Historia Da Etica Michele Campos, Michl Greik E Tacyanne Do Vale
Monografias: Historia Da Etica Michele Campos, Michl Greik E Tacyanne Do Vale. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: michel12 • 2/11/2013 • 3.143 Palavras (13 Páginas) • 1.325 Visualizações
Historia da Etica Michele Campos, Michl Greik e Tacyanne Do Vale
Todo ser humano é dotado de uma consciência moral, que o faz distinguir entre certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim, com isso é capaz de avaliar suas ações; sendo, portanto, capaz de ética. Esta vem a ser os valores, que se tornam os deveres, incorporados por cada cultura e que são expressos em ações. A ética, portanto, é a ciência do dever, da obrigatoriedade, a qual rege a conduta humana.
Isso implica dizer que ética pode ser conceituada como o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto.
O bem é uma forma de vida que mistura inteligência e prazer. Para Baruch Espinoza "el hombre que es guiado por la razón es más libre en el Estado donde vive según el decreto común, que en la soledad donde sólo se obedece a sí mismo." [1]Portanto, o homem que vive pela razão, não vive guiado pelo medo, deseja fazer o que é melhor para todos e através até mesmo das leis do Estado, viver livremente.
Ainda podemos definir a ética como um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou, também, o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (filosofia moral). A simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, pois é preciso uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.
Existe uma profunda ligação entre ética e Filosofia: a ética nunca pode deixar de ter como fundamento à concepção filosófica do homem que nos dá uma visão total deste como ser social, histórico e criador. Uma série de conceitos com os quais a ética trabalha de uma maneira específica, como os de liberdade, necessidade, valor, consciência, sociabilidade, pressupõe um prévio esclarecimento filosófico. Também os problemas relacionados com o conhecimento moral ou com a forma, significação e validade dos juízos morais exigem que a ética recorra a disciplinas filosóficas especiais, como a lógica, a filosofia da linguagem e a epistemologia. As questões éticas fundamentais devem ser abordadas a partir de pressupostos básicos, como o da dialética da necessidade e da liberdade. Assim, a história da ética se entrelaça com a história da filosofia, e é nesta que ela busca fundamentos para regular o desenvolvimento histórico-cultural da humanidade.
“Podemos dizer, a partir dos textos de Platão e Aristóteles, que, no Ocidente, a ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates”.[2] Para Sócrates, o conceito de ética iria além do senso comum da sua época, o corpo seria a prisão da alma, que é imutável e eterna. Existiria um “bom em si” próprios da sabedoria da alma e que podem ser rememorados pelo aprendizado.[3] Esta bondade absoluta do homem tem relação a uma ética apriorística, pertencente à alma e que o corpo para reconhecê-la terá que ser purificado.
Aristóteles subordina sua ética à política, acreditando que na monarquia e na aristocracia se encontraria a alta virtude, já que esta é um privilégio de poucos indivíduos. Na sua doutrina a ética está em conformidade com a ordem vigente. “Cada virtude seria um meio-termo entre dois extremos, e cada um desses extremos seria um vício” [4]. Assim, sua ética era adaptativa, servindo as necessidades políticas de sua época, onde o homem deveria ser conformado com a sua realidade, para tanto se fazia necessário à interferência da família e da educação para conter suas paixões.
Aristóteles diz que na prática ética somos o que fazemos, visando a uma finalidade boa ou virtuosa. Isso leva à idéia de que o agente, a ação e a finalidade do agir são inseparáveis: “Toda arte, toda investigação e do mesmo modo toda ação e eleição, parecem tender a algum bem; por isso se tem dito com razão que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem”.[5]
Do livro 1o do 1o grande tratado de filosofia moral, a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, testemunha a gênese da Ética como branca autônoma da filosofia. Isto acontece, com Aristóteles, quando a reflexão moral se separa da especulação teorética (em Platão intimamente conexas), e assume as características de ter um próprio objeto específico e um próprio método de indagação. Aristóteles diz que o objeto da filosofia política (o novo nome da filosofia prática) é o bem supremo do homem, seu fim último. Não é somente o bem de cada indivíduo, mas de toda a Polis. A ciência da Polis, por ocupar-se do fim último, é a ciência arquitetônica, que desempenha uma função diretiva nas relações entre todas as outras artes ou ciências práticas.
A Ética define a “filosofia das coisas do homem”, e com a Política constitui o âmbito das realidades que podem ser diferentemente do que são, reinos da contingência e não da necessidade. A Ciência política não somente deve conhecer o bem, mas deve realizá-lo. No campo da Ética, a razão intervem para definir regras de conduta, mas através de um procedimento muito diferente do dedutivo, próprio das ciências teoréticas.
O mundo essencialista é o mundo da contemplação, idéia compartilhada pelo filósofo grego antigo Aristóteles (384-322 ac): “a verdadeira vida moral (...) isto é, consagrar-se a procurar a felicidade na contemplação (...)” [6]. No pensamento filosófico dos antigos, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa. Para a ética essencialista o homem era visto como um ser livre, sempre em busca da perfeição. Esta por sua vez, seria equivalente aos valores morais que estariam inscritos na essência do homem. Dessa forma - para ser ético - o homem deveria entrar em contato com a própria essência, a fim de alcançar a perfeição. O homem, como qualquer ser, busca a sua perfeição, que acontecerá quando sua essência estiver plenamente realizada.[7]
Pode-se resumir a ética dos antigos, ou ética essencialista, em três aspectos: 1) o agir em conformidade com a razão; 2) o agir em conformidade com a Natureza e com o caráter natural de cada indivíduos; 3) a união permanente entre ética (a conduta do indivíduo) e política (valores da sociedade). A ética era uma maneira de educar o sujeito moral (seu caráter) no intuito de propiciar a harmonia entre o mesmo e os valores coletivos, sendo ambos virtuosos.
Com o cristianismo, através de S. Tomás de Aquino e Santo Agostinho, incorpora-se a idéia de que a virtude se define a partir da relação com Deus e não com a cidade
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