Gerenciamento HSM
Resenha: Gerenciamento HSM. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: chmuller85 • 11/9/2014 • Resenha • 2.825 Palavras (12 Páginas) • 296 Visualizações
HSM Management 57 julho-agosto 2006
PENSAMENTO NACIONAL
O pioneirismo empresarial brasileiro tem uma história rica em lições e conhecimentos.
Geralmente conceitos da gestão contemporânea têm sido apresentados
como originários de práticas bem-sucedidas em economias mais desenvolvidas.
Modelos gerenciais são divulgados como novidades resultantes de políticas gerenciais
revolucionárias. Tal abordagem não se sustenta quando estudamos a experiência dos
pioneiros de nossa história empresarial. Esses personagens souberam transformar as adversidades
enfrentadas em fonte de aprendizagem para, criativamente, encarar os desafios
empresariais que se apresentaram em sua jornada.
Tendo vivenciado os impactos da diversidade cultural em decorrência de sua vinda de
outras plagas para o Brasil ou do interior para a região urbana do País, eles desenvolveram
aguçada sensibilidade para o convívio humano e grande capacidade de liderança.
Souberam prever necessidades dos consumidores e identificar, com discernimento, os
melhores talentos na escolha de seus colaboradores.
Neste artigo focalizamos nove entre 24 pioneiros estudados de norte a sul do Brasil.
Cada um deles deixou como legado um domínio marcante sobre temas de fronteira da
Lições do
pioneirismo
no Brasil
Existe empreendedorismo à moda brasileira?
Segundo o professor Jacques Marcovitch, ex-reitor da
Universidade de São Paulo, sim. Fruto principalmente
da diversidade cultural, seus ingredientes incluem
aguçada sensibilidade para o convívio humano, grande
capacidade de liderança, capacidade de prever
necessidades dos consumidores e de identificar os
melhores talentos. E são personificados neste artigo
por nove grandes empresários do País, que fundaram
sete grupos empresariais de primeira grandeza
HSM Management 57 julho-agosto 2006
administração de empresas. Pontuemos, de forma direta, essas heranças do conhecimento
gerencial que revolucionaram o perfil de competitividade empresarial e setorial do País
e suas relações com a economia mundial:
Inovação tecnológica – Leon Feffer.
Internacionalização de empresas – Johannes Gerdau.
Competitividade – Valentim dos Santos Diniz.
Atração de investimentos para a sustentabilidade – Wolff Klabin e Horácio Lafer.
Competitividade da cadeia setorial – Attilio Fontana.
Gestão de risco – Antônio Pereira Ignácio e José Ermírio de Moraes.
Ética empresarial e valores humanos – Júlio Mesquita.
A história empresarial que estamos contando em dois livros já publicados e outro em
fase de elaboração tem como figuras centrais indivíduos que triunfaram independentemente
de sua condição ou lugar de nascimento. Eles conquistaram uma segunda vida na
memória social e seguem como presenças acentuadas nos setores que escolheram para
seus empreendimentos.
Leon Feffer
O imigrante Leon Feffer, com apenas 23 anos de idade, registrou, na Junta Comercial
de São Paulo, sua primeira firma batizada com o próprio nome. Comprava papel no grande
atacado e revendia para bazares e papelarias. Já então pressentia o rumo de sua longa vida
no Brasil, cujo marco na contemporaneidade é a pujança do Grupo Suzano.
Mais do que o otimismo puro e simples, o êxito dos empreendedores depende de sua
capacidade de sentir tendências do mercado. Papel se faz de celulose, e celulose foi durante
décadas um produto importado e de rara disponibilidade. Diante disso, Leon Feffer tomou
a decisão que o inscreveria na lista dos grandes inovadores da indústria brasileira: investir
em pesquisas sobre a produção de celulose com eucalipto. Ele reconhecia a importância
da parte técnica, mas não se interessava por seus meandros, preferindo deixá-la a cargo de
Gunnar Krogh, que acabara vindo trabalhar em sua empresa, e, sobretudo, de seu filho, Max
Feffer, cujo desempenho mostrou-se absolutamente crucial no caso das pesquisas com o
eucalipto.
Leon Feffer trabalhou praticamente até o dia de sua morte, aos 96 anos. Max morreu
repentinamente em abril de 2001, apenas dois anos depois do pai. Entrou em cena a
terceira geração, formada por David, Daniel, Jorge e Ruben. Eles garantem a força do
Grupo Suzano e honram o exemplo do pioneiro Leon.
Johannes Gerdau
Outro grande conglomerado que nasceu da vontade férrea de dois pioneiros imigrantes
é o Grupo Gerdau. Quem acessa seu site e abre uma das janelas na primeira página
certamente fica admirado com a quantidade de links para empresas a ele pertencentes. É
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