O JOVEM, A TENDÊNCIA E O MERCADO

GRAZIELE DA SILVA CAVADAS

• Texto produzido após a leitura do artigo “ O jovem, a tendência e o mercado: a juventude como criadora e disseminadora de tendências de consumo” de Valeria Brandini

Estamos vivendo em tempos de uma sociedade que cada vez mais se organiza em redes, há algum tempo atrás era fácil “bater o olho” e identificar a qual grupo uma pessoa fazia parte, hoje não podemos afirmar que uma pessoa faça parte de um grupo específico, ela pode transitar dentro de vários grupos e demonstrar em suas características um pouquinho de cada grupo ao qual pertence. Algum tempo atrás se podia associar o nerd àquela figura de óculos fundo de garrafa, cortes de cabelo caretas, com timidez e inteligência acima da média, zero em popularidade. Mas com o tempo a tecnologia afastou os amantes de super-heróis, Star Wars e Senhor dos Anéis do estereótipo de inabilidade social para colocá-los como figuras que ditam tendências e orientam o mercado da cultura pop.

Ao longo de nossas vidas, fazemos parte dos mais diferentes grupos de pessoas, seja por escolha própria, seja por circunstâncias que independem de nossa vontade. Assim, entramos e saímos de vários grupos sociais, os quais certamente são importantes na formação de nossa educação, de nossos valores e de visões de mundo. Um bom exemplo são nossos grupos de amigos, como na faculdade, no trabalho, no clube, no bairro em que moramos. Vejamos que, se por um lado podemos fazer parte de um mesmo grupo que outro indivíduo apenas pelo fato de estudarmos na mesma faculdade, por outro isso não significa que de fato todos os alunos sejam amigos.

O posicionamento de Canevacci de um conceito de cultura eXtrema, mostra a capacidade de “mutação”, da criatividade que permite se misturar, que permite transitar dentro de vários grupos ao mesmo tempo. Uma pessoa pode transitar entre grupos de nerdes, clubbers e de outras classificações socialmente delimitadas. Os valores culturais, estilos musicais e ideologias políticas estão presentes dentro de vários grupos, em cada um de uma forma diferente mais que por muitas vezes se assimilam, fazendo com que uma pessoa participe de vários grupos diferentes, porque tem afinidades comuns com cada um deles, por vezes desenvolve-se uma identidade grupal através do contato contínuo.

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