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PUBLICIDADE A LINGUAGEM DA SEDUÇÃO

A descoberta do poder persuasivo do discurso ocorreu com a retórica clássica, quando os sofistas já faziam uso do discurso para tentar convencer as pessoas sobre suas ideias. A retórica trata da arte de construir discursos para argumentar junto ao receptor sobre certa situação : cabe a retórica mostrar o modo de constituir as palavras visando a convencer o receptor acerca de dada verdade.

O poder da palavra na retórica clássica pode ser comparado ao poder de uma arma usada na guerra do discurso: o exercício do poder, via palavra, era ao mesmo tempo uma ciência e uma arte, louvado como instancia de extrema sabedoria; não causa estranheza que surgissem aí as primeiras sistematizações e reflexões acerca da linguagem.

A argumentatividade, o objeto persuasivo, está presente em todos os textos. Ela é mais evidente nos textos de propaganda comercial. A abordagem da propaganda comercial como sendo negativa é bastante comum. A necessidade de se ter a propaganda comercial tal como ela se apresenta, é questionada constantemente por consumidores com uma visão mais crítica, já que existiria a possibilidade de somente informar o consumidor sobre questões básicas relativas ao produto, como a disponibilidade do produto e seu preço. A linguagem persuasiva que encontramos nos textos de propaganda convence os leitores/consumidores empregando sutilezas, porque é possível que o persuasor não esteja trabalhando com uma verdade, mas tão somente com algo que se aproxime de uma certa verossimilhança ou simplesmente a esteja manuseando.

Pode-se perceber, então, que o manusear da verdade acontece com muita frequência nos textos de propaganda: Esse mecanismo, a meu ver, é a melhor maneira de o profissional de propaganda continuar a pensar que diz a verdade; pelo menos, ele mesmo acredita no que está dizendo. A palavra “pensar”, nos remete ao entendimento de que o publicitário tenta se convencer de que diz sempre a verdade, ele pensa que diz a verdade, e precisa, dessa maneira, tentar persuadir o seu interlocutor a acreditar no que escreve em um texto de propaganda. Ele cria uma realidade virtual que o acaba convencendo também, mas não é uma realidade, sim, uma maneira de anunciar e, principalmente, de vender o produto.