MODELO DE APLICAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE COM BASE NA NORMA ISO 9001: 2008 EM EMPRESAS TÊXTEIS E CONFITERÍVEIS

XIX CONIC III CONITI VII JOIC CTG - UFPE - 2011

MODELO DE IMPLEMENTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE BASEADO NA NORMA ISO 9001:2008 EM EMPRESAS TÉXTEIS E DE CONFECÇÃO.

Anne Taynara de Almeida Pereira1; Renata Maciel de Melo2

1Estudante do Curso de Engenharia de Produção – CAA – UFPE; E-mail: [e-mail]. 2Docente/pesquisador do Curso de Engenharia de Produção – CAA – UFPE. E-mail: [e-mail].

Sumário: O referido trabalho propõem um Modelo de Implementação e Manutenção de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) baseado na ISO 9001:2008 para empresas têxteis do Pólo de Confecções do Agreste. O mesmo foi embasado em um diagnóstico crítico do setor na região e três estudos de caso de caráter exploratório realizados com duas empresas de Caruaru-PE e uma de Cupira-PE, sendo uma destas, certificada pela ISO 9001:2008. A compreensão e utilização dos conceitos de Ambientes e Indicadores da qualidade e a Série de Normas ISO 9000 foram utilizadas.Assim, o modelo compreende um framework metodológico composto por etapas de implementação e diretrizes para manutenção do SGQ. Além disso, o estudo serviu para identificar as principais dificuldades e resistências durante os processos.

Palavras–chave: Gestão da Qualidade; ISO 9001:2008; Indústria Têxtil.

INTRODUÇÃO A indústria de confecções brasileira se depara, atualmente, com enormes desafios que deverão ser transpostos e que colocam em cheque sua continuidade. O mesmo pode ser dito da indústria têxtil e de confecções em Pernambuco e a Gestão da Qualidade dos processos e produtos tem um papel importante nesse contexto. O Pólo de Confecções do Agreste é o segundo maior pólo têxtil e de confecções do Brasil, segundo o SEBRAE – PE, este pólo é formado por três cidades principais: Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Em 2003, havia 12 mil empresas, das quais 8% são formais, empregando 76 mil pessoas e produzindo 57,8 milhões de peças/mês. Apesar do crescimento desordenado, o Pólo de Confecções do Agreste é apontado como responsável pela distribuição mais equitativa da renda no Agreste de Pernambuco. Além disso, das confecções 53,1% apresentam marcas próprias. Esse quadro pode melhorar significativamente , como os administradores podem se tornar mais receptivos ao aprendizado de boas práticas, mas é necessário um esforço direcionado à Gestão da Qualidade em pequenas e médias empresas para este cenário. Assim, o trabalho tem como objetivo elaborar um Modelo de Implementação e Manutenção de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) direcionado à Indústria Têxtil com a utilização integrada de ambientes, indicadores, ferramentas, técnicas e normas da qualidade.

MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho se iniciou com uma revisão bibliográfica dos temas relacionados à qualidade. Em seguida foi realizado um Diagnóstico do Setor Têxtil, que, além de mostrar o escopo do trabalho, auxiliou a escolha das empresas para o estudo de caso.

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Foi elaborado um questionário, baseado no modelo de estruturação da ISO 9001:2008, que foi instrumento usado para auxiliar na entrevista totalmente estruturada, ou seja, entrevista que aborda o tema com perguntas fixas, feita com o representante da direção (RD) ou gerente de produção das empresas. As empresas foram escolhidas através do Cadastro de empresas do FIEPE 2006/2007, uma de grande porte e com certificação, uma de médio porte e sem certificação e a última de pequeno porte, familiar e sem certificação. Uma das empresas foi escolhida para o pré-teste, com o objetivo de verificar a adequação do questionário (também chamado Diagnóstico Crítico) ao objetivo da pesquisa. Depois de algumas alterações no questionário, este foi aplicado em três empresas de características diversas, para que o trabalho tivesse melhor aproveitamento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Descrição das empresas têxteis Empresa A A empresa A foi fundada em 1996 e está localizada em Caruaru-PE. Possui 358 funcionários próprios e 150 terceirizados. Produz etiquetas e cadarços, sendo o seu produto mais representativo a etiqueta bordada, responsável por 70% do faturamento. Para melhor atender os consumidores e tentar resolver problemas de qualidade, em 2009 a empresa conseguiu certificação da ISO 9001:2008, e em Janeiro de 2011 teve sua primeira auditoria externa de manutenção, a qual indicou algumas irregularidades. Além disso, para evitar o descarte indevido de resíduos gerados pelo seu processo produtivo, firmou parceria com o ASPROMA (Associação dos Protetores do Meio Ambiente). Empresa B A empresa B também está localizada em Caruaru-PE, possui um quadro de 105 colaboradores. Produz artigos em jeans, que é um dos principais ramos do Pólo. Entre os produtos estão peças infanto-juvenis e para adultos. Das 20000 peças/mês, 60% são calças femininas e 30% são calças masculinas. A empresa se apresenta como forte candidata a certificação ISO 9001:2008, pois possui gestão de Recursos, fornecendo treinamento periodicamente e selecionando e mantendo seus fornecedores. Além disso, possui um importante canal de comunicação com seus clientes e tem uma especial preocupação em mantê-los. Empresa C A empresa C está localizada em Cupira-PE, município do Agreste Pernambucano localizado a 168 km de Recife. Fundada em 1989, tem caráter familiar e é de pequeno porte, tendo em seu quadro de funcionários cerca de 30 colaboradores. Produz artigos em malha, sendo os fardamentos responsáveis por 80% do faturamento. Framework para Implementação e Manutenção de um SGQ baseado na ISO 9001:2008. O framework metodológico serve de roteiro a implantação e manutenção do SGQ, de maneira geral é uma orientação e pode haver algumas exceções à priorização de determinadas etapas. Este foi produzido com base na ISO 9001:2008 e nos estudos realizado nas três empresas pesquisadas.

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Figura 1: Framework metodológico do SGQ.

Todas as etapas para implementação são importantes, no entanto, algumas merecem maior ênfase para o caso do Pólo de Confecções do Agreste. Inicialmente, a identificação dos fatores que levaram a implementação, esta etapa está diretamente ligada ao bom desenvolvimento do SGQ, pois define a linha de ação da empresa nas demais etapas.  De acordo com Rusjan & Alic (2010), a melhoria da qualidade