Como A Crise Na China Pode Influenciar E Afetar O Brasil

Como a crise na China pode influenciar/afetar o Brasil

Por Herbert Santana Santos

Somos dependentes, não há o que discutir. Em um mercado global extremamente interligado pela tecnologia, as transações comerciais ficam cada vez mais rápidas e maiores e nessa mesma tendência, sujeitas a um caos mundial por ser tão volátil e instável.

Em 2007, uma reportagem de capa da Revista Veja trouxe uma análise da hiperdependência que não só o Brasil, mas todo o mundo está de um mercado tão sólido e estável que é o chinês, com um Produto Interno Bruto em expansão extraordinária acima dos padrões de países emergentes ou até mesmo dos países considerados desenvolvidos. A publicação do periódico foi feita após a ameaça do governo da China em taxar as ações das empresas com maiores lucros.

Quando isso ocorreu, os mercados reagiram quase que imediatamente: as bolsas de Nova York caíram quase 3,4% em um único dia (cada ponto percentual equivale a 160 bilhões de dólares na época), na bolsa de Xangai foram registrados 8,8% de queda e no índice Bovespa no Brasil não foi diferente com queda vertiginosa de 6,63%.

Para acentuar essa tendência, o governo brasileiro em suas últimas gestões, estreitou a relação bilateral com os chineses, fazendo com que o volume de importações e exportações do país oriental chegue a somas assustadoras. Exemplo disso é o Minério de Ferro: matéria-prima do aço (importado pelo Brasil e produzido na China) chegou em março de 2014 a um volume de exportação de incríveis 71,95 bilhões de toneladas. Empresas como a Vale (antiga Vale do Rio Doce) lucram somas gigantescas, beneficiados por esta política econômica governamental. Na contramão dessa perspectiva, a China planeja nada mais nada menos que diminuir pela metade a quantidade de minério importado do Brasil e de outras nações com a iniciativa do governo “Xing-Ling” de criar um conglomerado de mineradoras elevando a produtividade chinesa para a casa das 200 toneladas por ano.

É aí que mora o perigo. O vencedor do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman em visita ao Brasil afirmou: "O Brasil é uma economia exportadora de commodities, o que significa que o país sofrerá um choque por causa da crise da China. Estou preocupado com esse choque proveniente da China. Não estamos falando de crise [no Brasil]. É algo que pode ser manejado, mas não seria bom para vocês".

Enfim, o Brasil precisa rever sua política de expansão econômica, reduzir a dependência de mercados específicos e efetivar a melhoria de infraestrutura estatal, oferecendo a possibilidade de um crescimento sustentável aliando a economia ao social.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/03/brasil-deve-sofrer-choque-com-crise-na-china-diz-nobel-de-economia.html

http://www.abcem.org.br/noticias-ver.php?cod=3731

http://arquivoetc.blogspot.com.br/2007/03/o-espirro-chins-contgio-no-s-um-alerta.html

http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE90K00D20130121

https://www.dgabc.com.br/Noticia/517536/china-planeja-conglomerado-para-importar-menos-minerio?referencia=minuto-a-minuto-topo