FRAUDE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Com a Globalização varias barreiras comerciais e industriais estão sendo derrubadas, incrementando os negócios entre empresas de diferentes partes do mundo. Todavia, essa superação dos limites fronteiriços tem contribuído para o aumento de escândalos de fraudes contábeis a nível internacional, constituindo-se um dos maiores problemas da atualidade. Em pesquisa realizada no âmbito nacional pela empresa de auditoria KPMG (2004) evidenciou que 69% das empresas analisadas (médio e grande porte) já foram vítimas de fraude.

Considerando os prejuízos nos quais as manipulações contábeis podem resultar, governos e entidades não governamentais não escondem a preocupação com a questão.

Muitas pessoas confundem os conceitos de Erro e Fraude. Nesse sentido, GIL (1998) afirma que fraude tem caráter de ação intencional e prejudicial, praticada por profissional interno e externo à organização, em termos de modificação. Já o Erro, apesar de também causar dano à outra pessoa, é entendido como involuntário e decorrente a ignorância ou interpretação equivocada dos fatos.

Para tentar diminuir essas intenções fraudulentas ou erros equivocados muitas das empresas estão apostando na prevenção através da melhoria do seu controle interno. Esse aperfeiçoamento se dá por meio da contratação de auditores que deverão averiguar e conferir as demonstrações contábeis, conferindo maior grau de confiabilidade aos resultados que serão apresentados aos usuários externos. Nesse contexto, o controle interno tem como função promover a eficiência operacional da empresa, encorajar adesão as políticas internas, cuidar dos ativos contra roubo, perdas ou desperdícios e assegurar a legitimidade dos passivos. Ao auditor, caberá a função de verificar se realmente isso tudo está sendo controlado corretamente.

No Brasil, as preocupações com as Fraudes Contábeis e com o Controle Interno eficiente estão começando a ter o devido reconhecimento e importância em virtude dos escândalos envolvendo grandes empresas de boa reputação. Segundo Parodi (2005), em consequência do elevado grau de corrupção no Brasil, investidores “viram as costas” para o país. Do mesmo modo, nas universidades brasileiras, o tema fraudes aos poucos vem sendo abordado por professores de contabilidade.

Para Silva (2004), existe uma deficiência no ensino da contabilidade no Brasil. Segundo o autor, apenas a contabilidade do bem é discutida nas salas de aula. As práticas contábeis inadequadas não são estudadas. Contrariamente, no âmbito internacional, temas relacionados às fraudes são debatidos dentro da universidade.