A Gestão Estratégica

Gestão Estratégica

Fernando Lira

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A gestão estratégica é fundamental para definir o futuro de uma empresa, todas empresas no mundo passam por mudanças o tempo inteiro, vivemos em um mercado totalmente competitivo e repleto de desafios para continuarmos crescendo ou dependendo da decisão, a empresa pode ter um fatídico fim, desaparecendo do mercado e deixando dívidas para todos.

Fazer a melhor gestão estratégica para uma empresa não é uma tarefa fácil, muitas mudanças de processos, estruturas e pessoas são necessários. É preciso analisar e implementar técnicas como “trade off”, descartando processos que gerem prejuízos a curto e longo prazo, é importante focar no produto que proporciona maior lucro para empresa e procurar novas maneiras de aumentar sua lucratividade para média e longo prazo. Nesse mercado tão competitivo, é preciso ter originalidade para que o seu produto obtenha a maior e melhor lucratividade sustentável em relação aos concorrentes.

A primeira etapa dessa mudança é enxergar quais processos funcionam e quais não funcionam. Baseado nos processos que não funcionam é identificar a fonte que está proporcionando o mal funcionamento e elaborar planos estratégicos para o conserto. Caso seja um processo muito defasado, ou que tenha sido constituído da forma errada, esse processo precisa ser excluído para iniciar um novo processo. Nessa análise de cenários será mapeado os pontos fortes e fracos, assim como as ameaças e oportunidades de melhoria. Com todo esse mapeamento é preciso formular os planos estratégicos e implementação dos planos de ação. Monitorando e controlando todos esses processos poderemos obter os objetivos planejados ou, dependendo da situação, retornar com novas ações estratégicas para chegarmos ao objetivo inicial.

Sou colaborador de uma empresa multinacional europeia que atua na segurança de soluções de vídeo monitoramento em rede, o principal produto que fabricamos são câmeras de segurança em rede, o produto que foi inovador do mercado no início dos anos 2000. Sempre tivemos o reconhecimento do mercado por ser um produto de alta qualidade e inovador, competindo com grandes fabricantes da Europa e Japão. Nossa filial do Brasil é o principal mercado da América do Sul, e estamos atuando no país desde o ano 2007. Por volta do ano 2010, com o grande crescimento econômico brasileiro e estabilização do câmbio, a diretoria adotou um grande plano estratégico de mudar o setup de importação dos produtos para ser realizado pela a própria empresa no Brasil fazendo com que nossos produtos fossem internalizados no país e assim adotamos a lista de preço em moeda local. Com a estabilização da moeda local o resultado foi muito satisfatório para o mercado, ficamos muito competitivos e era um grande diferencial em relação aos competidores. Nesse setup foi necessário realizar grandes mudanças estruturais na empresa, contratando uma equipe específica de logística e operações, foi necessário implementar novos processos de precificação e controle de faturamentos, e o principal, o treinamento das pessoas no mercado, pois eles já estavam acostumados com a venda de produtos em dólar, e nesse fator humano foi o que gastou mais tempo para a aceitação, tanto considerando os colaboradores e os parceiros do mercado.

Essa mudança de setup trouxe muitos benefícios econômicos para a empresa, dessa forma aumentando o faturamento e proporcionando mais market share do nosso segmento. Porém, nos últimos 06 anos a economia brasileira vem sofrendo grandes desafios, tanto o crescimento pífio do PIB quanto a grande variação cambial, impactando diretamente ao custo do nosso produto e operação Brasil, dessa forma nossa nova diretoria precisou revisar a estratégia de ter o produto nacionalizado e retornar ao processo de venda FOB (Free On Board). Nesse setup o cliente é responsável por comprar o produto nos Estados Unidos e ele ser o responsável pela a importação, pagando todas as taxas e custos de importação.