UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS
Por: Vanessa Mendes • 26/2/2021 • Resenha • 1.252 Palavras (6 Páginas) • 222 Visualizações
FURG
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS
Economia Brasileira II
Duas décadas de transformações políticas e econômicas
Vanessa Campello Mendes
56808
2020
Duas décadas de transformações políticas e econômicas
Após duas décadas o Brasil alcançou a tão sonhada estabilidade dos preços, conseguiu conter a hiperinflação e diminuir os exagerados níveis de endividamento que perduravam por mais de uma década. Alguns desafios foram superados, mas os níveis de crescimento econômico não deslancharam e a inflação é contida por altas taxas de juro. Fazendo um link entre os governos FHC, Lula e Dilma Rousseff (até 2013), observa-se que suas condutas internas foram influenciadas por condicionantes externos. Estes governos tiveram que enfrentar basicamente o mesmo desafio, que era ter níveis de preços estáveis com taxas razoáveis de crescimento da economia, controlando os níveis de endividamento. Nos anos 90 a economia brasileira sofreu com as privatizações, fusões e incorporações empresariais, no início dos anos 2000 estes processos desaceleraram com isso o Brasil cresceu 3% no primeiro trimestre, e começava uma fase positiva na economia com o aquecimento da indústria, os preços estáveis e a balança comercial positiva. Apenas um detalhe preocupava neste momento, as altas taxas de juros do mercado pela falta de poupança interna, o que ocasionou esta alta taxa de juros foi uma crise na bolsa de valores internacional, fazendo com que grande volume de dólares deixasse a economia brasileira para cobrir operações de risco lá fora. No ano de 2002, com a eleição do presidente Lula, o mercado viveu uma imensa expectativa na quebra das políticas adotadas por FHC, o que não aconteceu, pois o governo Lula permaneceu com a mesma conduta. Os anos seguintes foram de desaceleração da inflação, e neste período a economia ficou estável e controlada, com constantes recordes da balança comercial, com altos investimentos no setor privado, aumento na desvalorização do dólar perante o real, e com a inflação controlada houve um aumento na oferta de emprego.
Pontuando cada governo vamos começar com o governo de Fernando Henrique Cardoso, embora tenha chegado à presidência em 1995, seu maior feito foi sua atuação como ministro da fazenda do governo Itamar Franco com a elaboração do plano real e consequente controle do processo inflacionário. O plano inicial era atacar a inflação com um ajuste fiscal, foi aplicada uma política de redução de gastos públicos e aumento de impostos. Após houve uma reforma monetária e num terceiro momento a aplicação de uma âncora cambial associada à abertura comercial e financeira. Estes fatores combinados levaram a inflação para 1,7% no mês de dezembro de 1994, e também a implementação de medidas para facilitar o fluxo de capitais entre o Brasil e o exterior, reduzindo barreiras tarifárias dando acesso a investidores locais aos mercados internacionais.
Simultaneamente com a abertura comercial e financeira, teve início os processos de privatização, para conter as dívidas públicas. A abertura comercial e financeira aprofundada nos anos noventa no Brasil trouxe, entre outras consequências: substituição de importações em vários insumos industriais; redução do passivo externo acumulado; incremento da dependência de recursos externos para fazer frente às necessidades de financiamento; aumento da pauta de exportações de produtos que incorporam componentes de alta tecnologia; diminuição da desverticalização da estrutura industrial.
O governo Fernando Henrique Cardoso deixou para o governo Lula um cenário de desajustes fiscais, baixo crescimento econômico e juros altos. No início de seu mandato em 2003 houve uma retração da demanda interna, fruto dos juros elevados com o aumento da meta do superávit primário. Só não entramos em recessão por conta da expansão chinesa que demandava grande quantidade de commodities exportadas pelo Brasil. Neste período as condições internacionais favoreceram o crescimento do país dado o aumento da demanda internacional e a elevação dos preços das commodities, nesse contexto nos três primeiros anos de Lula, o saldo da balança comercial teve vários recordes.
O governo Lula pôs em marcha vários programas sociais, cuja grande estrela seria o Bolsa-Família (2004) onde a renda era transferida diretamente para as famílias. Em 2007, o governo lança o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com o fim de incrementar as infraestruturas do país.
Além das exportações superavitárias, as dívidas internas e externas sofreram grande redução, mas quando a crise econômica começou em 2008 nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil não foi tão atingido. O governo diminuiu certos impostos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que tributa sobre os eletrodomésticos, por exemplo. Por causa desta crise e do bom momento que atravessava a economia brasileira, empresários e trabalhadores estrangeiros começaram a vir ao Brasil para investir e morar aqui.
Em suma os oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve como principal característica: crescimento econômico com redução da pobreza, na economia, seu maior mérito foi a manutenção do Plano Real, que permitiu a estabilidade econômica. O PIB (Produto Interno Bruto) teve um crescimento médio anual de 4,0% nos dois mandatos. Lula termina o seu mandato com 83% de aprovação popular a) e elege sua sucessora, Dilma Rousseff.
Dilma Rousseff assumiu em 1º de janeiro de 2011. No primeiro mandato, a presidenta deu continuidade aos programas sociais do Governo de Lula, e intensificou o combate à corrupção, trabalhou para uma política externa de
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