TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Matematica Financeira

Artigos Científicos: Matematica Financeira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/8/2014  •  2.001 Palavras (9 Páginas)  •  311 Visualizações

Página 1 de 9

Introdução

«A transformação do dinheiro no tempo só pode ser feita a partir da determinação dos juros, ou seja do custo do dinheiro ao longo do tempo»

É intuitivo afirmar que o valor do dinheiro muda ao longo do tempo. Uma quantidade de recursos hoje vale mais que essa mesma quantidade de recursos no futuro ou seja receber 100 R$ hoje vale mais do que receber 100 R$ daqui a um mês ou daqui a um ano. Esta diferença deve-se à equivalência do dinheiro no tempo, que ocorre devido à inflação, à incerteza quanto a receber esse dinheiro no futuro (risco de crédito) ou quanto ao valor exato que se irá receber (risco de mercado) e ainda à possibilidade de poder investir essa quantia hoje e receber mais no futuro.

É importante notar então que, como o dinheiro perde o seu valor ao longo do tempo, os juros são a única forma de garantir que o valor financeiro disponível hoje seja equivalente ao que teremos no futuro.

As taxas de juros devem portanto, ser eficientes de maneira a remunerar (i) a perda do poder de compra do capital, motivada pela inflação; (ii) o risco envolvido na operação de empréstimo ou aplicação, representado genericamente pela incerteza em relação ao futuro e ainda (iii) a privação da liquidez - os juros devem gerar um lucro (ou ganho) ao proprietário do capital como forma de o remunerar ou compensar a sua privação por determinado período de tempo. Este ganho é estabelecido basicamente em função das diversas outras oportunidades de investimentos - custo de oportunidade (em economia define-se como o custo de desistir de um ganho certo hoje para trocá-lo por um ganho futuro). O custo de oportunidade é, portanto, o valor/custo do dinheiro.

“Se quiseres ser rico, não aprende só o modo de ganhar, aprende, também, o modo de administrar a tua riqueza.” Benjamin Franklin”

Justificativa

Assim, podemos definir o juro como a remuneração de um capital financeiro/ investimento durante um certo prazo. É a remuneração pelo consumo adiado e que depende totalmente do tempo.

Para quem empresta, os juros são uma compensação pela transferência do usufruto do capital. Já para quem investe, os juros representam o retorno de um capital investido.

J.M. Keynes justifica o facto de uma quantia não ter o mesmo valor consoante fique disponível imediatamente ou apenas daqui a algum tempo, através da “preferência pela liquidez”. Segundo o economista, temos preferência pela liquidez porque, estando na posse de ativos líquidos, podemos escolher a forma de os aplicar (seja em consumo e/ou em poupança).

Para além do Keynes, outras teorias e estudos surgiram com o objetivo de explicar e justificar a existência do juro, como por exemplo a teoria da “preferência pelo tempo”, da autoria da Escola Austríaca de Economistas, que afirma que a existência de juro deve-se à necessidade de indução de atividades económicas que consomem mais tempo e são mais produtivas.

Na Idade Média já existiam estudos sobre o conceito de juro, sendo este considerado usura e até condenado pela Igreja Católica.

Com base no que vimos anteriormente, o tempo tem extrema importância em qualquer análise que envolva capitais e, portanto, é necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor é o juro.

A importância do fator tempo faz com que, na resolução de qualquer problema que envolva capitais reportados a diferentes momentos, exista a necessidade de homogeneizar os capitais numa mesma unidade, ou seja, reportá-los ao mesmo momento. Podemos fazê-lo através de uma equação matemática que traduz a equivalência entre os capitais envolvidos nesse momento – a equação de equivalência ou de valor. Para a construção correta dessa equação é necessário ter em conta três fatores, dos quais depende o juro:

1. Capital

2. Tempo

3. (Taxa de) juro

O juro varia diretamente com qualquer dos fatores anteriores, ou seja, aumenta quando qualquer um deles aumenta e os outros dois se mantêm constantes e diminui quando qualquer um deles diminui, mantendo-se os restantes constantes. Assim, “Para comparar ou operar com capitais é necessário que estes estejam reportados ao mesmo período de tempo”.

Desenvolvimento

A aplicação de um capital inicial (Valor presente ou principal) durante um determinado período de tempo, a uma determinada taxa de juro, resulta num determinado rendimento (juro). Ao fim desse período de tempo, o capital inicial transforma-se num montante capitalizado (capital acumulado ou Valor futuro).

A operação que consiste em adicionar o juro do período ao capital inicial chama-se operação de capitalização. Um processo de capitalização decorre ao longo de n (n> 0) períodos de capitalização, podendo a taxa de juro em vigor para cada um desses períodos ser fixa ou variável. O estudo do processo de capitalização permite-nos, entre outras coisas, calcular, em função da taxa de juro, quanto vai valer num momento futuro, um capital colocado em capitalização num momento anterior.

A atualização ou desconto é o processo de cálculo inverso à capitalização, pelo qual podemos calcular, em função da taxa de juro, quanto vale num momento anterior um capital vencível num momento posterior.

A frequência com que em cada operação financeira se processa o juro designa-se por período de capitalização. O que acontece no final de um período de capitalização, no processo de geração do juro, faz surgir dois tipos diferentes de regimes de capitalização: regime de juros simples e regime de juros compostos.

Regime de juros simples:

O juro sai do processo de capitalização, isto é, não vai gerar juro no (s) período (s) seguinte (s). Neste caso diz-se que vigora o Regime de Juro Simples, podendo ainda distinguir-se dentro dele dois sub-regimes – o Regime de Juro Simples “Puro” e o Regime de Juro “Dito” Simples. No primeiro sub-regime, o juro produzido em cada período de tempo é efetivamente pago, enquanto que no segundo o juro produzido é simplesmente retido (ou seja ainda que não sendo pago, ele não vai gerar juro nos períodos seguintes). De forma resumida, importa reter que em ambos os casos, o juro produzido num determinado período não irá gerar juro nos períodos seguintes.

Os juros são retirados logo que se vencem

...

Baixar como (para membros premium)  txt (12.9 Kb)  
Continuar por mais 8 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com