele grupo social,porém a fixação do preço poderia ser vista como um apaziguador de conflitos.
É desconhecido o prazo de vigência da medida que o Governador do Rio de Janeiro anunciou em 1614. Contudo os desentendimentos entre senhores de engenho e mercadores persistiram, a decisão de permitir o pagamento em açúcar é justificada nos Autos como uma forma de acabar com “os excessos que os mercadores fazem as suas vendas” (Tourinho, 1939: 7). Não é mencionado uma possível escassez de moeda.
A falta de moeda aumentaria o poder de negociar dos mercadores que só ofereciam 400 réis pelo branco, como os moradores só tinham como pagar suas dívidas em açúcar, cujo valor era reduzido pelos mercadores. (Rau, 1956: 61-62).
Este procedimento de fixar o preço do açúcar foi repetido em diversos lugares inúmeras vezes ao longo do século XVII. (Schwartz,
op. cit.; Russell-Wood, 1981).
As semelhanças no mecanismo de fixação de preços nos diferentes locais parece ser a participação de ambos os lados na negociação, também ao fato de que o açúcar, aquele preço, teria de ser aceito pelos credores(exceto quando o empréstimo original tivesse sido em dinheiro de contado.) Talvez esses acordos nem fossem honrados, o preço praticado estava abaixo dos estabelecidos pelas autoridades, mas era o preço que a coroa recebia tributos e contribuições.
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