A Defesa e Gestão Estratégica Internacional

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Defesa e Gestão Estratégica Internacional

Ciência, Tecnologia e Inovação

Cecília Rosário Assis dos Santos Gonçalves

Uma análise crítica sobre o caso AMPLA

        Ao ter o primeiro contato com o caso, a primeira questão que veio a minha mente girava em torno do funcionamento dos medidores de energia. O principal “personagem” no caso, Weules Correia, vivia analisando os medidores durante o trajeto feito no seu dia a dia e foi assim que conseguiu notar certa mudança num padrão que configurava um furto de energia. Como leiga no assunto, nem ao menos compreendo como é possível notar algo do tipo, mas entendo que esse tipo de controle feito por ele é trabalhoso e se auto explica o motivo de não se ter um pessoal dando suporte a este tipo de verificação diária de forma a notar quando ocorresse um furto. O projeto apresentado tem diversas vertentes que são pontuadas e adentram áreas da ciência, da tecnologia e da inovação ao mesmo tempo, sendo de fato, um caso extremamente coerente e interessante para a nossa disciplina.

        Muitos dos alunos conhecem ou já estiveram em Búzios sem nem ao menos saber da existência do projeto e do fato da mesma ser uma cidade inteligente. Isso me chamou demais a atenção pois no caso temos exposto todo o valor investido no projeto. Um fato que é bastante trabalhado é a questão do foco dado a sustentabilidade. Um dos projetos relacionados, o ECO AMPLA, propõe a troca de resíduos recicláveis por bônus na fatura de energia elétrica, destinando o material coletado à indústria de reciclagem. Na teoria me parece bastante interessante, mas na prática acho que o problema ainda não seria resolvido. Até hoje grande parte da população não possui conhecimento prévio em relação a forma como se separa resíduos recicláveis. Além disso, seria algo a mais na rotina de quem já tem aquele “desconto” na conta sem nem ao menos fazer nada. Cheguei a citar o exemplo em que estou inserida que inclui a forma como é feita a coleta de lixo no meu condomínio. A coleta não possuía nenhum tipo de controle e os catadores de lixo acabavam fazendo uma bagunça extrema em frente ao prédio nos dias de coleta. Começamos a separar os materiais recicláveis para que não fosse necessária aquela bagunça. Sendo assim, não teve um pensamento em torno do sustentável e sim se desejava amenizar um problema encontrado.

        Diversas áreas do rio possuem grupos que controlam o acesso a luz, a água, a internet e até a serviços de streaming por preços, normalmente, mais em conta. Tenho pra mim, que esses casos não são segredos e boa parte da população conhece e se utiliza. Porque então não existe controle?  Em uma reunião do projeto se discutia formas de lidar com o furto de energia. Os participantes começam a pensar e pontuar ideias em relação a isso e o que basicamente é unânime é o uso de alta tecnologia para conter os furtos. Continuo discordando de que uma tecnologia nova e bem moderna seja capaz de resolver os problemas. Pessoas inteligentes e muitas vezes até mesmo de dentro do projeto estão por trás de esquemas que envolvem muito dinheiro para facilitar o acesso ao que supostamente não devia ser acessível. Dessa forma o sistema seria comprometido da mesma maneira.

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