Miopia em marketing, a deficiência em enxergar aquilo que está longe do agora

                     

Miopia em marketing

Universidade Veiga de Almeida

Miopia em marketing, a deficiência em enxergar aquilo que está longe do agora.

Todos setores que empenha alguma atividade importante, de valor, já foram algum dia considerado um “setor de rápida expansão”. Porém alguns desses mesmos setores estão sempre sob ameaça de decadência ou estagnação, e essa falha tem como único culpado os administradores desse setor, aqueles responsáveis por cuidar e administrar. Muitas empresas acabam perdendo clientes por se preocupar demais com seu produto, e pouco com seus clientes, perdendo-os para outros que lhe atendam de forma mais satisfatória.

Hollywood quase foi umas dessas empresas que, devido a sua miopia, poderia ter desaparecido. Com o surgimento da TV, muitas empresas do ramo cinematográfico tiveram que mudar sua forma de se comportar no mercado e entrar acolher a ideia da TV. Hollywood julgava estar no ramo cinematográfico, quando na verdade estava no setor de entretenimento. Esse julgamento era de fato muito mais confortável para eles. Porém eles se negaram a participar da TV, o que acarretou em problemas financeiros para eles, visto que a TV foi maior do que a indústria cinematográfica foi em qualquer era. Ou seja, Hollywood se preocupou mais com seu produto, que era os filmes, doque em trazer entretenimento para seu público.

O que falta em muitas empresas que se encontram em decadência é engenhosidade, como já dizia o Historiador Jacques Barzum: “Dói-me ver a organização material e social mais avançada do século passado afundar em ignominioso desprestígio por falta de ampla imaginação que a construiu. O que está faltando é a vontade das companhias de sobreviver e de atender ao público com engenhosidade e habilidade.”

Sempre, o setor que está no topo tem uma sensação de ser inigualável, insubstituível. Porém ele mesmo havia substituído algum setor que estava no topo antes. Um exemplo de setor que parece ser insubstituível é o de energia elétrica, substituo das maquinas e equipamentos a vapor. Tal setor tem dominância em todas residências pela facilidade e praticidade apresentada por eles, mas até quando esse panorama continuará assim? Novas formas de energia já vêm sendo utilizadas e melhoradas, como a energia solar, nuclear, entre outras. O que essas empresas de energia elétrica devem fazer para não serem substituídas? Enxergar essas oportunidades. Investir em novas formas de energia, pensar no seu cliente e não apenas na energia elétrica, se adaptar para não falhar.

Existem Quatro condições que causam a queda de algum produto, são elas:
1- Acreditar que o desenvolvimento é assegurado pelo crescimento da população e crescimento do poder de compra

2- Acreditar que o produto em questão é insubstituível

3- Demasiada fé na produção em massa, consequentemente na queda dos preços dos produtos.

4- A preocupação exagerada com o produto, em sua produção, na redução do seu custo.

Existem exemplos de setores importantes e populares que não entraram em decadência mesmo após anos no topo do mercado, um exemplo disso é o setor de petróleo. Além do produto ser adorado pelos consumidores, a mente dos administradores por trás da gestão dessas empresas é progressista, eles pesquisam muito sobre o mercado e maneiras de não ficar atras, sempre atualizando a maneira que sua empresa deve se portar

Com o crescimento populacional, e com uma população que tem um poder de compra maior, muitas empresas se sentem seguras e confortáveis na posição que estão, pois não tem com o que se preocupar visto que as pessoas tem dinheiro para gastar com seus produtos, levando ao erro de achar que eles vão manter seus postos no topo enquanto a população continuar podendo comprar. Como já disse Theodore Levitt: “Se o raciocínio é a reação intelectual a um problema, então a ausência de problemas conduz à ausência de raciocínio” seguindo essa linha de pensamento, enquanto as vendas estiverem indo bem, tudo está bem. Levando ao grande erro já comentado, muitas empresas que estão surgindo aparecerão com ideias novas, muitas vezes superiores a aquelas que no topo estão, e estes negócios que no momento estão predominantes, cairão em declínio sem ao menos perceber, devido novamente a sua miopia em marketing, que limita a visão deles a longo prazo de como administrar um negócio de forma efetiva e duradoura.

A indústria do petróleo tem por muito tempo focado apenas na obtenção e fabricação do seu produto, e não em uma maneira de inserir ele no mercado e formas de uso, quem acaba tomando esse papel de forma inteligente são outras empresas, usando para energia, transporte e combustível. As principais inovações para vendas de combustíveis vêm de empresas pequenas, que precisam pensar e lutar para subir, fazendo postos de abastecimentos, com diversas bombas de gasolina, e com filiais espalhadas por centros comerciais de grande circulação, oferecendo um serviço rápido e eficiente a todos. Como já observado, nos leva novamente a crer que mais cedo um mais tarde, se o comportamento desse grande setor de combustível fóssil não mudar, algum concorrente irá ameaçar sua posição no topo.

Quando ainda se usava lampiões, o aparecimento do óleo cru se deu de extrema importância para mantes as chamas acesas e iluminar residências, mas como já se era esperado a concorrência fez com que esse setor quase encontrasse sua ruína. Quando Thomas Edison apresentou a lâmpada, que dispensava o uso do óleo, se não fosse o uso do óleo para aquecedores internos, e a invenção posterior da gasolina, criado por outros setores, sabe-se lá o que teria acontecido com o setor desses combustíveis. Talvez nem existiram hoje em dia, ou levariam mais alguns anos para temos veículos movidos a gasolina.

A empresa automobilística tem uma produção muito respeitada graças à quantidade imparável de carros produzidos por elas mesmas. O grande sucesso de vendas e capital crescente dessas empresas se devem a troca anual de modelo de seus veículos. Para poderem atender melhor o que o público queria, foram gastos milhões em pesquisas com o povo, toda via o número de vendas de carros compactos havia aumentado muito, e por que Detroit deixaram de revelar tais dados? Novamente, devido a ignorância de seus administradores, não ficaram convencidos de que o povo queria algo diferente daquilo que lhes eram oferecidos pela sua marca. Henry Ford, dono da empresa automobilística Ford, foi um homem preocupado com seus clientes, em atender as necessidades do mercado. Graças a sua invenção de linha de montagem, ele conseguiu vender milhões de automóveis por 500 dólares a unidade. Mas na verdade, ele criou essa linha de montagem pois entendeu que a 500 dólares, ele poderia vender milhões de automóveis, ou seja, essa produção incessante foi resultado dos preços baixos, e não a causa.